sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Após 4 meses, testes HIV serão retomados no núcleo de saúde

Novos consultórios e laboratórios estavam com as obras paradas


EPTV
Os testes que confirmam a contaminação pelo vírus HIV e por outras doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) devem voltar a ser feitos no dia 2 de março, em Poços de Caldas, conforme anunciou o secretário de Projetos e Obras Públicas, Paulo Roberto Rodrigues, nesta sexta-feira (19).

Desde novembro de 2009, pelo menos 400 moradores de Poços de Caldas estão impedidos de fazer os exames. A falta de estrutura no núcleo DST-Aids que foi transferido para um prédio novo, compromete os trabalhos, já que o laboratório ainda não ficou pronto. Os consultórios odontológicos que atendem os portadores do vírus HIV por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) estão com as obras paralisadas. Para o infectologista Mário Krugner, a demora no diagnóstico no caso das mulheres grávidas preocupa ainda mais.

Nesta quarta-feira, o secretário informou que um acordo já havia sido firmado com a Secretaria de Saúde para que as obras no prédio do núcleo DST-Aids só fossem retomadas após o Carnaval. Rodrigues afirmou ainda que os trabalhos serão concluídos na próxima terça-feira (23).

A Secretaria Estadual de Saúde informou que não foi notificada sobre o problema em Poços de Caldas, mas que irá ficar atenta caso apareçam outras dificuldades.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Em Manaus, campanha de combate a DSTs é intensificada no Carnaval

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) anunciou que vai intensificar campanhas educativas e de prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis no período de carnaval. Os servidores vão atuar em vários pontos da cidade e devem distribuir PRESERVATIVOS e material informativo com orientações aos foliões.

As campanhas educativas têm como foco as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDS), e também, os riscos que o Tabagismo oferece à saúde.

Executada em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde (Susam) e outras instituições parceiras, a campanha está percorrendo os ensaios das escolas de samba e as festas promovidas pelas bandas e blocos de rua para fazer a distribuição de material informativo e de PRESERVATIVOS masculinos. A previsão inicial é que sejam distribuídos 800 mil PRESERVATIVOS.


Funcionamento


Quanto ao funcionamento dos serviços e unidades da rede municipal de saúde, durante o Carnaval, a Semsa avisa que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), a Maternidade Moura Tapajóz, e as seis Unidades Básicas de Saúde de Pronto Atendimento funcionarão 24 horas.

Já as Policlínicas, as Unidades Básicas de Saúde e as Unidades da Família funcionam normalmente até hoje e, depois, reabrem somente na quinta-feira, uma vez que a Prefeitura de Manaus já decretou ponto facultativo nos dias 15 e 17.

Fonte: Portal Amazônia - AM

Ministério da Saúde vai incentivar testagem em jovens a partir de 12 anos, destaca Correio Braziliense Online

Após o carnaval, o Ministério da Saúde vai incentivar o teste anti-HIV em jovens a partir de 12 anos. As informações são do Correio Braziliense Online e da Agência Brasil. Leia a matéria na íntegra a seguir.

Jovens podem fazer teste de Aids a partir de 12 anos de idade, sem autorização dos pais

Agência Brasil

O teste de Aids é uma forma responsável de evitar novos contágios, quando se passa por situações de risco, e aumentar o tempo de vida do doente. A partir dos 12 anos o jovem tem autonomia para fazer o teste, de forma sigilosa, sem necessitar de autorização dos pais.

A segunda fase da campanha de prevenção à Aids do Ministério da Saúde, que começa depois do carnaval, estimulará a população, especialmente os jovens, a fazer o teste para diagnosticar a infecção pelo vírus.

Dados do Ministério da Saúde mostram que o maior aumento do contágio é entre os jovens, as mulheres e os homossexuais com idade entre 13 e 19 anos.

Os jovens iniciam a vida sexual cada vez mais cedo. Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira, feita pelo Ministério da Saúde em 2009 mostrou que 64,8% das entrevistadas do sexo feminino entre 15 e 24 anos eram sexualmente ativas e 44% realizaram o exame pelo menos uma vez.

A coordenadora da Rede de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS, Micaela Cyrino, disse que, apesar da facilidade de acesso ao teste, a desmotivação dos jovens para fazer o exame deve-se ao preconceito contra a doença.

“Os jovens só fazem o teste quando passam por uma situação de alto risco. Eles sabem que se o resultado der positivo terão que explicar como pegaram o vírus e irão discriminá-lo”, afirmou.

O Estatuto da Criança e do Adolescente define adolescente a partir dos 12 anos. Com esta idade eles não precisam de autorização dos pais para fazer o teste.

Segundo Eduardo Barbosa, diretor adjunto do departamento DST/Aids e hepatites Virais, após fazer o exame, o adolescente é aconselhado a trazer um adulto para receber o resultado, mas ele tem o direito de confidencialidade e sigilo, se preferir.

“Se o exame der positivo o paciente é encaminhado ao atendimento psicológico, mas os profissionais de saúde precisam avaliar as condições do jovem para receber a informação, conforme orienta o Conselho Federal de Medicina”.

Barbosa explica que em todas as faixas etárias as mulheres são as que mais fazem a testagem, em função dos investimentos na saúde da mulher e principalmente nos cuidados com o pré-natal.

“Ainda associa-se a Aids à morte. Existe medo de conhecer o diagnóstico, mas isso pode significar uma morte antecipada. Quando mais cedo as pessoas conhecerem seu estado sorológico, melhor, e mais tempo de vida vão ter”.

De acordo com o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids) a pessoa interessada em fazer o teste deve se dirigir a um posto de saúde, ou a um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). O exame é gratuito e sigiloso.

Todos os testes devem ser realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério da Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA/MS) e por ela controlados.

Meninas adolescentes revelam dificuldade em conseguir preservativo e em falar com os pais sobre sexo

Desde 2000, a epidemia de aids começou a mudar de comportamento entre os jovens no Brasil. Hoje, por exemplo, na faixa etária de 13 a 19 anos, a maior parte dos casos diagnosticados da doença está entre as mulheres. Entre os jovens de 20 a 24 anos, os casos se dividem de forma equilibrada entre os dois gêneros.

Na avaliação do médico especialista em jovens Ricardo Azevedo, os adolescentes têm informações sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e a aids, porém a juventude atual não viveu o início da epidemia, e como hoje, apesar da aids ainda matar muitas pessoas, há tratamento, a doença foi um pouco esquecida.

“O medo das garotas, no geral, é de ter que enfrentar uma gravidez indesejada, e não alguma DST. De certa forma elas não se sentem vulneráveis”, comentou.

O médico infectologista do Hospital Nove de Julho, de São Paulo, Marcelo Litvoc cita dados da pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira para justificar a vulnerabilidade das adolescentes.

Segundo esta pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em 2009, 33,6% das adolescentes, entre 13 e 24 anos, não usam preservativos em relações casuais.

“O número é alto, e é mais comum que as mulheres não usem o preservativo com um parceiro fixo.”

A agente de prevenção e ativista Karina Ferreira da Cruz, 22 anos, diz que o acesso ao preservativo feminino é muito difícil.

Segundo ela, nas Unidades Básicas de Saúde, por exemplo, a garota antes de receber o preservativo, precisa fazer um cadastro para participar de reuniões de planejamento familiar.

“As meninas não têm interesse nessa fase da vida em realizar esse tipo de procedimento”, comentou. “Na realidade, a única coisa que interessa no momento é a facilidade de acesso ao preservativo, até mesmo porque a intenção é rolar o sexo e não montar uma família”, acrescenta.

Ká, como gosta de ser chamada, vive com HIV desde que nasceu.

Hoje, casada com um rapaz que não é soropositivo, Ká diz usar o preservativo em todas as relações sexuais.

Eliane Correia, de 19 anos, é estudante de jornalismo e ex-integrante do Centro de Documentação e Educação sobre viver e conviver com HIV/Aids. Para ela, a “curiosidade exagerada” dos jovens pode levar a infecção.

“Nessa época tudo acontece, como o primeiro beijo, as amizades mais intensas, o namoro, a primeira transa e também a negociação ou não do preservativo. Pelas conversas que ouço em rodas de amigas, elas alegam não usar o preservativo porque têm dificuldade de negociar o preservativo com o parceiro.”

Na opinião da jovem, a falta de conversa sobre sexualidade dos pais com as meninas influencia no aumento do caso de aids entre elas.

“Geralmente o menino como tem fama de pegador, os pais falam mais sobre sexo, mas já com as meninas o tratamento é diferente. Existe um excesso de proteção e os pais tendem a pensar que as meninas ainda não fazem sexo”, comentou.

Eliene sugere atividades de prevenção, com distribuição de preservativos e testes-rapidos de HIV, em casas noturnas e bares frequentados pelos jovens.

Fonte: Agenciaaids

Prevenção da Aids entre adolescentes começa na escola

Especialistas defendem programas que debatam a sexualidade com os alunos e tornem acesso a camisinhas mais fácil. Projeto do Ministério da Saúde reúne 50 mil colégios.


O desafio de não permitir que os casos de Aids continuem avançando entre os adolescentes brasileiros passa, necessariamente, pela educação. Especialistas no assunto defendem o investimento em projetos que garantam formação abrangente, nos quais os jovens possam discutir e se informar sobre temas como diversidade sexual, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da AIDS, gravidez na adolescência.

Igo Estrela/ Agência ObritoNews
Clary Anne (à direita) não tem vergonha de dizer que leva camisinha na bolsa

Por causa disso, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, já anunciou que pretende fortalecer o programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). Criado em 2003, o projeto é uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação. O objetivo é desenvolver, dentro das escolas públicas, ações que estimulem a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV. Além de informações, o programa disponibiliza insumos de prevenção para os adolescentes, como camisinhas.

Ainda não há estudos que mostrem o impacto das ações – realizadas em 50 mil escolas – nas estatísticas da Aids, DST ou gravidez na adolescência. Mas, de acordo com os gestores do projeto, já é possível perceber o avanço promovido pela iniciativa das escolas. “São resultados pontuais, mas bastante significativos. Alguns colégios relatam que as alunas passaram a buscar orientação ginecológica e o número de grávidas diminuiu”, conta Eduardo Barbosa, diretor-adjunto do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

O número de participantes ainda é considerado pequeno perto da quantidade de escolas do país. De acordo com o Censo Escolar 2009, o Brasil possui 161.783 colégios que oferecem educação básica. “Temos de chegar a muito mais escolas e esperamos conseguir isso. Se disponibilizarmos informação e insumos adequados, acredito que podemos diminuir os números de novas infecções”, defende Barbosa.

Cynthia Simonetti, do comitê gestor do programa Saúde e Prevenção nas Escolas no Amazonas, lamenta o baixo número de colégios participantes do projeto. Das 5234 escolas do estado, apenas 20 aderiram ao SPE. “Só no ano passado começamos a oferecer o programa. Mas, em um ano, já sentimos diferenças nessas escolas. O número de grávidas já diminuiu”, afirma.

Nos últimos seis anos, os casos de AIDS em adolescentes no estado saltaram de 83 para 205. “Ainda falta informação, especialmente no interior, e maturidade também”, opina Cynthia.

Agência ObritoNews
Professora Domingas
Resistência

À época em que foi criado, o SPE gerou polêmica. Para muitos pais, professores e religiosos, as escolas incentivariam os adolescentes a iniciar a vida sexual oferecendo preservativos. De lá para cá, os professores e coordenadores do projeto se esforçam para mostrar à comunidade escolar que a iniciativa vai além.

Antes de deixar as camisinhas à mostra para que adolescentes com vida sexual ativa possam pegá-las sem medo ou vergonha, muitos temas são debatidos com os estudantes. Domingas Rodrigues da Cunha, responsável pelo projeto no Centro de Ensino Médio 3 do Gama, no Distrito Federal, ressalta que um dos principais objetivos das atividades é fortalecer a autoestima dos estudantes.

“Eles têm de estar preparados para fazer suas próprias escolhas. As discussões sobre sexualidade deveriam ser feitas desde o nascimento das crianças”, defende. Domingas, que era professora de Matemática, se especializou em educação sexual há 11 anos e, desde então, tenta mostrar aos seus alunos a importância do conhecimento sobre o próprio corpo, as doenças sexualmente transmissíveis, o valor dos sentimentos.

Clary Anne Carvalho, 17 anos, conta que, com os encontros semanais do projeto, aprendeu sobre doenças que desconhecia e a ter coragem para enfrentar possíveis preconceitos. A estudante não tem vergonha de dizer que anda com camisinha na bolsa, sim. “A gente tem que pensar nas conseqüências dos nossos atos. Para mim, vergonha é ficar grávida porque não me preveni”, afirma.

Para Cristina Albuquerque, coordenadora do Unicef para HIV/AIDS, o principal aspecto do projeto é garantir um direito de todo adolescente: receber toda informação que necessita para se desenvolver. “Ele tem o direito de receber as informações que precisa para tomar decisões da forma mais segura possível”, ressalta.

Wânia Teles, responsável pelo grupo gestor do SPE no Distrito Federal, conta que, na capital 65 escolas participam do projeto. Agora, o desafio será expandir as ações para as escolas que oferecem Educação de Jovens e Adultos (EJA). “O programa implantou um novo paradigma na escola: inserir a educação sexual no contexto do projeto de vida do aluno, a partir da noção de que ele tem o direito de optar”, pondera.

Acesso facilitado

Os estudantes que participam do SPE aprovam a idéia de pegar preservativos na escola. Para muitos, ir até o posto de saúde mais próximo de casa para solicitar as camisinhas é sinônimo de constrangimento. “Eles pedem até identidade pra gente”, reclama Douglas Lucas Rocha, 17 anos. “Na escola, ninguém vai deixar de pegar preservativo por vergonha”, completa Anna Raquel Xavier, 16 anos.

De acordo com o estudo Saúde e Prevenção: cenários para a cultura de prevenção nas escolas, realizado pela UNESCO em 2007 com estudantes de 135 escolas públicas que participavam do projeto, a disponibilização do preservativo no ambiente escolar é considerada “uma idéia legal” para 89,5% dos estudantes e 63% dos pais.

A pesquisa ainda mostrou que 44,7% dos estudantes têm vida sexual ativa. Grande parte deles (60,9%) afirmou ter usado preservativo na primeira relação sexual. Segundo 42,7% dos estudantes, eles só não usam o preservativo nas relações porque, na hora “H”, não o tem.

Fonte: Ultimo Segundo

Estudo: tratar herpes não reduz risco de transmissão da aids

O tratamento de herpes em pessoas que também estão infectadas pelo HIV não reduz as chances das mesmas transmitirem o vírus da aids, segundo um novo estudo.

Os resultados foram uma surpresa, disse a autora principal, doutora Connie Celum, professora de saúde global da Universidade de Washington. Por razões desconhecidas, a droga aciclovir, que trata o herpes, diminui o nível do vírus da aids no sangue. Mesmo assim, Celum disse, "ninguém sabia se isso seria suficiente para reduzir a transmissão do HIV."

Para o estudo, que apareceu na semana passada no periódico The New England Journal of Medicine, pesquisadores em 14 locais da África examinaram 50 mil casais e selecionaram 3,4 mil que tinham um parceiro infectado por ambos os vírus e que concordaram em permanecer no estudo por dois anos.

Todos os participantes receberam preservativos; metade tomou aciclovir e metade um placebo. Aqueles que tomaram aciclovir tiveram 50% menos feridas genitais e menos vírus da aids no sangue.

No entanto, os pacientes em ambos os grupos transmitiram o vírus da aids aos seus parceiros a uma taxa igual. (O teste viral mostrou que quase 30% foram na verdade infectados por outros parceiros, mas esses casos foram eliminados do estudo.) Porém, a distribuição de preservativos e o aconselhamento de fato diminuíram as taxas gerais de infecção.

Embora o aciclovir seja mais barato do que as drogas antirretrovirais e tenha menos efeitos colaterais, "novas estratégias são necessárias" para impedir a transmissão da aids, concluíram os autores.

Tradução: Amy Traduções


Fonte: Noticias Terra

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Vacina contra HPV para adultas

Fernanda Aranda, iG São Paulo
Foto: Getty Images/Photodisc



Dose é disponível só para adolescentes. Anvisa estuda estender público alvo




Estudo internacional mostrou eficácia da vacina em mulheres de 24 a 45 anos


As mulheres entre 26 e 40 anos podem ganhar um importante aliado no combate ao HPV, um vírus transmitido pelo contato sexual, líder em infecção e principal responsável pelo câncer de colo de útero.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estuda liberar a aplicação da vacina contra a doença para este grupo etário. Por enquanto, o único público que tem autorização sanitária no País para receber a imunização é o de jovens do sexo feminino, de 9 a 25 anos. As doses –são três, no total, para garantir a eficácia – só são oferecidas na rede privada de saúde, por preços salgados: as três doses ultrapassam mil reais.

O pedido de ampliação de público foi feito pelo produtor da vacina, o laboratório Merck Sharp. Segundo os responsáveis pela empresa, estudos atestaram que a mesma dosagem da vacina contra o HPV aplicada em adolescentes e jovens é eficaz na mulher adulta.No total, 12 países já estão aplicando as doses nas mais velhas, entre eles Chile, Canadá e Austrália.

“Um dossiê foi encaminhado à Anvisa informando sobre a segurança de aplicação em mulheres mais velhas”, afirmou o ginecologista Nelson Vespa, responsável da Merck no Brasil pelas pesquisas com a vacina.

O especialista explica que o dossiê foi baseado nos resultados de um estudo internacional feito com 3.819 mulheres entre 24 e 45 anos, com duração de quatro anos. Ele mostrou que, também neste público, a vacina é eficaz para prevenir: a infecção persistente, as lesões de baixo grau, as lesões pré-cancerígenas de alto risco para o colo do útero, a vagina e a vulva, além de lesões genitais externas e verrugas genitais. Se a mulher nunca teve contato com nenhum tipo de vírus do HPV – são mais de 100 existentes – a eficácia de proteção é de 91%. “Atestamos também que, caso a paciente já tenha sido contaminada, a vacina auxilia em prevenir a evolução da doença”, afirma Vespa.

Além da Merck, o laboratório GSK produz uma outra vacina contra o HPV de eficácia já confirmada pelas autoridades sanitárias. Esta imunização também só está disponível na rede particular de saúde e para pessoas do sexo feminino entre 10 e 25 anos.

A Anvisa informou que já analisou o pedido de extensão etária para aplicação da vacina feito pela Merck. A Agência solicitou mais informações ao fabricante. A expectativa é que a aprovação – ou não – saia ainda este ano.

Uma coleção de casos

A infecção pelo HPV é uma doença transmitida pelo sexo sem proteção, que pode afetar homens e mulheres e, se não tratada, pode evoluir para o câncer de colo de útero. Na maior parte dos casos não há sintomas. Quando ocorrem, eles são caracterizados por verrugas ou manchas brancas na área genital. O exame principal para a detecção da doença nas mulheres é o papanicolaou.

Apesar de não existir um levantamento consolidado dos casos do chamado papiloma-vírus humano (nome científico do HPV) no País, os médicos estimam que a doença já afetou – ou vai afetar – 75% da população sexualmente ativa do País. Um estudo recém publicado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo avaliou os 56.803 casos de DSTs notificados entre janeiro de 2007 e junho de 2009 e constatou que uma em cada três registros era relacionado ao HPV (32,6%).

As projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca) também reforçam a perigosa disseminação do papiloma-vírus humano. Até o final deste ano, o Brasil vai acumular 18.430 novos casos de câncer de cólo de útero. Ele é o segundo tipo de câncer que mais mata a população feminina, atrás apenas da neoplasia de mamas.

Vacinas na rede pública

A perigosa disseminação de casos de HPV fez com que um grupo de especialistas de reunisse para estudar a implantação da vacina no calendário público de imunização. No ano passado, por meio de verba repassada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, foi implantado o primeiro Instituto Nacional de Pesquisa em HPV.

Uma das missões da entidade é mapear a prevalência da doença entre os brasileiros e brasileiras e traçar estratégias para garantir as doses gratuitas. “Essa é uma meta muito importante para o Instituto do HPV, mas que ainda não foi abordada na prática. Nos próximos meses, esperamos determinar ações para disparar projetos que discutam a implantação das vacinas profiláticas contra o HPV na rede pública”, afirma a médica Luisa Lina Villa, diretora do Instituto e também pesquisadora do Instituto Internacional Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer.

O Ministério da Saúde, o Inca e representantes dos departamentos de imunização de todo País também formaram uma câmara técnica para discutir a adoção da vacina na rede pública. O último posicionamento, afirmou o Inca, reconheceu a importância da vacinação gratuita – em especial para o público adolescente – mas alega que primeiro é preciso ter noção mais clara sobre a incidência do vírus HPV no Brasil.

Isso porque as vacinas existentes só protegem contra quatro dos mais de 100 tipos de vírus HPV. Ainda que os contemplados pela imunização sejam os mais comuns, não há um estudo sobre qual deles é o que mais circula no Brasil. Outra limitação apontada pelas autoridades brasileiras é o custo das doses.

“A introdução da vacina na rede pública significaria um impacto de R$1,857 bilhão, apenas para cobertura da faixa etária de 11 a 12 anos. Como comparação, ressalta-se que o orçamento do Programa Nacional de Imunização é de R$ 750 milhões/ano”, afirma o grupo em documento.

Enquanto a vacina não entra no calendário público, ela pode ser adquirida na rede privada. Apesar disso os especialistas ressaltam que a melhor forma de prevenção ainda é o uso de preservativo em todas as relações sexuais.

Veja algumas clínicas privadas que oferecem a vacina*


São Paulo (São Paulo)
Clinivac Imunizações
Tel.: (11) 3845-1655
Preço: R$ 380 a dose

IMUNE Vacinações
Tel.: (11) 5051-5259
Preço: R$ 380 a dose

Rio de Janeiro (Rio de Janeiro)
Kinder Clínica
Tel.: (21) 2521-5777
Preço: R$ 390 a dose

Espírito Santo (Vitória)
Centro de Vacinação da Praia
Tel.: (27) 3235-9090
Preço: R$ 380 a dose

Minas Gerais (Belo Horizonte)
Instituto H. Pardini
Tel.: (31) 3228-6200
Preço: R$ 380 a dose

Rio Grande do Sul (Porto Alegre)
Hospital Moinhos de Vento
Tel.: (51) 3314-3434
Preço: R$ 475 a dose

Santa Catarina (Joinville)
Clínica Bambini
Tel.: (47) 3423-2000
Preço: R$ 380 a dose

Pará (Belém)
CLIMEP
Tel.: (91) 3181-1644
Preço: R$ 1.077 as três doses

Bahia (Salvador)
Clínica Seimi
Tel.: (71) 3352-8233
Preço: R$ 399 a dose

Paraíba (João Pessoa)
Alergomed
Tel.: (83) 3222-7790
Preço: R$ 390 a dose


* A lista foi retirada do site do fabricante da vacina

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vacina Contra Hepatite B


Historicamente a vacina contra hepatite B foi desenvolvida a partir de plasma de doadores contendo o vírus B, sendo que o mesmo era inativado durante o processo de fabricação da vacina. A do tipo francesa era inativada pela formalina diluída a 1/4.000, durante 48 horas a 30ºC e para a norte americana, era utilizada a formalina a 1/4.000, durante 72 horas a 36ºC. Ambas eram finalmente adsorvidas em hidróxido de alumínio. O modo de preparo era suficiente para inativar quaisquer vírus presentes no sangue humano, inclusive os vírus HIV, responsáveis pela Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).

Atualmente, por meio da engenharia genética, é possível fazer a identificação e a clonagem molecular do genoma do vírus (HBsAg), tornando possível a produção de uma nova vacina. Esta vacina, DNA recombinante, possui 20µg de HBsAg por dose, sendo adsorvida em hidróxido de alumínio devendo ser conservada em geladeira entre +2 e +8ºC. Estudos comparativos entre a vacina derivada de plasma e a vacina DNA recombinante mostraram que a qualidade dos anticorpos produzidos tanto do ponto de vista de afinidade quanto de especificidade é semelhante.

A idade para vacinação, de acordo com o Programa Nacional de Imunizações de 1998, é a partir do nascimento. As doses preconizadas dependem do laboratório produtor. Para os menores de 20 anos: 5 ou 10 microgramas (0,5ml); para pessoas com idade igual ou superior a 20 anos: 10 ou 20 microgramas (1,0ml).

O esquema preconizado para os recém-nascidos é de três doses, sendo a primeira ao nascer, a segunda dose 30 dias após e a terceira seis meses após a primeira dose (esquema 0, 1 e 6 meses). Salienta-se os intervalos mínimos a serem observados: a) para a segunda dose: um mês após a primeira; b) para a terceira dose: dois meses após a segunda, desde que o intervalo de tempo decorrido a partir da primeira dose seja, no mínimo de 6 meses.

O esquema de vacinação para indivíduos adultos consiste na aplicação por via intramuscular de três doses, contendo 10 microgramas de antígeno víral (HBsAg) por dose. O intervalo entre a primeira e a segunda dose é de um mês e entre a primeira e a terceira, de seis meses. A vacina também está indicada para todos os doentes submetidos à hemodiálise, hemofílicos, homossexuais, cônjuges de doentes HBsAg positivos, toxicômanos, pessoal médico, dentistas e paramédicos, funcionários em contato com sangue e derivados.

Os indivíduos que serão submetidos à vacinação deverão ser previamente triados quanto à presença de anticorpos do tipo anti-HBsAg e do antígeno HBsAg em seus soros. Os indivíduos com sorologia positiva para o anti-HBsAg, devido à imunidade presente, estão dispensados da vacina. Os portadores crônicos de HBsAg também, pois não respondem a este estímulo antigênico. Os doentes em hemodiálise devem ser submetidos ao mesmo esquema de vacinação, porém devem receber doses de inócuo acima de 20 microgramas por dose aplicada.

Para a prevenção da transmissão vertical, ou seja, os recém-nascidos de mães HBsAg positivas devem ser vacinados imediatamente após o parto (nas primeiras 12 horas) nas doses acima preconizadas, associadas à imunoglobulina específica contra hepatite B (IGHB 0,5 ml intramuscular). Ambas, vacina e imunoglobulina, podem ser administradas simultaneamente, porém em locais de aplicação diferentes. Se não se dispuser da imunoglobulina deve-se aplicar a vacina imediatamente. Estas crianças devem receber uma dose de reforço da vacina no primeiro e no sexto mês de vida. Após isto, deve-se testar a presença do HBsAg e do anti-HBsAg. O HBsAg positivo indica falha terapêutica. O anti-HBsAg positivo indica sucesso vacinal.

Nos indivíduos normais e vacinados com o esquema proposto, cerca de 95% apresentam anticorpos protetores do tipo anti-HBsAg após a terceira dose da vacina. Nos indivíduos debilitados e imunossuprimidos a porcentagem de anticorpos produzidos é variável.

A via de aplicação deve ser de preferência a intramuscular, no músculo vasto lateral da coxa em crianças menores de dois anos de idade, ou no deltóide, acima dessa faixa etária. A vacina não deve se aplicada na região glútea. Em pacientes com graves tendências hemorrágicas, a vacina pode ser administrada por via subcutânea - caso se utilize a via intramuscular, a aplicação deve-se seguir de compressão local com gelo.

Os efeitos colaterais são raros, porém os mais freqüentes são dor local, febre, induração e fadiga. A única contra-indicação é a ocorrência de reação anafilática após a aplicação da dose anterior.

Fonte: vacinas.org.br

Vacina Contra Hepatite A


Os vírus da hepatite A são cultivados em fibroblastos humanos, a seguir são concentrados, purificados e inativados por formaldeído. Devem ser conservadas em geladeira entre +2 e +8º C, não devendo ser congeladas. São utilizadas três cepas virais, de acordo com o fabricante, a saber: HM175, CR326F e GBM. Todas, após inativação, são adsorvidas em hidróxido de alumínio. Nenhuma delas contém antibióticos como preservantes. As doses preconizadas, para os indivíduos entre 2 e 18 anos de idade, são de 0,5 ml pela via intramuscular, com dois reforços a saber: um mês e 6 a 12 após a primeira dose. Para os pacientes com mais de 18 anos deve ser aplicada em dose única, 1 (um) ml da vacina pela via intramuscular, com um reforço cerca de 6 a 12 meses após.

Esta vacina está indicada para todas as crianças acima de 2 anos de idade, para os viajantes de zonas endêmicas da doença, indivíduos que trabalham com o vírus em laboratório, militares, homossexuais, usuários de drogas e para os pacientes contaminados com o vírus da hepatite C. É uma vacina bastante eficaz, mantendo níveis de anticorpos por mais de 20 anos. Até o presente momento é contra-indicada para crianças com menos de 2 anos de idade e para àquelas que desenvolveram hipersensibilidade às doses anteriores.

As reações adversas graves não têm sido relatadas. As mais comuns são dor local, rubor, enduração. Em menos de 5% dos casos observou-se febre, diarréia, vômitos e fadiga. A cefaléia foi observada em 16% dos adultos e em 9% das crianças. As vacinas com vírus vivos atenuados também estão disponíveis, porém encontram-se ainda em testes, uma vez que poderá haver reversão do vírus atenuado para a forma selvagem.

Fonte: vacinas.org.br

Coordenação Estadual de DST/AIDS


Av. Pedro Teixeira, 25
Bairro: Dom Pedro
CEP: 69040-000
Fone: 9Fax) 2127-3532 / 2127-3531 / 2127-3559

Email: dstaids.am@hotmail.com

Páginas relacionadas: Fundação de Medicina Tropical do Amazonas
Governo do Estado do Amazonas
Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas


Coordenador:
Dr. Noaldo de Oliveira Lucena

Autoridades sanitárias notificam 278 novos casos do HIV/Sida

Kuito - Pelo menos 268 novos casos de HIV/Sida foram notificados em 2009, na província do Bié, pelas autoridades sanitárias locais, segundo informou hoje, no Kuito, o supervisor de luta contra a enfermidade, Adelino Camato.

O responsável sublinhou que, em relação ao ano de 2008, houve um aumento de mais seis novos casos, situação que tem preocupado as entidades governativas da província.
No mesmo período foram registados 56 mortes causadas pela mesma endemia, entre as vítimas mortais as autoridades sanitárias no Bié registaram 41 adultos e 15 crianças, respectivamente.

De acordo com o supervisor, na mesma época foram realizados de 13 mil 148 testes nos Centros de Aconselhamento e Testagem Voluntários (CATV), instalados nos postos médicos, maternidades, centros maternos infantis a nível da província.
Admitiu que o surgimento de novos casos tendem aumentar cada vez mais nesta parcela do país, devido a circulação de pessoas e bens, assim como a concentração de alguns cidadãos estrangeiros que desenvolvem actividades comerciais, associando-se a sensibilização sobre o modo de prevenção e de tratamento da doença desenvolvida pelo sector de saúde, bem como a instalação dos "CATVs" em todos os municípios.

Referiu que o executivo local também está a empreender grande esforço no sentido de instalar CATVs em todas sedes comunais da província, de forma que os cidadãos conheçam o seu estado serológico a partir da zona onde residem, acrescentando que, estão já controlados no Bié 14 Centros de Aconselhamentos e Testagem Voluntárias.

Frisou que para reduzir o surgimento de novos casos do Sida e outras infecções de transmissão sexuais, as autoridades sanitárias locais vão este ano intensificar as palestras de sensibilização junto das comunidades, assim como os debates radiofónicos.

Fonte: portalangop

Prostitutas distribuirão camisinhas nos prostíbulos durante o Carnaval

FMS garante o repasse dos vales transportes. Serão distribuídos 7.700 preservativos.


Parceria entre a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e a Associação das Prostitutas do Piauí (Aprospi) vai envolver profissionais do sexo nas ações de combate às doenças sexualmente transmissíveis durante o carnaval. Um grupo de 15 mulheres vai distribuir preservativos masculinos e femininos nos prostíbulos de Teresina.


A FMS fornecerá vale-transporte para o deslocamento do grupo, assim como todo o material a ser distribuído e capacitação. Além de distribuir o material, o grupo faz também o trabalho de sensibilização tanto das pessoas que vivem nos prostíbulos quanto dos freqüentadores.


De acordo com o coordenador de DST/Aids da FMS, Kledson Augusto, trata-se de ação rotineira, que ocorre durante todo o ano, mas que será intensificada no período carnavalesco. Normalmente, a FMS fornece, por mês, 450 vales transporte, cerca de 7.200 preservativos masculinos e 500 femininos, e 300 pacotinhos de gel. A parceria entre a FMS e a Aprospi, que já existe desde 2006, como parte das ações preventivas desenvolvidas pelo órgão, através da Coordenação de DST/Aids, possibilitou a execução de um projeto denominado Mutirão da Saúde.


Através desse projeto, é feita uma avaliação periódica dos homens e mulheres que vivem do sexo.A avaliação não se restringe somente às DSTs e Aids, consideradas de maior risco entre os profissionais do sexo. Eles são avaliados também em relação a hipertensão, diabetes, doenças do coração e outras. Caso apresentem algum problema de saúde, as pessoas são encaminhadas aos hospitais da rede pública municipal para tratamento e acompanhamento pela FMS.


Da Redação
redacao@cidadeverde.com

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Saiba mais sobre as doenças sexualmente transmissíveis

Quais são os números das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) no Brasil e no mundo?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ocorram, no mundo, cerca de 340 milhões de casos por ano. Nessa estimativa, não estão incluídos os casos de herpes genital e HPV. Os números são alarmantes. Uma pesquisa recente realizada pelo Ministério da Saúde sugere que mais de 10,3 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de uma DST. Desse total, cerca de 18% dos homens e 11,4% das mulheres não buscaram atendimento médico. Os problemas causados pelas DSTs podem aumentar em até 18 vezes as chances de contrair o vírus da aids (HIV). No Brasil, as estimativas de infecções de transmissão sexual na população sexualmente ativa são:
— Sífilis: 937 mil
— Gonorreia: 1,5 milhão
— Clamídia: 1,9 milhão
— Herpes genital: 640 mil
— HPV: 685 mil
Quais as DSTs mais comuns?
As DST são tidas como um grave problema de saúde pública, por afetarem muitas pessoas. Além disso, os sinais e sintomas são de difícil identificação. Uma das principais preocupações relacionadas às DSTs é o fato de facilitarem a transmissão sexual do HIV. Um grande número de infecções é transmitido predominantemente ou exclusivamente por contato sexual. Vários estudos mostram que as DSTs afetam pessoas de ambos os sexos, de todas as raças e de todos os níveis sociais.
Muitos dos casos são epidêmicos, incluindo gonorreia (uretrite gonocóccica), infecção da uretra não causada pela gonorreia (uretrite não gonocóccica), herpes genital, condiloma, escabiose e infecções na uretra e na vagina causadas por bactérias e fungos.
Além dessas doenças epidêmicas, podemos incluir a sífilis, o chato (pediculosis pubis), infecção vaginal e outras. Aids e hepatite B são transmitidas pelo contato sexual, mas também também de outras formas.
Quanto à gravidade, doenças como aids, sem uma vacina ou cura até o momento, hepatite B, que pode se tornar uma doença crônica levando à insuficiência hepática, e sífilis, que se não tratada pode apresentar um quadro neurológico grave, representam, ainda nos dias de hoje, grandes desafios.
Quais os sintomas de uma DST?
As DSTs são causadas por vários tipos de agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso consistente da camisinha, seja feminina, seja masculina, com uma pessoa que esteja infectada e, geralmente, se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. Algumas são de fácil tratamento e rápida resolução. Outras têm tratamento mais difícil ou podem persistir ativas, apesar da sensação de melhora.
Mulheres, em especial, devem ser bastante atenciosas, já que, em diversos casos de DST, não é fácil distinguir os sintomas das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher consultas periódicas ao médico. Algumas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como a hepatite B. Outras DSTs (aids e sífilis) também podem ser transmitidas da mãe infectada para o bebê durante a gravidez, o parto ou a amamentação.
O tratamento melhora a qualidade de vida, interrompe a cadeia de transmissão e também diminui o risco de transmissão do HIV/Aids, pois as feridas nos órgãos genitais favorecem a entrada do vírus.
Existe um grupo de risco para as DSTs?
Atualmente, podemos concluir que a multiplicação dos grupos de risco para aquisição de DST/aids faz com que praticamente toda a população sexualmente ativa possa se contagiar. Além disso, acredita-se que o termo “grupo de risco”, além de discriminatório, está desatualizado, e que as chances de infecção são relacionadas mais ao comportamento do que à opção sexual. Desta forma, faz-se necessário substituir o “grupo de risco” para “comportamento de risco” ao se avaliar as chances de contaminação.
Fora a área genital, os sinais podem aparecer em outras regiões do corpo?
Apesar das doenças venéreas se manifestarem na genitália externa, elas podem atingir a próstata, o útero, os testículos e outros órgãos internos. Algumas dessas infecções causam apenas irritação local, coceira e leve dor. A gonorreia e a clamídia podem causar infertilidade em mulheres.
Quais delas causam graves consequências no organismo da mulher ou do homem?
Assim como qualquer doença, as DSTs, quando não tratadas, podem levar a consequências sérias. Por exemplo, um HPV pode originar uma câncer de pênis no homem e câncer de colo de útero na mulher. Algumas uretrites mais graves podem levar a uma estenose da uretra (canal por onde passa a urina), sífilis pode originar consequências neurológicas graves, assim como promover o aparecimento de lesões genitais, que podem levar a cicatrizes e deformidades no corpo do pênis.
Pais infectados podem transmitir a doença para seus filhos?
As DSTs, quando acometem gestantes, podem atingir o feto durante seu desenvolvimento, causando-lhe lesões. Podem, também, provocar aborto, determinar uma gravidez ectópica (fora do útero) ou, ainda, causar o nascimento de crianças com graves malformações. Durante o parto, podem atingir o recém-nascido, causando doenças nos olhos e nos pulmões, entre outros problemas.
Quais são os tratamentos mais modernos?
Apesar de os tratamentos para as DST’s, hoje em dia, serem baseados no antibiótico, devem-se adotar medidas que visem não só ao tratamento da infecção clínica como à remoção das lesões em muitos pacientes. Nenhum dos tratamentos disponíveis é superior aos outros; e nenhum tratamento será o ideal para todos os pacientes nem para todas as lesões, ou seja, cada caso deverá ser avaliado para que se tenha a conduta mais adequada.
Outras medidas são necessárias para um melhor resultado: ênfase na adequada higiene, geral e genital, tratamento de patologias associadas, em especial infecções genitais, investigação e tratamento das parcerias e parceiros sexuais e abstenção das relações sexuais durante o período de tratamento. O uso regular de preservativos é fundamental paraa todos os portadores ou não de DST.

Fonte: Oskar Kaufmann, urologista, especialista em cirurgia robótica em urologia

Blog do vida

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Cresce o número de meninas portadoras do vírus HIV


Evandro Enoshita
Do Diário do Grande ABC

Há dois anos, para cada dez meninas entre 13 e 19 anos que se descobriam portadoras do vírus HIV, existiam oito meninos. No ano passado, essa proporção passou para seis adolescentes do sexo masculino a cada dez do feminino.

É de olho nesse aumento do índice de jovens contaminadas pelo HIV que o Ministério da Saúde irá focar a campanha publicitária de prevenção à Aids do Carnaval deste ano na faixa etária entre 13 e 19 anos - a única, entre adolescentes e adultos, em que o número de mulheres contaminadas supera o de homens.

Segundo o chefe da unidade de vigilância epidemiológica do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Gerson Fernando Pereira, a explicação para esses números está ligada à descoberta da sexualidade.

"Observamos que as mulheres estão se iniciando na vida sexual cada vez mais cedo. E, principalmente nessa faixa etária (de 13 a 19 anos), elas têm pouco poder de convencimento para fazer com que o parceiro use um preservativo, ficando muito vulneráveis ao contágio", observa.

Para Pereira, as campanhas publicitárias da Pasta - que neste ano irão enfocar a importância de se realizar testes de Aids - combinam-se a outras ações realizadas pelo ministério ao longo do ano. "Acredito que exista muita falta de informação. Por isso, além das campanhas publicitárias, procuramos orientar constantemente os profissionais da área da Saúde no País", completa.

Doença morta - Na opinião do médico infectologista e chefe do ambulatório de referência de moléstias infecciosas da Unidade de Saúde Vila Guiomar, em Santo André, Humberto Barjud Onias, além do problema da baixa capacidade de argumentação das adolescentes, existe o fato de muitos jovens encararem a Aids como uma "doença morta".

"Já não se veem mais pessoas famosas morrendo em consequência da contaminação pelo vírus HIV. Com isso, as pessoas acreditam que não se pega mais essa doença e se tornam negligentes. Acredito que os adolescentes da década passada eram muito mais preocupados em relação à Aids do que os dessa geração", comenta Onias.

O Ministério da Saúde registrou 11,5 mil mortes no Brasil em 2008 em decorrência da Aids. Destas, 3.100 foram notificadas no Estado de São Paulo.

‘É preciso trabalhar a aceitação da doença'', afirma psicóloga
Deprimidos, negando a doença e até esperando um milagre divino. É assim que muitos jovens chegam à porta da sala da psicóloga Vera Lucia Mencarelli, no Ambulatório de Moléstias Infecciosas da Unidade de Saúde Vila Guiomar - referência para o tratamento de Aids em Santo André -, após serem confrontados com a notícia de que são portadores do vírus HIV.

"É preciso trabalhar para que o jovem passe a aceitar a doença, ao mesmo tempo em que ele desfaz ideias fantasiosas sobre a Aids, como a de que ele irá morrer rápido. A figura de Cazuza ainda é muito emblemática", afirma Vera Lucia.

Segundo ela, esse processo de aceitação inclui muitas vezes a revelação da doença à família, ou, em alguns casos, em assumir a homossexualidade.