domingo, 20 de fevereiro de 2011

O que são as tão conhecidas DSTs?


As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha com uma pessoa que esteja infectada, e geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. As mais conhecidas são gonorreia e sífilis.
Algumas DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.
Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal) é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST, em especial do vírus da aids, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. A aids e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez, o parto. E, no caso da aids, também na amamentação.
O tratamento das DST melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas doenças. O atendimento e ao tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.

Sintomas das DST

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são muitas e podem ser causadas por diferentes agentes. Apesar disso, elas podem ter sintomas parecidos. Veja, abaixo, os principais sintomas das doenças mais comuns.
Sintomas: Corrimento pelo colo do útero e/ou vagina (branco, cinza ou amarelado), pode causar coceira, dor ao urinar e/ou dor durante a relação sexual, cheiro ruim na região.
DST prováveis: Tricomoníase, gonorreia, clamídia.
Sintomas: Corrimento pelo canal de onde sai a urina, que pode ser amarelo purulento ou mais claro - às vezes, com cheiro ruim, além de poder apresentar coceira e sintomas urinários, como dor ao urinar e vontade de urinar constante.
DST prováveis: Gonorreia, clamídia, tricomoníase, micoplasma, ureoplasma.
Sintomas: Presença de feridas na região genital (pode ser uma ou várias), dolorosas ou não, antecedidas ou não por bolhas pequenas, acompanhadas ou não de “íngua” na virilha.
DST prováveis: Sífilis, cancro mole, herpes genital, donovanose, linfogranuloma venéreo.
Sintomas: Dor na parte baixa da barriga (conhecido como baixo ventre ou "pé da barriga") e durante a relação sexual.
DST prováveis: Gonorreia, clamídia, infecção por outras bactérias.
Sintomas: Verrugas genitais ou “crista de galo” (uma ou várias), que são pequenas no início e podem crescer rapidamente e se parecer como uma couve-flor.
DST prováveis: Infecção pelo papilomavírus humano (HPV)
Não sinta vergonha de conversar com o profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre sexo ou qualquer coisa diferente que esteja percebendo ou sentindo. É direito de todo brasileiro buscar esclarecimento e informações durante o atendimento de saúde

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A Camisinha


A camisinha é o método mais eficaz para se prevenir contra muitas doenças sexualmente transmissíveis, como a aids, alguns tipos de hepatites e a sífilis, por exemplo. Além disso, evita uma gravidez não planejada. Por isso, use camisinha sempre.
Mas o preservativo não deve ser uma opção somente para quem não se infectou com o HIV. Além de evitar a transmissão de outras doenças, que podem prejudicar ainda mais o sistema imunológico, previne contra a reinfecção pelo vírus causador da aids, o que pode agravar ainda mais a saúde da pessoa.
Guardar e manusear a camisinha é muito fácil. Treine antes, assim você não erra na hora. Nas preliminares, colocar a camisinha no(a) parceiro(a) pode se tornar um momento prazeroso. Só é preciso seguir o modo correto de uso. Mas atenção: nunca use duas camisinhas ao mesmo tempo. Aí sim, ela pode se romper ou estourar.

A camisinha é impermeável.

A impermeabilidade é um dos fatores que mais preocupam as pessoas. Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos esticaram e ampliaram 2 mil vezes o látex do preservativo masculino (utilizando-se de microscópio eletrônico) e não foi encontrado nenhum poro. Em outro estudo, foram examinadas as 40 marcas de camisinha mais utilizadas em todo o mundo. A borracha foi ampliada 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhum exemplar apresentou poros.

Em 1992, cientistas usaram microesferas semelhantes ao HIV em concentração 100 vezes maior que a quantidade encontrada no sêmen. Os resultados demonstraram que, mesmo nos casos em que a resistência dos preservativos mostrou-se menor, os vazamentos foram inferiores a 0,01% do volume total. Ou seja, mesmo nas piores condições, os preservativos oferecem 10 mil vezes mais proteção contra o vírus da aids do que a sua não utilização.

Onde pegar?

Os preservativos masculino e feminino, assim como géis lubrificantes, são distribuídos gratuitamente em toda a rede pública de saúde. Caso não saiba onde retirar a camisinha, ligue para o Disque Saúde (0800 61 1997). Também é possível pegar camisinha em algumas escolas parceiras do projeto Saúde e Prevenção nas Escolas.

Que o preservativo começou a ser distribuído pelo Ministério da Saúde em 1994?

Como é feita a distribuição?

A compra da maior parte de preservativos e géis lubrificantes disponíveis é feita pelo Ministério da Saúde. Aos governos estaduais e municipais cabe a compra e distribuição de, no mínimo, 10% do total de preservativos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e de 20% nas regiões Sudeste e Sul.
Após a aquisição, os chamados insumos de prevenção saem do Almoxarifado Central do Ministério da Saúde, do Almoxarifado Auxiliar de São Paulo e da Fábrica de Preservativos Natex e seguem para os almoxarifados centrais dos estados e das capitais.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Trabalhando com mulheres e AIDS


Esta cartilha, destinada aos profissionais de saúde e da assistência social, objetiva apoiar as atividades de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e aids com mulheres, jovens e adolescentes atendidas pelos serviços de saúde e de assistência social.

No âmbito das ações intersetoriais do Plano Nacional de Enfrentamento da Feminização da Epidemia da Aids e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, estão apoiando a campanha “Camisinha, um direito seu.”

Esta campanha, voltada às mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família, tem três objetivos principais: a) estimular a utilização do preservativo em todas as relações sexuais, b) ampliar a realização do teste de aids entre essa população e c) estimular a discussão, dentro dos relacionamentos conjugais, sobre a possibilidade de adoção do uso da camisinha como forma de prevenção à aids.

Dados de acompanhamento da epidemia confirmam a importância dessa campanha. Em 1983, a infecção pelo HIV atingia 15 homens para cada mulher.

Hoje, para cada 15 homens, há 10 mulheres infectadas. Além disso, há uma inversão dessa proporção de casos de acordo com a faixa etária: em mulheres jovens de 13 a 19 anos, para cada 10 meninas infectadas, há 8 meninos infectados. Em relação ao uso do preservativo, na população mais jovem, enquanto cerca de 40% dos homens jovens usaram camisinha, menos de 30% das mulheres usaram. E, nas relações casuais, o uso do preservativo é baixo em todas as faixas etárias: entre os homens, 57% deles não usaram o preservativo; entre as mulheres, 75% delas não usaram. Em 2007, a taxa de incidência de aids em mulheres acima de 50 anos praticamente dobrou em relação a 1997: de 5,2 para 9,9 casos por 100 mil habitantes.

Esses números fazem crer que a prevenção do HIV/aids supera a atuação dos setores de saúde do governo. De fato, este é um desafio que, para ser superado, necessita do comprometimento das pessoas envolvidas com a proteção social da população, como os trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social – SUAS.

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Manual de Prevenção das DST/HIV/Aids em Comunidades Populares

Este Manual destina-se a você, que trabalha pela prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e do HIV/ aids na comunidade onde mora, nas periferias das cidades brasileiras. É um material composto por três cadernos divididos nos seguintes temas:

Caderno I - Afinando Conceitos
Caderno II - Estratégias de Prevenção em Comunidades
Populares
Caderno III – Mapeamento, Planejamento e Avaliação

Partimos do reconhecimento de que no Brasil existem muitos e diferentes territórios populares onde há uma concentração de fatores negativos que contribuem para a exposição das camadas populares frente ao HIV/ aids e a outras DST. Mas há também um conjunto de iniciativas populares positivas. Lideranças comunitárias que saem do espaço privado (da família, da vida pessoal) e buscam enfrentar os problemas coletivos, dedicando suas vidas à ação social, entre elas a prevenção do HIV/ aids e a promoção da saúde.

Para elaborar este Manual foram realizados gruposconsulta em sete cidades – Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Cuiabá, Manaus e Porto Alegre – a fim de registrar experiências e opiniões sobre a prática da prevenção nas comunidades populares. Os grupos reuniram lideranças comunitárias e representantes de organizações que atuam na prevenção de aids em periferias das cidades brasileiras. Posteriormente, já com uma versão preliminar do texto, foi organizada uma roda de leitura com oito agentes de prevenção para discutir o formato e o conteúdo da publicação. Procuramos retratar todos os debates e propostas nesta publicação, escrita para quem deseja iniciar um trabalho no lugar onde mora, para quem já iniciou e quer novas idéias ou para aqueles que já têm muita experiência, mas querem continuar aprofundando a sua prática.

Este não é um Manual informativo sobre o que é a aids, as doenças sexualmente transmissíveis e seus sintomas ou sobre as formas de tratamento. É um Manual sobre a metodologia (o como fazer) do trabalho de prevenção nas comunidades populares. Aqui você encontrará dicas para aperfeiçoar sua prática, sugestões de atividades, reflexões sobre os principais temas relacionados ao trabalho e alguns exemplos de formulários e relatórios para garantir o registro e a sistematização das suas ações.

Outros assuntos importantes trazidos pela publicação são o planejamento e a avaliação das atividades realizadas.

A proposta é que você possa contar com este Manual para ser sua fonte de inspiração, mas que, acima de tudo, ele seja uma fonte de estímulo e valorização do seu crescimento e da sua própria prática. Esperamos que a ação em comunidades na cidade, no campo, nas florestas e nas áreas rurais do Brasil se beneficie das idéias e dicas aqui propostas, avançando na recriação cotidiana de suas estratégias de prevenção.

O Manual está composto por três cadernos que se complementam. O primeiro caderno – Afinando Conceitos - traz uma discussão sobre os conceitos ligados à realização do trabalho de prevenção nas comunidades populares. O segundo caderno - Estratégias de Prevenção em Comunidades Populares - apresenta as principais estratégias de prevenção utilizadas pelas diferentes experiências brasileiras participantes deste Manual. O terceiro caderno – Mapeamento, Planejamento e Avaliação - traz uma metodologia de mapeamento, planejamento e avaliação da ação de prevenção que você realiza e uma série de sugestões de relatórios e fichas para você registrar todas as etapas do seu trabalho.

Um glossário - com a explicação de alguns termos, palavras e siglas para que você possa aprender sempre mais e/ou consultar quando precisar - finaliza esta parte. Os termos presentes no glossário estarão indicados ao longo da publicação.

O Manual dialoga com as experiências dos grupos consulta que foram realizados em diferentes cidades. Está, portanto, baseado nas opiniões de quem “faz prevenção” em comunidades populares pelo Brasil afora. Procure ler com o seu grupo de trabalho, discutindo sobre os temas propostas.

Dessa maneira, é possível construir um conhecimento coletivo e seu trabalho de prevenção ficará cada vez mais forte.

Queremos continuar ouvindo as idéias das comunidades: ao final da publicação, há uma ficha de sugestões para quem também quer contribuir para essa construção coletiva.

Depois da leitura, escreva sua sugestão e envie para nós!
“Compartilhar nossas lutas, experiências e vitórias é afirmar o quanto somos solidários com a vida”.

Grupo-consulta São Paulo
Material organizado pelo Cedaps - Centro de
Promoção da Saúde


Download cartilhas, informativos e folders

Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST
Coordenação Nacional de DST/AIDS - Brasil
3ª Edição - 1999
Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vigilância epidemiológica de DST/HIV/AIDS

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE DST/HIV/AIDS

Vigilância Epidemiológica é o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a cada momento, o comportamento ou a história natural de uma doença, e detectar ou prever mudança que possa ocorrer por alteração dos fatores que a condicionam. A sua finalidade maior vem a ser recomendar, sobre bases científicas, as medidas oportunas que levem à prevenção e ao controle dessamesma doença.

Portanto, a vigilância epidemiológica só será eficiente se puder proporcionar informações fidedignas. Caso contrário, corre-se um grande risco de levar a cabo ações de controle de forma empírica, sem que o seu impacto sobre a resolução do problema possa ser avaliado com segurança. Ainda assim, sua utilidade dependerá da capacidade dos servidores de saúde em executar as medidas recomendadas.

Sob esse ângulo, a vigilância epidemiológica constitui o sub item informação do sistema informação-decisãocontrole de doenças específicas.

As principais atribuições do serviço de vigilância epidemiológica são:
  • reunir toda a informação necessária e atualizada;
  • processar, analisar e interpretar os dados; e
  • recomendar a implantação e/ou implementação das atividades pertinentes ao controle imediato, ou a longo prazo, da doença.
Em poucas palavras, poderíamos definir a atividade de vigilância epidemiológica como informação para a ação.

PRINCÍPIOS E USOS DA EPIDEMIOLOGIA

A epidemiologia ocupa-se do "estudo dos fatores que determinam a freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas", e constitui-se em um dos instrumentos centrais que orientam as ações da Saúde Pública. Hoje em dia, os procedimentos analíticos, tradicionalmente utilizados pela epidemiologia, vêm sendo apropriados pela clínica médica, buscando explicações de cunho científico para a ocorrência e tratamento das doenças em nível individual.

Vários autores têm procurado sistematizar os diferentes usos da epidemiologia, destacando-se a obra de Morris, que identifica os seguintes: descrição histórica das doenças; diagnóstico de saúde da comunidade; avaliação de serviços de saúde; quantificação de riscos de adoecimento; identificação de síndromes; descrição completa de quadro clínico; e etiologia de doenças.
Em seminário promovido pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS), foram caracterizadas 04 grandes áreas de atuação da epidemiologia nos serviços de saúde, na América Latina:

  • Estudos da Situação de Saúde: ampliação das concepções dos diagnósticos de saúde, cujas características principais implicam a descrição da morbi-mortalidade e permitem a sua explicação à luz das condições de vida e de trabalho dos diferentes grupos sociais.
  • Vigilância Epidemiológica: provisão dos elementos necessários, em termos de informação epidemiológica, para a prática de controle de doenças, especialmente daquelas que compõem o conjunto da doençasnotificáveis.
  • Estudos de Natureza Causal: explicação etiológica das doenças, o que permite determinar o prognóstico das intervenções a serem promovidas sobre as pessoas, a partir de ações preventivas e/ou terapêuticas. Nesse sentido, vêm-se promovendo acelerados avanços dentro do campo que se tem identificado como "epidemiologia clínica".
  • Avaliação Epidemiológica de Serviços, Programas e Tecnologias: avaliação genérica da prestação de serviços de saúde, compreendendo o impacto gerado pelas ações efetuadas sobre as populações, até a mensuração do impacto específico gerado pela introdução de novas tecnologias, aproximando a epidemiologia do campo da avaliação tecnológica.
Pode-se afirmar, identificando-se os diferentes usos da epidemiologia, que ela se presta, em termos gerais, a subsidiar, no plano político, o estabelecimento das linhas de planejamento dos serviços de saúde; e em termos mais particulares, a orientar o plano gerencial, definindo as medidas de impact das intervenções implementadas.

VIGILÂNCIA APRIMORADA DAS DST

Implantada desde 1996, consiste na notificação/investigação de casos de DST, em serviços de saúde selecionados, para o acompanhamento das tendências destes agravos. Outras fontes de informação devem ser utilizadas para complementar as análises de tendência;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA VIGILÂNCIA APRIMORADA

Monitorar a incidência e/ou prevalência das DST em serviços selecionados, de acordo com as definições de caso estabelecidas, as quais detalharemos a seguir.

DEFINIÇÕES DE CASO

  • SÍFILIS PRIMÁRIA: presença de úlcera geralmente única e indolor, associada à pesquisa de Treponema pallidum “em campo escuro” positiva, ou RPR, ou VDRL ,ou FTA-Abs reagentes ou não.
  • SÍFILIS SECUNDÁRIA: presença de sifílides papulosas disseminadas (principalmente palmo-plantares), e/ou condiloma plano, acompanhadas ou não por poliadenomegalia, e VDRL, ou RPR, ou FTA-Abs reagentes.
  • SÍFILIS LATENTE RECENTE: presença de VDRL, ou RPR, ou FTA-Abs reagentes em portador assintomático de sífilis, com menos de 1 ano de evolução.
  • OUTRAS FORMAS DE SÍFILIS (LATENTE TARDIA E TERCIÁRIA) : qualquer forma de sífilis que não a sífilis recente (ou seja, com mais de 1 ano de evolução ), confirmada clínica e/ou laboratorialmente por meio de RPR ou VDRL ou FTA-Abs reagente.
  1. SÍFILIS LATENTE TARDIA: não se observam sinais e sintomas clínicos e portanto tem o seu diagnóstico feito mediante testes sorológicos.
  1. SÍFILIS TERCIÁRIA: os sinais e sintomas geralmente ocorrem após 3 a 12 anos de infecção ou mais, principalmente por lesões cutâneo-mucosas (tubérculos ou gomas), neurológicas (demência), cardiovasculares (aneurisma aórtico) e articulares (artropatia de Charcot).
  • CANCRO MOLE: presença de lesão genital ulcerada, geralmente múltipla e dolorosa, associada à bacterioscopia pelo Gram apresentando estreptobacilos Gram negativos, sugestivos de H. ducreyi.
  • HERPES GENITAL: evidência ou história de lesões vesiculosas agrupadas em "cacho" sobre base eritematosa, cujo aparecimento foi precedido de ardor ou prurido, especialmente com história de recorrência das lesões, associado ou não com presença de células gigantes com inclusões intranucleares (de Tzank) ao exame microscópico direto do líquido vesicular.
  • DONOVANOSE: presença de ulceração com borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, com fundo granuloso, de sangramento fácil, de evolução lenta e progressiva, associado à identificação dos corpúsculos de Donovan no material obtido por biópsia.
  • LINFOGRANULOMA VENÉREO: presença de linfadenopatia inflamatória uni ou bilateral, acompanhada ou não por úlcera genital perceptível, acompanhado por IMF Direta ou outros exames reagentes para clamídia.
  • INFECÇÃO GONOCÓCICA: no homem observa-se a presença de corrimento uretral geralmente purulento, associado a bacterioscopia com diplococos Gram negativos intracelulares; na mulher ocorre hiperemia, e/ou edema, e/ou friabilidade, e/ou ectopia cervical, e/ou mucopus cervical associado à cultura positiva para Neisseria gonorrhoeae, ou apenas cultura positiva em mulher assintomática.
  • OUTRAS INFECÇÕES CAUSADAS POR CLAMÍDIA DE TRANSMISSÃO SEXUAL: no homem pode ser observada a presença de corrimento uretral associado a ELISA ou IMF Direta reagente para clamídia; na mulher observa-se mucopus cervical associado a ELISA ou IMF Direta ou outros exames específicos, ou apenas ELISA ou IMF Direta reagentes.
  • OUTRAS URETRITES: presença de corrimento uretral, porém a bacterioscopia pela coloração de Gram e/ou cultura são negativas para o gonococo, e ELISA ou IMF Direta não são reagentes para clamídia.
  • OUTRAS CERVICITES: presença de mucopus cervical associado ou não a hiperemia, friabilidade, ectopia ou colpite, porém a cultura é negativa para Neisseria e ELISA ou IMF Direta para clamídia não são reagentes.
  • CONDILOMA ACUMINADO/HPV: presença de lesão vegetante característica, única ou múltipla, localizada ou difusa e de tamanho variável.
  • INFECÇÃO SUBCLÍNICA OU LATENTE PELO HPV: presença de lesões acetobrancas ou achado de evidência de HPV em outros exames.
  • CANDIDÍASE VAGINAL: presença de corrimento branco grumoso, com aspecto caseoso (“leite coalhado”), geralmente aderido às paredes vaginais, associado à presença de micélios birrefrigentes ou de esporos, ao exame à fresco do conteúdo vaginal.
  • TRICOMONÍASE VAGINAL: presença de corrimento amarelado ou amarelo-esverdeado, bolhoso, com odor fétido, associado à presença de parasitas, movimentando-se ativamente entre as células epiteliais e os leucócitos no exame à fresco, ou corado, do conteúdo vaginal.
  • VAGINOSE BACTERIANA: presença de ao menos 3 (três) dos seguintes critérios, ou apenas os dois últimos: 1) corrimento vaginal homogêneo, geralmente acinzentado; 2) pH vaginal > 4,5; 3) teste das aminas positivo; 4) presença de “clue-cells” ao exame à fresco, ou corado, do conteúdo vaginal.
Definições de casos de DST baseadas na abordagem sindrômica:

  • ÚLCERA GENITAL: presença de lesão ulcerada em região genital, de origem não traumática.
  • CORRIMENTO URETRAL EM HOMEM: presença de corrimento uretral verificado com o prepúcioretraído e, se necessário, pela compressão da base do pênis em direção à glande.
  • CORRIMENTO CERVICAL: presença de mucopus cervical verificado obrigatoriamente ao exame especular.
  • CORRIMENTO VAGINAL: presença de corrimento vaginal associado a hiperemia, e/ou edema da mucosa vaginal, associado ou não a sinais de colpite, com ou sem ectrópio.
  • DOR PÉLVICA: dor à descompressão ou defesa muscular abdominal ou dor à mobilização do colo ou anexos ao toque vaginal combinado.
COMPONENTES DO SISTEMA

POPULAÇÃO SOB VIGILÂNCIA

Populações que freqüentam os serviços selecionados. Os dados de incidência e prevalência terão como denominador a população masculina e feminina, maior de doze anos de idade, atendida nos serviços.

PERÍODO DE COLETA DE DADOS

Os dados serão coletados continuamente de todos os pacientes com DST atendidos nos serviços
selecionados.

INFORMAÇÃO COLETADA

Será preenchida uma ficha específica (ANEXO X) para cada paciente com DST, na qual serão coletados:
a) dados gerais;
b) dados do paciente;
c) dados comportamentais;
d) dados de laboratório; e
e) diagnóstico final.

FONTES DAS INFORMAÇÕES

Os serviços possuem: profissionais de saúde treinados no manejo das DST e retaguarda laboratorial. O número de serviços participantes será expandido gradualmente.

TRANSFERÊNCIA DAS INFORMAÇÕES

Os casos que obtiverem conclusão diagnóstica deverão ser encaminhados mensalmente para a instituição responsável pela Vigilância Aprimorada das DST na Secretaria Municipal de Saúde.

OBS: a conclusão diagnóstica deve seguir a definição de caso apresentada anteriormente. Caso algum dos exames laboratoriais não esteja disponível, o caso deve ser fechado e a ficha encaminhada apenas com as informações do exame físico.

Um software específico para entrada e manejo dos dados (SIVADST) foi desenvolvido, de modo que a transferência das informações da Unidade notificante deverá ser realizada por meios eletrônicos.

A digitação das fichas deverá ser realizada no nível local (unidade notificante). Na impossibilidade, no nível Municipal, e persistindo a impossibilidade, no nível Estadual. A Secretaria Municipal fará a transferência dos dados das unidades notificantes de sua área de abrangência para a Coordenação Estadual de DST/AIDS (os consolidados serão gerados pelo SIVADST) e esta transferirá os dados para a Coordenação Nacional de DST e Aids até o dia 5 de cada mês.

ANÁLISE DOS DADOS

Por meio dos relatórios gerados pelo SIVADST será possível a análise dos dados pelos diferentes níveis de recepção das informações, de acordo com sua área de abrangência e responsabilidade (local, Municipal, Estadual e Nacional).

O SIVADST gerará arquivos “DBF,” o que permite a utilização de softwares como EPI-INFO e outros para a análise dos dados.

DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES

As informações de âmbito Nacional coletadas por este sistema serão disseminadas trimestralmente por meio do Boletim Epidemiológico das DST da CNDST/AIDS. Este boletim tem tiragem de 10.000 exemplares e é distribuído para a rede do Sistema Único de Saúde, além de poder ser acessado em www.aids.gov.br / Boletins Epidemiológicos.

É recomendável que os níveis Local, Estadual e Municipal realizem análises e divulguem seus dados.

UTILIDADE DO SISTEMA

Os dados gerados por este sistema serão adicionados a outras fontes de informação sobre DST no país, para dar subsídios aos diversos níveis de governo em relação ao planejamento e avaliação das ações de controle das DST.

REPRESENTATIVIDADE DO SISTEMA

Os dados não podem ser extrapolados para a população geral pois as características das pessoas
(comportamento, morbidade, procedência geográfica, etc.), atendidas nos serviços selecionados, podem diferir das características presentes na população geral. Entretanto, as informações geradas poderão demonstrar a tendência de DST selecionadas entre os indivíduos atendidos em cada serviço selecionado, desde que mantida a consistência do sistema (definições de caso, capacidade diagnóstica, acesso da população aos serviços, etc.).

NOTIFICAÇÃO DAS DST POR MEIO DO SINAN

Como a modalidade de vigilância aprimorada apresenta limitações, as DST atendidas nas unidades não participantes do sistema poderão ser notificadas às Secretarias de Saúde por meio do SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) para utilização como indicadores operacionais para alocação de verbas, compra de insumos de laboratório e medicamentos, projetos e programas específicos, dentre outros.

Vários serviços de saúde enviam suas notificações de casos de DST às secretarias de saúde, que, sem um instrumento adequado, deixam de utilizar estas informações valiosas para suas ações de controle destes agravos. Desta forma, o SINAN já incluiu em sua lista de doenças passíveis de notificação as seguintes entidades nosológicas:
· Cancro mole;
· Candidíase;
· Donovanose;
· Herpes genital;
· HPV/condiloma acuminado;
· HTLV;
· Infecção por clamídia;
· Sífilis primária,
· Sífilis secundária,
· Sífilis latente recente;
· Tricomoníase;
· Vaginose bacteriana;
· além de Outras Formas de Sífilis e Linfogranuloma Venéreo que já faziam parte da lista de agravos.

Os quadros sem definição etiológica poderão ser notificados pelo SINAN por meio das síndromes clínicas listadas abaixo :
· Síndrome de úlcera genital;
· Síndrome de corrimento uretral;
· Síndrome de corrimento vaginal;
· Síndrome de corrimento cervical;
· Síndrome de dor pélvica.

As informações assim coletadas poderão também ser úteis na complementação dos dados referentes aos sítios de vigilância aprimorada, nas análises locais de magnitude e tendências das DST.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA AIDS

Todos os casos de aids são de notificação compulsória, desde que preenchidos alguns dos critérios de definição de casos em crianças ou em indivíduos com 13 anos ou mais, critérios estes estabelecidos pelo Ministério da Sáude, e revisados periodicamente (vide www.aids.gov.br , em Epidemiologia e Promoção de Capacitação de Recursos Humanos/ Vigilância Epidemiológica e Análise de Dados/Vigilância/Vigilância da Aids/Definições de Casos de Aids).

A notificação do caso para as autoridades de Saúde Pública deve ser feita com a utilização de ficha específica (ANEXO X) e é de responsabilidade do profissional médico que atende o paciente. A investigação é de responsabilidade das equipes locais de vigilância epidemiológica. O sistema de informações utilizado é o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), que prevê um fluxo de informações do nível mais periférico, que pode ser o próprio serviço que atende o paciente, para os níveis mais centrais das diversas esferas de atenção à Saúde, sendo mensalmente condensados em Brasília, na Coordenação Nacional de DST e Aids.

Os dados atualizados são disponibilizados trimestralmente no Boletim Epidemiológico AIDS, que pode também ser acessado em www.aids.gov.br / Boletins Epidemiológicos. Análises mais aprofundadas da epidemia podem ser encontrados em www.aids.gov.br /Epidemiologia e Promoção da Capacitação de Recursos Humanos/Vigilância Epidemiológica e Análise de Dados/ A Epidemia de Aids no Brasil e no Mundo.

DEFINIÇÃO DE CASO DE AIDS

A definição atualmente utilizada no Brasil (Critério Rio de Janeiro-Caracas) considera como um caso de aids todo indivíduo com 13 anos ou mais que apresente evidencia laboratorial de infecção pelo HIV e um somatório de, no mínimo, 10 pontos de acordo com a seguinte escala de sinais, sintomas ou doenças em pacientes comprovadamente infectados pelo HIV:

Os sinais, sintomas e doenças acima citados são definidos da seguinte forma:

· Sarcoma de Kaposi: diagnóstico definitivo (microscopia) ou presuntivo, por meio do reconhecimento macroscópico de nódulos, tumorações ou placas eritematosas ou violáceas características na pele e/ou mucosas.

· Tuberculose disseminada/extrapulmonar não-cavitária: tuberculose disseminada (especialmente do sistema nervoso central, ou SNC), incluindo as formas pulmonares, radiologicamente atípicas ou não, associadas a outra localização extrapulmonar ou tuberculose extrapulmonar em mais de uma localização (especialmente ganglionar); ou tuberculose pulmonar com padrão radiológico atípico (miliar, infiltrado interstical, não cavitário). Diagnóstico etiológico por meio de baciloscopia, histologia ou cultura.

· Disfunção do sistema nervoso central: indicada por confusão mental (exemplo: desorientação temporal ou espacial), demência, diminuição do nível de consciência (exemplo; estupor ou coma), convulsões, encefalite, meningites de qualquer etiologia (exceto por criptococo), incluindo as de etiologia desconhecida, mielites e/ou testes cerebelares anormais.
· Candidíase oral: pode ser diagnosticada pela aparência macroscópica de placas brancas em base eritematosa, removíveis, na mucosa oral.

· Leucoplasia pilosa oral: placas brancas pilosas não removíveis na língua e/ou cavidade oral.
· Diarréia por um período igual ou superior a 1 mês: duas ou mais evacuações frouxas ou líquidas por dia, constante ou intermitente, por pelo menos um mês.

· Febre igual ou superior a 38º, por um período igual ou superior a 1 mês: constante ou intermitente.

· Caquexia ou perda de peso superior a 10 %: emaciação ou perda de peso superior a 10% do peso normal do paciente.

· Anemia: hematócrito inferior a 30% em homens e a 25% em mulheres, ou hemoglobina inferior a 11 mg/ml em homens e 10mg/ml em mulheres.

· Linfopenia: contagem absoluta de linfócitos inferior a 1.000/mm3

· Trombocitopenia: inferior a 100.000/ mm3

· Tosse persistente ou qualquer pneumonia (exceto tuberculose): qualquer pneumonia ou pneumonite determinada radiologicamente, ou por outro método de diagnóstico.

VIGILÂNCIA DO HIV

No Brasil, a notificação de indivíduos HIV-positivos que não preencham nenhum dos critérios da definição de caso de aids do Ministério da Saúde, não é compulsória. O monitoramento da epidemia de HIV é feito, basicamente, por meio das notificações de casos de aids, a mais grave manifestação da infecção por este vírus. Entretanto, com os recentes avanços no acompanhamento médico dos indivíduos HIV-positivos, principalmente com o uso dos medicamentos anti-retrovirais, nota-se uma modificação bastante importante da história natural da infecção, com aumento significativo do período de infecção assintomática. Com isso, tornase cada dia mais importante a vigilância da infecção assintomática do HIV, e da dinâmica da infecção nos diversos grupos populacionais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe que a vigilância epidemiológica do HIV seja feita pelo acompanhamento da tendência da prevalência instantânea da infecção em grupos com diferentes riscos, o que é usualmente denominado vigilância-sentinela. No Brasil, selecionamos dois grupos: o primeiro, com maior risco, de pacientes com DST; e o outro, com menor risco ou risco geral, de parturientes e pacientes de prontos-socorros. Para monitorar a prevalência instantânea, criou-se, em 1997, uma Rede Sentinela Nacional para Vigilância do HIV, contando com 150 sítios para a realização de cortes semestrais. Além da Rede, é feito o acompanhamento da prevalência nos doadores de sangue e nos usuários dos Centros de Testagem Anônima (CTA).

Fonte:
Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis -DST
Coordenação Nacional de DST/AIDS
3ª Edição - 1999

Convocação de parceiros

CONVOCAÇÃO DE PARCEIROS

É de extrema importância a convocação dos parceiros sexuais para que eles possam buscar atendimento médico o mais breve possível. É recomendada a explicação dos mecanismos de transmissão das DST, a possibilidade de ocorrência de casos assintomáticos e de complicações graves. A convocação dos parceiros obedecerá aos princípios da confidencialidade, ausência de coerção e proteção contra a discriminação. Poderá ser realizada por meio do uso progressivo dos seguintes métodos: convocação pelo paciente índice, convocação por correspondência (aerograma) e busca ativa por profissional de saúde.

O cartão entregue ao(s) parceiro(s) pelo paciente deverá ser preenchido pelo profissional que realiza o atendimento, e objetiva formalizar o compromisso do paciente índice com a saúde sexual de seus parceiros, e facilitar o atendimento dos que procuram serviços de saúde.

Caso os parceiros não atendam à convocação por cartão (em uma semana), ou o paciente índice não queira entregar os cartões (mas forneça dados de identificação dos parceiros), pode-se realizar a convocação por meio do uso de aerogramas. A confidencialidade do paciente índice deve ser preservada. Os aerogramas devem conter: código da doença e síndrome do caso índice (conforme a relação de números que constam no verso da nova planilha de notificação das DST); breve texto solicitando comparecimento a um serviço de saúde por motivo de interesse pessoal; lista de locais disponíveis para atendimento no município; assinatura e unidade de procedência do profissional de saúde responsável pela convocação.

Na eventualidade do não comparecimento de parceiros convocados por aerograma em uma semana, pode-se proceder à busca ativa por meio de profissionais treinados. O profissional realizará não apenas a convocação, como também informará e orientará sobre aspectos relacionados à prevenção das DST. Caso a escassez de recursos limite esta atividade, a seguinte prioridade pode ser estabelecida: DST na gestante ou seu parceiro.

Durante a execução das atividades de busca ativa, o sigilo sobre a identidade do paciente índice deve ser mantido, entretanto, existem exceções importantes. De acordo com o artigo segundo da resolução número 1359/92 do Conselho Federal de Medicina, o sigilo profissional deve ser rigorosamente respeitado em relação a pacientes com aids, porém, será permitida a quebra de sigilo por justa causa (proteção à vida de terceiros, incluindo os parceiros sexuais) quando o próprio paciente recusar-se a fornecer-lhes a informação quanto à sua condição de infectado.

É importante que se estabeleça comunicação entre as unidades de atendimento a pacientes com DST a fim de se detectar os casos que necessitam do envio do aerograma ou da busca ativa. A existência de um profissional em cada centro de saúde responsável pelo sistema de convocação de parceiros tornaria esta atividade possível.

Fonte:
Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis -DST
Coordenação Nacional de DST/AIDS
3ª Edição - 1999

Preservativos

PRESERVATIVOS

Embora tenha dupla função (anticonceptiva e profilática), o preservativo sempre esteve mais diretamente ligado à prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST). Antes de surgirem métodos anticoncepcionais como a "pílula", o DIU, o diafragma e a esterilização cirúrgica, por exemplo, o preservativo (juntamente com a prática do coito interrompido) parece ter desempenhado papel relevante na regulação da fecundidade, em vista das reduzidas alternativas anticonceptivas então disponíveis. Contudo, a principal finalidade de seu uso era a prevenção de DST. Isto é válido tanto para os jovens e adolescentes que iniciavam a vida sexual (geralmente, com trabalhadoras sexuais) quanto para homens adultos e casados, em relações extraconjugais.

A partir da década de 50, com o desenvolvimento da penicilina e de outros antibióticos eficazes, as práticas e comportamentos preventivos quanto às DST foram se tornando, cada vez, menos adotados. Para isto, também contribuiu a rápida evolução dos costumes (que instaurou, na grande maioria das sociedades, uma maior liberalidade sexual), desestimulando o recurso aos serviços das trabalhadoras sexuais. Além disso, o aparecimento da pílula anticoncepcional permitiu à mulher ter domínio sobre sua função reprodutiva, pela primeira vez, na história. Sem dúvida, estes foram fatores determinantes para que o uso do preservativo se tornasse, gradualmente, inexpressivo sobretudo nos países em desenvolvimento.

No Brasil, o preservativo é muito pouco usado, seja como método anticonceptivo ou seja como método profilático das DST/aids. Em pesquisas nacionais realizadas junto a mulheres em idade fértil (MIF), isto é, na faixa etária de 15 a 44 anos, casadas ou em união, o uso do preservativo foi reportado por apenas 1,7% ou 1,8% de todas as usuárias de métodos anticoncepcionais. Entretanto, estes resultados parecem estar subestimados. Com efeito, levantamentos locais junto a homens sexualmente ativos, na faixa etária dos 15 aos 24 anos, detectaram índices de uso do preservativo que variaram de 12,5% a 32,4% (no Rio de Janeiro, respectivamente, para os jovens unidos e não unidos); de 14,7% a 34,1% (em Curitiba); e de cerca de 18% a 40,4% (em Recife). Na cidade de Campinas (São Paulo), pesquisa realizada junto a 305 homens de 18 a 30
anos (solteiros, em sua grande maioria), chegou a resultados similares: 75% dos entrevistados reportaram relações sexuais que ocorreram nos 30 dias anteriores à pesquisa, mas apenas 29,8% destes relataram o uso constante do preservativo.

De qualquer modo, estes níveis de uso do preservativo, sobretudo em tempos de aids, ainda são muito baixos. De certa forma, isso poderia ser justificado por fatores como: "ter um relacionamento estável", "não manter relações casuais ou promíscuas", "ter um bom conhecimento sobre a parceira atual" e "a parceira está usando outro método anticoncepcional", conforme foi detectado em diversas pesquisas qualitativas. Contudo, o surgimento da aids, doença de alta letalidade, para a qual ainda não há medicamentos preventivos, impõe mudanças nos comportamentos, atitudes e práticas sexuais, tanto por parte dos indivíduos quanto da sociedade como um todo.

Sem dúvida, com a crescente possibilidade de exposição ao HIV, o exercício da sexualidade voltou a exigir cuidados com a transmissão de doenças e, neste caso, as medidas preventivas devem ser tomadas por todos os indivíduos, independentemente dos fatores idade ou sexo. Mesmo as pessoas que, por desejarem ter filhos, por serem estéreis ou terem se submetido à esterilização cirúrgica voluntária ou, ainda, por já se encontrarem fora do período reprodutivo não necessitavam recorrer ao uso de métodos anticoncepcionais,
também se vêem, hoje, obrigadas a utilizar em sua prática sexual um método de barreira, destinado a minimizar os riscos de exposição ao HIV.

Com isto, a aids veio revalorizar um método antigo, cujos níveis de utilização, em todo o mundo, vinham em constante declínio desde meados da década de 50. Essa rápida mudança, entretanto, também exige mudanças de atitude por parte dos indivíduos, particularmente aquelas que se referem à aceitabilidade e ao uso efetivo de um método (anticoncepcional e profilático) ainda considerado como antiquado, além de ser estigmatizado, pois muito freqüentemente ele é associado a relacionamentos sexuais ilícitos e/ou promíscuos, bem como a práticas sexuais também consideradas como de alto risco.

O uso de preservativos, tanto masculinos quanto femininos, por pessoas sexualmente ativas, é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão do HIV e de outros agentes sexualmente transmissíveis. Sua segurança, no entanto, depende da técnica de uso e de seu uso sistemático em todas as relações sexuais.

PRESERVATIVO MASCULINO

  • deve ser armazenado afastado do calor, observando-se a integridade da embalagem, bem como o prazo de validade;
  • deve ser colocado antes da penetração, após obtida ereção peniana;
  • o receptáculo existente na extremidade do preservativo deve ser apertado durante a colocação, retirando todo o ar do seu interior;
  • ainda segurando a ponta do preservativo, desenrolá-lo até a base do pênis;
  • devem ser usados apenas lubrificantes de base aquosa pois o uso de lubrificantes oleosos (como vaselina ou óleos alimentares) danifica o látex, aumentando o risco de ruptura;
  • no caso de ruptura, o preservativo deve ser substituído imediatamente;
  • após a ejaculação, retirar o pênis ainda ereto, segurando o preservativo pela base para que não haja vazamento de esperma; e
  • o preservativo não deve ser reutilizado, devendo ser descartado no lixo (nunca no vaso sanitário) após o uso.
Usuários constantes dos preservativos masculinos apontam como fatores de risco para ruptura ou escape:
  • más condições de armazenamento;
  • não observação do prazo de validade;
  • lubrificação vaginal insuficiente;
  • sexo anal sem lubrificação adequada;
  • uso de lubrificantes oleosos;
  • presença de ar e/ou ausência de espaço para recolher o esperma na extremidade do preservativo;
  • tamanho inadequado em relação ao pênis;
  • perda de ereção durante o ato sexual;
  • contração da musculatura vaginal durante a retirada do pênis;
  • retirada do pênis sem que se segure firmemente a base do preservativo;
  • uso de dois preservativos (devido à fricção que ocorre entre eles); e
  • uso de um mesmo preservativo durante coito prolongado.
PRESERVATIVO FEMININO

  • deve ser armazenado afastado do calor, observando-se a integridade da embalagem, bem como o prazo de validade;
  • não deve ser usado junto com o preservativo masculino;ao contrário do preservativo masculino, o feminino pode ser colocado até oito horas antes da relação, e retirado com tranqüilidade após a relação, de preferencia antes da mulher levantar-se, para evitar que o esperma escorra do interior do preservativo;
  • o preservativo feminino já vem lubrificado, no entanto, se for preciso, devem ser usados na parte interna, apenas lubrificantes de base aquosa pois o uso de lubrificantes oleosos (como vaselina ou óleos alimentares) danifica o látex, aumentando o risco de ruptura;
  • para colocá-lo corretamente, a mulher deve encontrar uma posição confortável (em pé com um dos pés em cima de uma cadeira, sentada com os joelhos afastados, agachada ou deitada); o anel móvel deve ser apertado e introduzido na vagina; com o dedo indicador ele deve ser empurrado o mais profundamente possível para alcançar o colo do útero; a argola fixa (externa) deve ficar aproximadamente 3 cm para fora da vagina; durante a penetração o pênis deve ser guiado para o centro do anel externo;
  • deve ser utilizado um novo preservativo a cada nova relação.
O uso regular de preservativos pode levar ao aperfeiçoamento na técnica de utilização, reduzindo a freqüência de ruptura e escape e, conseqüentemente, aumentando sua eficácia.

POs preservativos devem ser promovidos e oferecidos aos pacientes, como parte da rotina de atendimento.

Fonte:
Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis -DST
Coordenação Nacional de DST/AIDS
3ª Edição - 1999

Aconselhamento em DST

ACONSELHAMENTO

O aconselhamento é entendido como um “processo de escuta ativa individualizado e centrado no cliente.

Pressupõe a capacidade de estabelecer uma relação de confiança entre os interlocutores, visando o resgate dos recursos internos do cliente para que ele mesmo tenha possibilidade de reconhecer-se como sujeito de sua própria saúde e transformação.” (CN DST/Aids - MS, 1997)

Tido como um instrumento importante para a quebra na cadeia de transmissão das DST, o aconselhamento auxilia o paciente a:
  • compreender a relação existente entre o seu comportamento e o problema de saúde que estáapresentando,
  • a reconhecer os recursos que tem para cuidar da sua saúde e evitar novas infecções.
Esta prática pressupõe o reconhecimento pelo profissional de que o sucesso a ser alcançado depende da ação conjunta de ambos interlocutores (profissional e paciente). Implica, portanto, na participação ativa do paciente no processo terapêutico e na promoção de um diálogo no qual a mensagem é contextualizada às características e vivências do indivíduo em atendimento. A idéia demarcada no processo de aconselhamento é a TROCA:
  • por um lado há o profissional com seu saber técnico científico, suas crenças, valores e suas possibilidades e limites em manejar/conduzir cada caso, e
  • por outro lado há o paciente com seu saber, crenças, valores e suas possibilidades e limites em adotar medidas preventivas e seguir as prescrições médicas.
OBJETIVOS DO ACONSELHAMENTO

Na medida que, no processo de aconselhamento, a “demanda” do paciente, entendida como suas necessidades, dúvidas, preocupações, medos, angústias, etc., relacionadas ao seu problema de saúde, é identificada e acolhida, torna-se possível o desenvolvimento de uma relação de confiança e a promoção de apoio emocional. Dessa forma, o nível de estresse do paciente é reduzido, propiciando as condições para o alcance dos seguintes objetivos:
  • trocar informações sobre DST, HIV e aids, suas formas de transmissão, prevenção e tratamento;
  • realizar avaliação de riscos, permitindo a compreensão/consciência a respeito dos riscos pessoais de infecção para a DST atual e para o HIV;
  • identificar os limites e as possibilidades existentes para a adoção de medidas preventivas, estimulando o cuidado de si e dos parceiros;
  • promover a adesão ao tratamento; e
  • promover a comunicação e tratamento do(s) parceiro(s) sexual(is).
ACONSELHAMENTO INDIVIDUAL E COLETIVO

O aconselhamento pode ser realizado tanto em grupo como individualmente. Na abordagem coletiva, as questões comuns expressas pelos participantes devem nortear o conteúdo a ser abordado. Nesse sentido, a identificação da demanda do grupo é fundamental.

No grupo, as pessoas têm a oportunidade de redimensionar suas dificuldades ao compartilhar dúvidas, sentimentos, conhecimentos, etc. Em algumas circunstâncias, essa abordagem pode provocar alívio do estresse emocional vivenciado pelos pacientes. A dinâmica grupal também pode favorecer o indivíduo a perceber sua própria demanda, a reconhecer o que sabe e sente, estimulando sua participação nos atendimentos individuais subsequentes. Os grupos realizados em sala de espera podem ser um exemplo dessa abordagem, além de otimizarem o tempo que o usuário passa no serviço de saúde.

É importante, entretanto, que o profissional esteja atento para perceber os limites que separam as questões que devem ser abordadas no espaço grupal daquelas pertinentes ao atendimento individual.

QUEM FAZ O ACONSELHAMENTO?

Todos os profissionais da equipe de saúde deveriam estar aptos a desenvolver o aconselhamento. É fundamental que a pessoa que realiza esta atividade tenha informações atualizadas e tecnicamente corretas sobre DST/Aids. Outro aspecto importante para que o aconselhamento se desenvolva adequadamente é adotar uma postura de acolhimento valorizando o que o paciente sabe, pensa e sente a respeito do seu
problema de saúde, facilitando desta forma a formação do vínculo de confiança essencial em todo o processo.

Cabe à equipe do serviço de saúde funcionar de maneira harmônica e integrada e organizar-se da forma mais conveniente para que o aconselhamento seja desenvolvido durante o processo de atendimento dos usuários.

Enfim, para que o Aconselhamento seja viável, os profissionais devem reconhecer os próprios limites, saber que não podem responder a tudo, possibilitando assim um “encontro entre profissionais humanos e pacientes humanos”.

PROCEDIMENTOS BÁSICOS DO ACONSELHAMENTO

  • reafirmar a confidencialidade e o sigilo das informações prestadas;
  • identificar com clareza a demanda do cliente;
  • prestar apoio emocional ao cliente;
  • facilitar ao cliente a expressão de sentimentos;
  • identificar as crenças e os valores do cliente acerca das DST, HIV e aids;
  • utilizar linguagem compatível com a cultura do cliente;
  • trocar informações específicas sobre a(s) DST apresentada(s);
  • avaliar com o cliente seu histórico de outras DST e as situações de risco que culminaram nesta DST;
  • reforçar a necessidade da adoção de práticas mais seguras para a redução de riscos;
  • explicar as complicações decorrentes de não ser feito o tratamento, ou do tratamento ser incompleto ou da auto-medicação;
  • reforçar a necessidade de retorno ao serviço se não houver melhora ou sempre que apresentar algum sintoma;
  • reforçar a necessidade do tratamento dos parceiros sexuais;
  • trocar informações sobre DST e HIV e aids, suas formas de transmissão, prevenção e tratamento, com ênfase nas situações de risco do cliente;
  • ajudar o cliente a avaliar e perceber seus riscos de infecção pelo HIV e outras DST;
  • identificar barreiras para a mudança das situações de risco;
  • contribuir para a elaboração de um plano viável de redução de riscos;
  • explicar o benefício e demonstrar o uso correto do preservativo;
  • avaliar possíveis dificuldades quanto ao uso do preservativo e sua superação;
  • avaliar e recomendar a possibilidade de outras práticas sexuais seguras;
  • ajudar o cliente a reconhecer suas responsabilidades e possibilidades em lidar com seu problema;
  • lembrar que o consumo de álcool e outras drogas, lícitas ou ilícitas pode alterar a percepção de risco;
  • estimular a auto-estima e autoconfiança do cliente;
  • favorecer a desconstrução de estigmas, mitos e preconceitos relacionados às DST e HIV e aids;
  • estimular a disseminação das orientações recebidas;
  • encaminhar o cliente para outros serviços de assistência, incluindo grupos comunitários de apoio, quando necessário;
  • enfatizar a relação entre DST e HIV e aids, principalmente o fato de uma DST facilitar a transmissão do HIV, qualquer que seja ela;
  • oferecer testagem anti-HIV e aconselhamento pré e pós-teste.
ACONSELHAMENTO PRÉ-TESTE ANTI-HIV

  • reafirmar o caráter voluntário e confidencial da testagem;
  • avaliar com o cliente a realização ou não do teste;
  • verificar história anterior de testagem e riscos;
  • trocar informações sobre o sistema de teste e o conceito de “janela imunológica”;
  • trocar com o cliente informações sobre o significado dos possíveis resultados do teste;
  • reforçar para o cliente a diferença entre HIV e aids;
  • considerar com o cliente o impacto em sua vida dos possíveis resultados do teste;
  • sondar qual o apoio emocional e social disponível ao cliente (família, parceiros, amigos, trabalho e outros);
  • considerar com o cliente possíveis reações emocionais no período de espera do resultado do teste;
  • reforçar a necessidade da adoção de práticas seguras frente ao HIV, também neste período.
ACONSELHAMENTO PÓS-TESTE DIANTE DE RESULTADO NEGATIVO:

  • informar que um resultado negativo significa que a pessoa não está infectada ou foi infectada tão recentemente que não produziu anticorpos necessários para detecção pelo teste utilizado;
  • avaliar a possibilidade do cliente estar em “janela imunológica” e necessitar de um novo teste;
  • lembrar que um resultado negativo não significa imunidade;
  • reforçar as práticas seguras já adotadas ou a serem adotadas pelo cliente frente ao HIV;
  • reforçar os benefícios do uso exclusivo de equipamentos para o consumo de drogas injetáveis e demonstrar o método correto de limpeza e desinfecção de seringas e agulhas, caso seja necessário.
ACONSELHAMENTO PÓS-TESTE DIANTE DE RESULTADO POSITIVO:

  • permitir o tempo necessário para que o cliente assimile o impacto do diagnóstico e expresse seus sentimentos;
  • conversar sobre sentimentos e dúvidas, prestando o apoio emocional necessário;
  • estar atento para o manejo adequado de sentimentos comuns, tais como raiva, ansiedade, depressão, medo, negação e outros;
  • desmistificar sentimentos que associam HIV/AIDS a culpa, punição, rejeição, degenerescência, morte, e outros;
  • retomar que um resultado positivo significa que a pessoa é portadora do vírus, podendo ou não estar com a doença desenvolvida;
  • enfatizar que mesmo sendo um portador assintomático pode transmitir o vírus para outros;
  • reforçar a importância de acompanhamento médico, ressaltando que a infecção é tratável;
  • reforçar a necessidade da adoção de práticas seguras para a redução de riscos de re-infecção pelo HIV e outras DST;
  • reforçar o benefício e demonstrar o uso correto do preservativo, caso ainda haja dúvidas;
  • reforçar os benefícios do uso exclusivo de equipamentos para o consumo de drogas injetáveis e demonstrar o método correto de limpeza e desinfecção de seringas e agulhas, caso seja necessário.
  • enfatizar a necessidade do resultado ser comunicado aos parceiros sexuais oferecendo ajuda, caso seja solicitada;
  • orientar quanto a necessidade dos parceiros realizarem o teste anti-HIV;
  • definir com o cliente os serviços de assistência necessários, incluindo grupos comunitários de apoio;
  • em caso de gestante explicar:
  • as formas de transmissão vertical, que podem ocorrer durante a gestação, parto ou aleitamento;
  • como pode minimizar as chances da transmissão vertical;
  • a transmissão dos anticorpos maternos e o processo de soroconversão no recém-nascido;
  • os riscos da amamentação; e
  • a necessidade de realizar o teste de todos os filhos nascidos após a infecção ou, em caso de dúvida, após 1980.
ACONSELHAMENTO PÓS-TESTE DIANTE DE RESULTADO INDETERMINADO:

  • explicar que um resultado indeterminado pode significar: um falso positivo devido a razões biológicas ou um verdadeiro positivo de uma infecção recente cujos anticorpos não estão plenamente desenvolvidos;
  • reforçar a adoção de práticas seguras para a redução de riscos de infecção pelo HIV e outras DST;
  • reforçar o benefício e demonstrar o uso correto do preservativo;
  • reforçar os benefícios do uso exclusivo de equipamentos para o consumo de drogas injetáveis e demonstrar o método correto de limpeza e desinfecção de seringas e agulhas, caso seja necessário;
  • orientar a realização de nova coleta para refazer o teste no período definido pelo laboratório; e
  • considerar com o cliente possíveis reações emocionais no período de espera do resultado do teste e referenciar para apoio psicológico, se necessário.


Exame genital masculino e feminino

EXAME GENITAL MASCULINO

Para uma melhor inspeção, tanto da região inguinal quanto dos órgãos genitais externos, o paciente deverá estar em pé, com as pernas afastadas, e o clínico sentado. Para a região ano-retal, o paciente deverá curvarse para a frente, afastando as nádegas com suas próprias mãos ou, melhor ainda, deitado em decúbito lateral com leve ante flexão do tronco e da coxa não encostada na maca.

Observar e palpar cadeias ganglionares e quaisquer outras tumorações, ulcerações, fístulas, fissuras, etc. Notar possíveis desvios do eixo peniano, aberturas anômalas da uretra, assimetria testicular, processo inflamatório da bolsa escrotal. Sempre que possível, efetuar o toque retal à procura de tumorações e saliências, além de alterações da próstata.

EXAME GENITAL FEMININO
Pelas próprias características femininas, o ginecologista, ou clínico, necessitará contar com a total cooperação da paciente. Para tanto, deverá captar sua confiança, descrevendo todos os procedimentos a serem realizados, ressaltando o fato de que todo o material a ser utilizado é esterilizado. O exame deve ser realizado com a paciente em posição ginecológica.

No exame estático deve-se observar a disposição dos pêlos, conformações anatômicas (grandes e pequenos lábios, clitóris, hímen, monte de Vênus, períneo, borda anal), distrofias, discromias, tumorações, ulcerações, etc.

Para o exame dinâmico utilizar luvas de procedimento, descartáveis; deve-se colocar os dedos indicador e médio na região que corresponde às glândulas de Bartholin (aproximadamente às 5 e 7 horas) e tracioná-las para baixo e para fora. Com isso pode-se entreabrir a vulva, que ficará completamente exposta, solicitando-se à paciente para aumentar a pressão intra-abdominal.

O exame especular deverá ser feito, após breve explicação sobre o instrumento à paciente, colocando-se o espéculo esterilizado sempre com uma inclinação de 75o, pressionando a parede posterior da vagina, usando o dedo indicador e médio para expor o intróito vaginal (evitando o traumatismo de uretra e bexiga); observar coloração e pregueamento vaginal, além do aspecto do colo uterino, principalmente do muco cervical; notar a presença ou não de secreções, tumorações, ulcerações e roturas; efetuar corretamente a coleta de material para análise laboratorial quando em presença de secreção, de lesões vegetantes ou ulceradas. Em seguida, efetuar a limpeza do orifício externo do colo com ácido acético 5% e fazer o teste de Schiller (lugol) para evidenciar lesões do colo e ectopias. Não havendo corrimento vaginal e/ou cervical, ou após o tratamento das
secreções ou lesões, coletar material para colpocitologia oncótica, quando houver indicação.

A retirada do espéculo deverá ser tão cuidadosa quanto a sua colocação, evitando-se prender o colo entre as lâminas do espéculo ou retirando-se o mesmo totalmente aberto, o que causará dor e traumatismo uretral.

Durante a retirada, lenta e cuidadosa, observar as paredes vaginais. Quando disponível o aparelho, realizar oexame colposcópico observando toda a genitália, incluindo ectocérvice, vagina, vulva e ânus.

Nota: As coletas dos materiais deverão ser feitas antes de qualquer lubrificação ou limpeza, devendo ser evitada, portanto, a colocação de vaselina no espéculo.

O toque vaginal também deverá ser previamente explicado à paciente e realizado com luva estéril (sem necessidade de ter o padrão cirúrgico). Deve-se usar inicialmente o dedo indicador para deprimir o períneo posterior, o que contribuirá para o relaxamento da musculatura. Introduz-se então os dedos médios e indicador (previamente lubrificados), procurando sentir a elasticidade vaginal, presença de tumorações e/ou abaulamentos, consistência e tamanho do colo e aberturas do canal cervical. Movendo-se o colo para um lado e outro, traciona-se os ligamentos cardinais e largo podendo evidenciar-se processos inflamatórios.

Somente após todas estas manobras é que se deve tocar com a outra mão a parede abdominal da paciente, sempre respeitando os movimentos respiratórios e aproveitando a expiração para a palpação profunda.

A mão vaginal empurra o colo e o útero para cima para que o fundo do mesmo possa ser palpado entre a mão abdominal e a vaginal. Durante a palpação, notar seu tamanho, consistência, mobilidade, a regularidade de sua forma, o ângulo em relação ao colo e à vagina e a possível sensibilidade da paciente.

As regiões anexas são palpadas inserindo os dedos vaginais lateralmente ao colo, até o fundo do fórnix, e tracionando as estruturas na pelve com a mão abdominal. As estruturas anexas (ligamento largo, trompa e ovário) são palpadas entre as duas mãos. Estas estruturas podem não ser palpáveis, principalmente em mulheres após a menopausa ou obesas. Geralmente, as trompas não são palpáveis, a menos que estejam aumentadas. Deve-se procurar por massas e alterações da sensibilidade. O tamanho, a forma, a consistência e a sensibilidade de qualquer massa também devem ser determinados.

O toque retal, quando necessário, deverá ser explicado para a paciente, e realizado com uso de lubrificante. Facilita o exame pedir à paciente para fazer força durante a inserção do dedo examinador. Palpa-se o canal anal à procura de massas. Utilizando a mesma técnica abdomino vaginal, as estruturas pélvicas são novamente palpadas. Deve-se prestar atenção especial ao septo retrovaginal, aos ligamentos uterossacrais, ao fundo de saco e ao fundo uterino posterior. É durante este exame que melhor se encontram massas do fundo de saco de Douglas.

Fonte:
Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis -DST
Coordenação Nacional de DST/AIDS
3ª Edição - 1999

Abordagem ao portador de DST

ABORDAGEM DO PORTADOR DE DST

O atendimento de pacientes com DST tem algumas particularidades. Ele visa interromper a cadJustificareia de transmissão da forma mais efetiva e imediata possível. Visa, ainda, evitar as complicações advindas da(s) DST em questão, e a cessação imediata dos sintomas.

O objetivo desse atendimento é tentar prover, em uma única consulta: diagnóstico, tratamento e
aconselhamento adequados. Não há impedimento para que exames laboratoriais sejam colhidos ou oferecidos. A conduta, no entanto, não deverá depender de demorados processos de realização e/ou interpretação dos exames. Não se quer dizer com isto que o laboratório seja dispensável, ao contrário, tem seu papel aumentado principalmente em unidades de saúde de maior complexidade, que servirão como fontes para a definição do perfil epidemiológico das diferentes DST e de sua sensibilidade aos medicamentos preconizados.

Fluxogramas específicos, já desenvolvidos e testados, são instrumentos que auxiliarão o profissional que realiza o atendimento na tomada de decisões. Seguindo os passos dos fluxogramas, o profissional, ainda que não especialista, estará habilitado a: determinar um diagnóstico sindrômico, implementar o tratamento imediato, realizar aconselhamento para estimular a adesão ao tratamento, para a redução de riscos, para a
convocação, orientação e tratamento de seus parceiros, promoção de incentivo ao uso de preservativos, dentre outros aspectos.

Os fluxogramas incluem uma série de polígonos de decisão e ação que contêm as informações básicas necessárias ao manejo dos pacientes.

Para o uso do fluxograma, o profissional identifica o polígono correspondente ao problema clínico que encontra-se no topo do quadro e segue, passo a passo, tomando as decisões necessárias, de acordo com os achados clínicos.

Após o fluxograma de cada síndrome, são apresentadas as notas correspondentes a cada polígono de decisão e ação. Essas notas, ainda que parte essencial do fluxograma, são demasiadamente detalhadas para serem incluídas nos polígonos.

Informações mais específicas sobre as doenças abrangidas por cada síndrome serão oferecidas imediatamente após as notas de esclarecimento de cada fluxograma. As informações sobre as DST que não fizerem parte das síndromes serão apresentadas em capítulos posteriores.

O exame físico e a anamnese do paciente e de seus contatos sexuais devem constituir-se nos principais elementos diagnósticos das DST, tendo em vista a dificuldade de acesso imediato aos exames laboratoriais. O médico, e mesmo os demais profissionais de saúde, deverão conhecer os principais aspectos anatômicos e funcionais, tanto do organismo masculino como do feminino, para poder, junto com os dados da anamnese, fazer um diagnóstico de presunção das principais síndromes (abordagem sindrômica) ou doenças transmitidas pelo sexo, lembrando que, na mulher, diversas DST podem apresentar-se de maneira assintomática durante período variável de tempo.

É importante frisar que obter informações fidedignas para a realização de uma anamnese consistente e precisa implica na construção de uma relação de confiança entre o profissional de saúde e o indivíduo em atendimento. Para tal, o profissional deve ter em mente que no contexto assistencial das DST, questões sobre sexualidade, fidelidade, prazer, desprazer, violência, conceito de risco, de doença, de saúde e outros, são apresentados das mais variadas formas, de acordo com a história de cada um dos interlocutores (paciente e
profissional), seu meio socioeconômico e sua personalidade.

Sabemos que as DST implicam em práticas de foro íntimo e são decorrentes do exercício da sexualidade. Sendo assim, os profissionais têm a oportunidade ímpar de conversar sobre aspectos da intimidade da vida da pessoa em atendimento e, portanto, precisam ter clareza a respeito dos valores sexuais do paciente, assim como de seus próprios valores. Dessa forma, atitudes de preconceito, juízos de valor e imposição de condutas poderão ser evitadas e, apesar das eventuais diferenças, o diálogo será garantido.

Caso contrário, conseqüências negativas poderão ocorrer, como por exemplo: omissão de informações necessárias para a realização do diagnóstico ou despreocupação quanto à real gravidade da doença ou, por outro lado, superdimensioná-la, causando, desta forma, angústias desnecessárias ou até mesmo desajustes conjugais.

Nesse sentido entendemos que o paciente deverá ser visto como um todo, constituído por sentimentos, crenças, valores, aspectos estes determinantes das práticas de risco e atitudes diante do tratamento prescrito.

Seu comportamento orgânico também não se restringe aos órgãos genitais; lembremos que outras doenças (ex.: diabetes, dermatoses, imunodeficiências, etc.), o estado nutricional e o uso de medicamentos, podem interferir tanto no diagnóstico como no tratamento das DST.

No atendimento motivado por DST, os profissionais de saúde deverão incluir o exame clínico-genital minucioso que contemple a busca de outras DST, educação para redução de riscos, orientação sobre cuidados higiênicos, oferecimento do teste anti-HIV, aconselhamento, estímulo à adesão ao tratamento, promoção do uso de preservativos, convocação dos parceiros sexuais e a notificação do caso; sempre que possível deverá ser feita a pesquisa e a observação de achados que possam identificar outras doenças, por meio de: inspeção geral, controle de pressão arterial, palpação de mamas, toque retal; a citologia oncótica de colo de útero deverá ser realizada quando houver indicação e por ocasião do retorno da paciente.

Fonte:
Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis -DST
Coordenação Nacional de DST/AIDS
3ª Edição - 1999

Estratégias para o controle das DST

ESTRATÉGIAS PARA O CONTROLE

  • PREVENÇÃO: a prevenção, estratégia básica para o controle da transmissão das DST e do HIV, se dará por meio da constante informação para a população geral e das atividades educativas que priorizem: a percepção de risco, as mudanças no comportamento sexual e a promoção e adoção de medidas preventivas com ênfase na utilização adequada do preservativo. As atividades de aconselhamento das pessoas com DST e seus parceiros durante o atendimento são fundamentais, no sentido de buscar que os indivíduos percebam a necessidade de maior cuidado, protegendo a si e a seus parceiros, prevenindo assim a ocorrência de novos episódios. Deve-se sempre enfatizar a associação existente entre as DST e a infeção pelo HIV. Deve-se, ainda, estimular a adesão ao tratamento, explicitando a existência de casos assintomáticos ou pouco sintomáticos, também suscetíveis a graves complicações. A promoção e distribuição de preservativos deve ser função de todos os serviços que prestam esse tipo de assistência. Desta forma, a assistência pode se constituir em um momento privilegiado de prevenção.
  • DETECÇÃO DE CASOS: tão importante quanto diagnosticar e tratar o mais precocemente possível os portadores sintomáticos é realizar a detecção dos portadores assintomáticos. Entre as estratégias que poderão suprir esta importante lacuna estão os rastreamentos de DST assintomáticas, especialmente sífilis, gonorréia e clamídia em gestantes ou adolescentes, em serviços específicos, como aqueles que executam atendimento ginecológico, em especial os de planejamento familiar, os serviços materno-infantis e de atendimento pré-natal, e os serviços de prevenção do câncer cérvico-uterino. Algumas mudanças na orientação dos profissionais de saúde para que passem a fazer assistência integral aos usuários são de fundamental importância pois, com isso, os indivíduos em situação de risco teriam uma oportunidade para aconselhamento e/ou diagnóstico.
  • TRATAMENTO IMEDIATO: o tratamento deve ser instituído no momento da consulta, preferencialmente com medicação por via oral e em dose única, ou com o menor número possível de doses. A utilização de alguns fluxogramas desenvolvidos, testados e já validados, provê a possibilidade de tratamento imediato e a ruptura imediata da cadeia de transmissão. Nesta abordagem são pesquisados os sintomas e/ou sinais que, agrupados, forneçam o diagnóstico de uma síndrome. O tratamento visará, então, os agentes etiológicos mais comuns na síndrome em estudo. Para que esse tipo de assistência seja adequadamente implementada deve incluir ainda a coleta de material que permita a realização do diagnóstico etiológico em laboratório local ou de referência, aconselhamento para redução de risco, tratamento de parceiros, orientações para adesão aos tratamentos fracionados, promoção e distribuição de preservativos.
Fonte:
Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis -DST
Coordenação Nacional de DST/AIDS
3ª Edição - 1999

As DST como prioridade

AS DST COMO PRIORIDADE

Por que as DST devem ser priorizadas? São quatro os critérios para a priorização de agravos em saúde pública: magnitude, transcendência, vulnerabilidade e factibilidade.

  • Magnitude: embora os poucos dados epidemiológicos existentes não se prestem a fazer inferências para o País como um todo, ao menos permitem, quando conjugados às informações geradas em outros países, a realização de estimativas que concluem pela elevada freqüência das DST em nosso país. Isto, associado ao alto índice de automedicação, torna o problema ainda maior, já que muitos dos casos não recebem a orientação e tratamento adequados, ficando sub-clínicos, permanecendo transmissores e mantendo-se como os elos fundamentais na cadeia de transmissão das doenças.
  • Transcendência:· as DST são o principal fator facilitador da transmissão sexual do HIV;
  1. algumas delas, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até o óbito;
  2. algumas DST, durante a gestação, podem ser transmitidas ao feto, causando-lhe importantes lesões ou mesmo provocando a interrupção espontânea da gravidez;
  3. as DST podem causar grande impacto psicológico em seus portadores;
  4. as DST causam também grande impacto social, que se traduz em custos indiretos para a economia do País e que, somados aos enormes custos diretos decorrentes das internações e procedimentos necessários para o tratamento de suas complicações, elevam dramaticamente esses custos totais.
  • Vulnerabilidade: as DST, por suas características epidemiológicas, são agravos vulneráveis a ações de prevenção primária, como por exemplo a utilização de preservativos, de forma adequada, em todas as relações sexuais. Além disso, com exceção das DST causadas por vírus, existem tratamentos eficazes para todas elas; portanto, à medida que se consiga conscientizar os pacientes da necessidade de procurar rapidamente um serviço de saúde para tratar-se adequadamente e a seus parceiros sexuais, se logrará, a curto prazo, romper a cadeia de transmissão dessas doenças e consequentemente da infecção pelo HIV.
  • Factibilidade: o controle das DST é possível, desde que existam bons programas preventivos e uma rede de serviços básicos resolutivos, ou seja, unidades de saúde acessíveis para pronto atendimento, com profissionais preparados, não só para o diagnóstico e tratamento, mas também para o adequado acolhimento e aconselhamento dos portadores de DST e de seus parceiros sexuais, e que tenham a garantia de um fluxo contínuo de medicamentos e preservativos.
Fonte:
Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis -DST
Coordenação Nacional de DST/AIDS
3ª Edição - 1999

O manejo adequado de casos de DST

Os portadores de DST devem receber atendimento e tratamento imediato. A espera em longas filas e a possibilidade de agendamento para outro dia, associadas à falta de medicamentos, são talvez os principais fatores que induzem à busca de atenção diretamente com o balconista da farmácia. Em si, o atendimento imediato de uma DST não é apenas uma ação curativa, mas também, e principalmente, uma ação preventiva da transmissão do HIV e do surgimento de outras complicações.

  • TRIAGEM: neste modelo considera-se extremamente desejável a existência de um serviço de triagem confidencial que seja realizada por profissionais de saúde devidamente preparados para essa finalidade.
  • ESPERA: o tempo de espera deverá ser utilizado para educação em saúde por intermédio de vídeos educativos, atividades de aconselhamento em grupo, incluindo outras questões de saúde e cidadania.
  • CONSULTA MÉDICA: além da anamnese e do exame físico, neste momento devem ser feitas as coletas do material das secreções e lesões para exame laboratorial; o material para a colpocitologia oncótica deverá ser coletado somente após efetivação da cura da DST que motivou a consulta.
  • CONSULTA DE ENFERMAGEM: a participação de enfermeiros e outros profissionais de saúde deve ser estimulada em todas as etapas do atendimento. O aconselhamento, a detecção de situações risco e a educação para saúde das pessoas com DST e seus parceiros são atividades nas quais esses profissionais deverão atuar. Excepcionalmente os enfermeiros poderão prescrever e aplicar medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde (segundo a Lei do Exercício Profissional n° 7.498/86 de 25 de junho de 1986 e regulamentada pelo Decreto nº 94.406, de 8 de Junho de 1987).
  • ACONSELHAMENTO: esta é uma atividade que deve estar presente em todo o atendimento e não depender de apenas um profissional. A figura do médico é extremamente importante no aconselhamento assim como a consistência das informações a serem fornecidas por toda a equipe. Todos os profissionais envolvidos no atendimento devem participar do processo de aconselhamento.
  • COMUNICAÇÃO AOS PARCEIROS SEXUAIS: serão considerados parceiros, para fins de comunicação ou convocação, os indivíduos com quem o paciente relacionou-se sexualmente nos últimos 30 dias. O uso de cartões para comunicação aos parceiros sexuais é desejável. De acordo com as possibilidades de cada serviço, outras atividades poderão ser desenvolvidas. É fundamental que os parceiros de gestantes com sífilis que não atenderem ao chamado para tratamento sejam objeto de busca ativa.

Fonte:
Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis -DST
Coordenação Nacional de DST/AIDS
3ª Edição - 1999

Camisinha/vídeo

Sexo sem camisinha


HIV/vídeos

HIV - O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA


Aids/vídeos


Prevenção e transmissão da Aids



A AIDS na minha vida - Depoimentos

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Palestra




A segunda parte do meu projeto foi realizada na sede do grupo 75° GEAr .
Realizei a palestra, na qual a Dra. Fátima me auxiliou. Tiramos dúvidas, apresentamos as principais doenças, o preservativo masculino e feminino. A audiência foi composta por todos os escoteiros e chefes da Tropa 1, conseguindo mostrar a todos a importância do tema, a da necessidade imperiosa de procurar o apoio médico em qualquer situação, visando ensejar um agravamento da doença.

Combate às hepatites virais em salões de beleza e estúdios de tatuagem

Muitas pessoas desconhecem as hepatites virais e suas formas de transmissão mesmo quando estão vivendo em um ambiente propício à contaminação. Com isso, muitas vezes essas doenças são diagnosticadas tardiamente, dificultando o tratamento.

Para aumentar o acesso da sociedade às formas de prevenção, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais lança uma campanha com dois grandes públicos: profissionais de salões de beleza e de estúdios de tatuagem.

Profissionais de salões de beleza

Com o tema “meu salão livre das hepatites”, essa campanha foi criada para orientar manicures e pedicures sobre práticas seguras no ambiente de trabalho, buscando prevenir tanto o profissional quanto seus clientes.

Profissionais de estúdios de tatuagem

Com o tema “este estúdio de tatuagem se preocupa com você, previna-se da hepatites”, esse selo foi criado para mobilizar estúdios de tatuagem sobre práticas seguras no ambiente de trabalho, buscando prevenir tanto o profissional quanto seus clientes.


Manual de prevenção para manicures e pedicures







Download da cartilha em PDF AQUI


Cartilha para população geral




Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais