quinta-feira, 29 de novembro de 2012

OFICINA TEMÁTICA DEZEMBRO - 2012


 
Prevenção sem Preconceito”

11 e 12/12/2012

Manhã
Profa. Carmem – Ciências
Profa. Marília – Matemática

Tarde
Profa. Elaine Bernardes - Ciências
Profa. Maricélia – Matemática

Noite
Profa. Betinha - Ciências
Profa. Adriana – Matemática

Local: CESCON - Centro Municipal de Educação Supletiva II 
Área Continental
VENHA PARTICIPAR!



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Dia Mundial de Luta Contra a AIDS


O dia primeiro de dezembro foi escolhido como o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, data instituída pela ONU, a fim de fazer dela um dia de batalha contra a doença, visando mobilizar a opinião pública sobre a gravidade da doença e amenizar o preconceito sofrido pelos portadores do HIV, o vírus causador da doença.



Ministério da Saúde realiza mobilização para testagem de HIV
O Ministério da Saúde, em parceria com estados, municípios e sociedade civil, irá realizar uma mobilização nacional para testagem de sífilis, HIV e hepatites virais (B e C). Na cidade de Alfenas, todas as pessoas que desejarem saber sua condição podem procurar o Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA, do dia 27 de novembro ao dia 1º de dezembro.
Entre as ações, está o lançamento do novo boletim epidemiológico, que traz, como novidade, a inclusão de informações sobre monitoramento clínico dos pacientes, carga viral, contagem de CD4 (situação do sistema imunológico) e tratamento.
Cerca de 70% dos pacientes com AIDS, que recebem medicamentos pelo SUS, apresentam cargas virais indetectáveis, ou seja, estão vivendo cada vez mais.

FIQUE SABENDO -  A partir dessa quinta-feira até 1º de dezembro – as unidades da estratégia de mobilização “Fique Sabendo” estarão em todos os estados do país, oferecendo a testagem para HIV/AIDS, sífilis e hepatites B e C.  Com apenas uma gota de sangue colhida, o resultado do teste rápido sai em 30 minutos. A pessoa recebe aconselhamento antes e depois do exame, e em caso positivo, é encaminhada para o serviço especializado.


 “O diagnóstico precoce produz dois impactos positivos: o individual e o coletivo. Primeiro, é importante que o paciente saiba que está infectado, isso possibilita um tratamento eficaz e mais rápido, reduzindo os riscos e melhorando a qualidade de vida. Segundo, reduz a carga viral negativa. Viver com HIV não é simples, mas saber é muito melhor", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

CAMPANHA – O público alvo é a população em geral, especialmente a que vive em situação de maior vulnerabilidade, como homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e profissionais do sexo. Também incentiva os profissionais de saúde a recomendarem a testagem aos pacientes, independente de gênero, orientação sexual, comportamento ou contextos de maior vulnerabilidade.
 A campanha terá a seguinte abordagem: “Eu vivo com HIV e sei disso. A diferença entre nós é que você pode ter o vírus e não saber. Vá à unidade de saúde e faça o teste de AIDS”.

Na Universidade Federal de Alfenas - Campus Alfenas, os alunos do curso de Farmácia estão divulgando a campanha, bem como distribuindo panfletos informativos e preservativos no hall do prédio V.

Nesta sexta-feira, dia 30, o projeto DST/AIDS: Informação e Educação realizará um stand informativo e interativo no mesmo local. Serão disponibilizados questionários para os alunos avaliarem seus conhecimentos sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis e haverá sorteio de brindes para quem responde-los!! Participe você também!

Cancro Mole


CID 10: A57

ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

Descrição
Doença transmitida sexualmente, muito freqüente nas regiões tropicais. Caracteriza-se por apresentar lesões múltiplas (podendo ser única), tipo úlceras e, habitualmente, dolorosas, de borda irregular, com contornos eritemato-edematosos e fundo irregular, cobertos por exsudato necrótico, amarelado, odor fétido, que, quando removido, revela tecido de granulação com sangramento fácil e traumatismos. No homem, as localizações mais frequentes são no frênulo e no sulco bálano prepucial; na mulher, na fúrcula e na face interna dos grandes lábios. No colo uterino e na parede vaginal, podem aparecer lesões que produzem sintomatologia discreta. Nas mulheres, as infecções podem ser assintomáticas. Lesões extragenitais têm sido assinaladas. Em 30 a 50% dos pacientes, os linfonodos são atingidos, geralmente, inguinocrurais (bulbão), sendo unilaterais em 2/3 dos casos; observados quase que exclusivamente no sexo masculino pelas características anatômicas da drenagem linfática. No início, ocorre tumefação sólida e dolorosa, evoluindo para liquefação e fistulização em 50% dos casos, tipicamente por orifício único.

Sinonímia
Cancróide, cancro venéreo simples.

Agente etiológico
Haemophilus ducrey, bastonete gram negativo.

Reservatório
O Homem.

Modo de transmissão
Sexual.

Período de incubação
De 3 a 5 dias, podendo atingir 14 dias.

Período de transmissibilidade
Semanas ou meses sem tratamento, enquanto durem as lesões. Com antibioticoterapia, 1 a 2 semanas.

Diagnóstico
Suspeita clínica, epidemiológica e laboratorial. Essa é feita por:
Exame direto - Pesquisa em coloração, pelo método de Gram, em esfregaços de secreção da base da úlcera ou do material obtido por aspiração do bulbão. Observam-se, mais intensamente, bacilos gram negativos intracelulares, geralmente aparecendo em cadeias paralelas, acompanhados de cocos gram positivos (fenômeno de satelismo).

Cultura - É o método diagnóstico mais sensível, porém de difícil realização pelas características do bacilo.

Diagnóstico diferencial 
Cancro duro, herpes simples, linfogranuloma venéreo, donovanose, erosões traumáticas infectadas. Não é rara a ocorrência do cancro misto de Rollet (multietiologia com o cancro duro da sífilis).

Tratamento
Procure seu médico ou uma uma unidade de saúde

Recomendações
O acompanhamento do paciente deve ser feito até a involução total das lesões; é indicada a abstinência sexual até a resolução completa da doença; o tratamento dos parceiros sexuais está recomendado mesmo que a doença clínica não seja
demonstrada, pela existência de portadores assintomáticos, principalmente entre mulheres; é muito importante excluir a possibilidade da existência de sífilis associada, pela pesquisa de Treponema pallidum na lesão genital e/ou por reação sorológica para sífilis, no momento e 30 dias após o aparecimento da lesão. A aspiração, com agulhas de grosso calibre, dos gânglios linfáticos regionais comprometidos pode ser indicada para alívio de linfonodos tensos e com flutuação; é contra-indicada a incisão com drenagem ou excisão dos linfonodos acometidos.

Características epidemiológicas
Ocorre principalmente nas regiões tropicais, em comunidades com baixo nível de higiene.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Objetivos
Interromper a cadeia de transmissão através da detecção e tratamento precoces dos casos e dos seus parceiros (fontes de infecção); Prevenir novas ocorrências por meio de ações de educação em saúde.

Notificação
Não é doença de notificação compulsória nacional. Os profissionais de saúde devem observar as normas e procedimentos de notificação e investigação de estados e municípios. A Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde, está implantando um sistema de fontes de informações específicas para as doenças sexualmente transmissíveis, visando o aprimoramento de seu controle.

Medidas de controle
Interrupção da cadeia de transmissão pela triagem e referência dos pacientes com DST e seus parceiros para diagnóstico e terapia adequados;

Aconselhamento (confidencial) - Orientações ao paciente, fazendo com que ele discrimine as possíveis situações de risco presentes em suas práticas sexuais; desenvolva a percepção quanto à importância do seu tratamento e de seus parceiros sexuais e promoção de comportamentos preventivos;

Promoção do uso de preservativos - Método mais eficaz para a redução do risco de transmissão do HIV e outras DST; Convite aos parceiros para aconselhamento e promoção do uso de preservativos (deve-se obedecer aos princípios de confiabilidade, ausência de coerção e proteção contra a discriminação); Educação em saúde, de modo geral.

Observação - As associações entre diferentes DST são freqüentes, destacando- se, atualmente a relação entre a presença de DST e aumento do risco de infecção pelo HIV, principalmente na vigência de úlceras genitais. Desse modo, se o profissional estiver capacitado a realizar aconselhamento, pré e pós-teste para detecção de anticorpos anti-HIV, quando do diagnóstico de uma ou mais DST, deve ser oferecida essa opção ao paciente. Portanto, toda doença sexualmente transmissível constitui-se em evento sentinela para busca de outra DST e possibilidade de associação com o HIV. É necessário, ainda, registrar que o Ministério da Saúde vem implementando a “abordagem sindrômica” aos pacientes de DST, visando aumentar a sensibilidade no diagnóstico e tratamento dessas doenças, para alcançar maior impacto no seu controle.


Cadernos de atenção básica - Manual técnico para o controles da tuberculose - Versão Preliminar -



APRESENTAÇÃO

O presente Manual para o Controle da Tuberculose está voltado para os profissionais de saúde que atuam na atenção básica. Trata-se de um dos instrumentos destinados à capacitação de recursos humanos, como parte da mobilização nacional empreendida pelo Ministério da Saúde, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, visando a intensificar as ações de controle da tuberculose e de eliminação da hanseníase.

A capacitação dos profissionais de saúde é a questão crucial para que esses objetivos sejam alcançados, visto que as demais condições necessárias já estão criadas, destacando-se a atualização do conhecimento técnico; a disponibilidade de recursos financeiros; o alto grau de descentralização da gestão das ações e serviços de saúde; e a extraordinária expansão dos Programas de Agentes Comunitários de Saúde e Saúde da Família, estratégias prioritárias na reorganização da atenção básica no País, mediante as quais é perfeitamente possível eliminar a hanseníase e controlar a tuberculose.

Essas doenças, apesar dos importantes resultados obtidos nos últimos anos, ainda configuram problemas de saúde pública no Brasil. Em relação à tuberculose, particularmente, estima-se que 50 milhões de brasileiros estejam infectados pelo bacilo, portanto com possibilidade de desenvolver a doença sob várias formas. Em função da transmissão pela tosse, a forma clínica pulmonar é a mais importante do ponto de vista epidemiológico.

Atualmente, o percentual de cura da tuberculose não ultrapassa 75% dos casos tratados, embora o Brasil tenha sido o primeiro País a implantar o tratamento de curta duração – seis meses – em 1980, obtendo relativo sucesso inicial. O percentual insatisfatório de cura decorre, sobretudo, do abandono do tratamento que, logo no início, confere ao paciente uma melhora notável. 

Devido em parte à associação da tuberculose com a aids, tem-se observado uma expansão recente da doença no País. Além disso, é importante considerar que o número de casos notificados não representa toda a realidade, dada a falta de diagnóstico ou a ausência de registro de casos.

A reversão desse quadro depende, principalmente, dos profissionais de saúde, sobretudo daqueles que integram as equipes das unidades básicas. Essas equipes precisam estar atentas e devidamente capacitadas para informar a população acerca da doença e dos meios de preveni-la, bem como para realizar o pronto diagnóstico dos casos suspeitos, iniciar rapidamente o tratamento e acompanhar os pacientes, de modo a garantir-lhes a cura plena.

A expectativa do Ministério da Saúde é que este Manual seja um instrumento efetivo para a atuação dessas equipes, auxiliando-as tanto na abordagem clínica do paciente, quanto nas questões operacionais das ações de controle da tuberculose em nosso País.

José Serra



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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

1º de dezembro: Dia Mundial de Prevenção contra a Aids

O 1º. de dezembro se transformou em dia de luta contra a Aids, nesse dia, é importante reforçar a solidariedade e a compaixão com as pessoas portadoras do vírus HIV.

A Organização Mundial da Saúde passou a escolher grupos sociais atingidos pela Aids e definir estratégias para uma campanha com o objetivo de sensibilizar a opinião pública.
O vírus HIV é o causador da Aids e foi descoberto em 1979, pelo Instituto Pasteur, na França. A sigla do vírus está em inglês e significa Vírus da Imunodeficiência Humana.
O vírus da Aids atua como um parasita ao se instalar em um célula e age como um oportunista, baixando a imunidade das pessoas.

A Ciência Identifica o Vírus da AIDS - Testemunha da Histria



Cinco razões para não usar preservativo.


OS NÚMEROS DA AIDS BRASIL


A epidemia da AIDS teve início na década de 80, e faz parte de nossa rotina até os dias atuais. Hoje no Mundo são 33.300.000 milhões de casos de AIDS, no Brasil temos 592.914 casos notificados, de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2010.

Cerca de 40 mil novos casos são notificados  por ano no nosso país, e sete mil casos por dia no mundo, porém, esse número pode ser bem maior, se incluirmos os casos que ainda não foram diagnosticados  ou notificados.  Vale lembrar que a maioria dos casos notificados no Brasil está na região sudeste com 58% dos casos totais do país, isso acontece, porque é no Sudeste que está a cidade de São Paulo, a maior metrópole da América Latina, com o maior centro comercial; é no Sudeste também que está a cidade do  Rio de Janeiro, que é a praia mais visitada do país, com um imenso número de turistas de diversas partes do mundo.
Atualmente, há ainda mais casos em homens que em mulheres, mas essa diferença vem diminuindo ao longo dos anos. No Brasil em 1989, havia 6 casos de AIDS no sexo masculino para cada 1 em mulheres, hoje essa diferença está em 1,5 casos em homens para 1 em mulheres, esse número vem mudando devido as mudanças no comportamento sexual  feminino, hoje em dia, as mulheres, estão com a vida sexual ativa cada vez mais semelhante a dos homens e também conquistaram sua independência financeira.

A faixa etária de maior número em ambos os sexos, é de 20 a 59 anos de idade, isso porque é nessa faixa etária que homens e mulheres estão mais sexualmente ativos. Nos dias atuais, no Brasil, temos entre homens 42% dos casos registrados entre relações heterossexuais, 19,7% em relações homossexuais e 7,8% em relações bissexuais, com esses dados vemos que o preconceito que existia no início da epidemia contra os homossexuais não tem fundamento algum nos dias atuais, hoje com mais informações vemos que essa doença não prevalece entre os homossexuais, pois um elevado número dos que contraíram a doença, é devido a outros modos de transmissão e não por meio de relação sexual desprotegida, levando a acreditar que essa epidemia não é exclusiva deles.

Em mulheres, de acordo com o boletim epidemiológico 2010, a AIDS está relacionada majoritariamente em 91,7% à categoria heterossexual.  Em se tratando em faixa etária, o número de idosos de 60 anos ou mais contaminados vem aumentando consideravelmente, nessa faixa etária verifica-se um aumento importante dos casos de AIDS em ambos os sexos, os dados do boletim epidemiológico nos mostra que os casos de AIDS nessa idade subiram de 394 casos em 1999, para 938 casos em 2009 no sexo masculino, e no feminino subiu de 191 casos em 1999 a 685 casos em 2009, Com esses dados, concluísse que, os idosos estão mais sexualmente ativos devido a melhor qualidade e expectativa de vida.

A taxa de casos em menores de 5 anos vêm diminuído desde 2002, passaram  de 6,2 casos para 3 casos a cada 100000 habitantes. Em relação à etnia/cor, no ano de 2009 foram notificados 9.942(47,7%) casos na etnia branca, 7.454(35,4%) na parda, 2.290(11%) na preta, 103(0,5%) na amarela, 53(0,3%) na indígena, vemos que os índios, apesar de poucos casos, também estão sendo contaminado com a AIDS, isso devido ao maior contato com a população branca.

Em 30 anos, a AIDS ganhou novos caminhos, por outro lado, de acordo com Varella*, a contaminação por transfusão sanguínea praticamente foi eliminada, o número de infectados por usuários de drogas caiu e a transmissão de mãe para filho ainda no útero,  no momento do parto ou pelo aleitamento materno foi reduzida deforma significativa. Entretanto, o numero de mulheres, de idosos e de jovens iniciando sua vida sexual que contraíram o vírus aumentou de forma assustadora.

Concluísse que a AIDS está diretamente relacionada a indivíduos que tem comportamento sexual de risco, ou seja, muitos parceiros e nenhuma proteção e não com a orientação sexual, como se acreditava no início da epidemia, na década de 80. A AIDS é uma epidemia a nível mundial, com resultados assustadores, tanto na saúde como na vida de uma pessoa portadora do vírus, por esse motivo, é importantíssimo à prevenção, afinal, “A vida é mais forte que a AIDS”, ou pelo menos deveria ser.

Apesar dos inúmeros esforços na busca pela vacinação e cura do AIDS, e com o emprego de potentes antivirais que combate a replicação viral e diminuindo os estragos causados pelo vírus e prolongando a vida dos milhares portadores, não devemos baixar a guarda e deixar a prevenção de lado. Como diz Varella*, a AIDS deve ser mais do que tratada, deve ser evitada.

domingo, 18 de novembro de 2012

HPV - Condiloma acuminado

O papilomavírus humano não é apenas um vírus, mas uma família inteira deles – são aproximadamente 150 tipos. Alguns deles levam a lesões precursoras de câncer da região genital. “Hoje o HPV é a principal doença viral transmitida pelo sexo. E ele está envolvido em praticamente todos os casos desse tumor”, afirma Luisa Lina Villa, diretora do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, em São Paulo. 

Além do útero, os tipos mais perigosos, chamados de alto risco, podem estar relacionados, em menor freqüência, a tumores de ânus, pênis, vulva, boca e até faringe!

Forma de contágio: O contato sexual é a maneira mais comum de contágio. E bastante atenção: inclua aí preliminares e sexo oral. Basta o reles atrito com a mucosa infectada, da mão, da boca ou dos genitais, para o vírus fazer mais uma vítima. 



Prevenção: Algumas medidas são indispensáveis para fugir da cilada do HPV: evitar ter vários parceiros e usar camisinha. Ela só não garante 100% de proteção porque não cobre toda a superfície de contágio. Mas, para os especialistas, de longe a arma mais eficiente contra o HPV é a vacinação, hoje recomendada para meninas e jovens de 9 a 26 anos. São três doses – cada uma custa em torno de 400 reais – e o ideal seria que elas fossem tomadas antes mesmo da iniciação sexual, quando ainda não houve contato com o vírus. A eficácia da vacina é alta: 95% de sucesso no combate aos principais causadores de câncer e, no caso da quadrivalente, proteção também contra os que mais provocam verruga genital. “Estudos já mostram os benefícios da vacinação em pessoas com mais de 26 anos e até em homens”, revela Thomas Broker, presidente da Sociedade Internacional de Papilomavírus. Ou seja, é muito provável que, em breve, ela também seja aplicada nesses públicos.Compare as vacinas!



Observação: O projeto da senadora Vanessa Grazziotin que garante vacina gratuita contra o HPV pelo SUS já foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado. Ele seguirá agora para a Comissão de Assuntos Sociais e, se aprovado, irá direto para a Câmara dos Deputados. Para entrar em vigor, a proposta tem que ser aprovada no Congresso e depois ser sancionada pela presidente Dilma. 

Exames: O papanicolau é indicado a todas as meninas que já iniciaram a vida sexual. Por meio dele, o médico é capaz de detectar alterações no colo do útero da paciente. Veja mais exames...

Tratamentos: Entre as opções de tratamento estão laser, substâncias químicas, bisturi elétrico, cremes e pomadas cicatrizantes. E quem já cuidou de uma lesão por HPV sabe que é preciso paciência para dar fim ao problema. “Hoje existe o domínio total sobre o diagnóstico e o tratamento do HPV”, garante o ginecologista Rogério Ramires, do Femme Laboratório da Mulher, em São Paulo. Segundo o médico, tão importante quanto tratar a lesão é avaliar aspectos emocionais e imunológicos da paciente. Quer dizer: estresse, má alimentação e poucas horas de sono são grandes empecilhos para quem está em tratamento. O cigarro, não custa lembrar, deixa as defesas do corpo mais fracas, permitindo que o vírus fique firme e forte no organismo por mais tempo.

HPV no homem: Nos homens, a infecção também é frequente.  Só que, para eles, a higiene é um tanto mais fácil — sem falar que qualquer ferida, por uma questão anatômica, logo salta aos olhos e pode ser tratada depressa. 

Tire algumas dúvidas a mais!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Manual Técnico para o Controle da Tuberculose


APRESENTAÇÃO

O presente Manual para o Controle da Tuberculose está voltado para os profissionais de saúde que atuam na atenção básica. Trata-se de um dos instrumentos destinados à capacitação de recursos humanos, como parte da mobilização nacional empreendida pelo Ministério da Saúde, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, visando a intensificar as ações de controle da tuberculose e de eliminação da hanseníase.

A capacitação dos profissionais de saúde é a questão crucial para que esses objetivos sejam alcançados, visto que as demais condições necessárias já estão criadas, destacando-se a atualização do conhecimento técnico; a disponibilidade de recursos financeiros; o alto grau de descentralização da gestão das ações e serviços de saúde; e a extraordinária expansão dos Programas de Agentes Comunitários de Saúde e Saúde da Família, estratégias prioritárias na reorganização da atenção básica no País, mediante as quais é perfeitamente possível eliminar a hanseníase e controlar a tuberculose.


Essas doenças, apesar dos importantes resultados obtidos nos últimos anos, ainda configuram problemas de saúde pública no Brasil. Em relação à tuberculose, particularmente, estima-se que 50 milhões de brasileiros estejam infectados pelo bacilo, portanto com possibilidade de desenvolver a doença sob várias formas. Em função da transmissão pela tosse, a forma clínica pulmonar é a mais importante do ponto de vista epidemiológico.

Atualmente, o percentual de cura da tuberculose não ultrapassa 75% dos casos tratados, embora o Brasil tenha sido o primeiro País a implantar o tratamento de curta duração - seis meses - em 1980, obtendo relativo sucesso inicial. O percentual insatisfatório de cura decorre, sobretudo, do abandono do tratamento que, logo no início, confere ao paciente uma melhora notável.

Devido em parte à associação da tuberculose com a aids, tem-se observado uma expansão recente da doença no País. Além disso, é importante considerar que o número de casos notificados não representa toda a realidade, dada a falta de diagnóstico ou a ausência de registro de casos.

A reversão desse quadro depende, principalmente, dos profissionais de saúde, sobretudo daqueles que integram as equipes das unidades básicas. Essas equipes precisam estar atentas e devidamente capacitadas para informar a população acerca da doença e dos meios de preveni-la, bem como para realizar o pronto diagnóstico dos casos suspeitos, iniciar rapidamente o tratamento e acompanhar os pacientes, de modo a garantir-lhes a cura plena.

A expectativa do Ministério da Saúde é que este Manual seja um instrumento efetivo para a atuação dessas equipes, auxiliando-as tanto na abordagem clínica do paciente, quanto nas questões operacionais das ações de controle da tuberculose em nosso País.

Barjas Negri
Ministro da Saúde

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Teníase / Cisticercose



Teníase / Cisticercose
CID 10: B68 A B69

ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

Descrição

O complexo teníase/cisticercose constitui-se de duas entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie de cestódio, em fases diferentes do seu ciclo de vida. A teníase é provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata, no intestino delgado do homem. A cisticercose é causada pela larva da Taenia solium nos tecidos, ou seja, é uma enfermidade somática. A teníase é uma parasitose intestinal que pode causar dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarreia ou constipação. Quando o parasita permanece na luz intestinal, o parasitismo pode ser considerado benigno e só, excepcionalmente, requer intervenção cirúrgica por penetração em apêndice, colédoco, ducto pancreático, devido ao crescimento exagerado do parasita. A infestação pode ser percebida pela eliminação espontânea nas fezes de proglotes do verme. Em alguns casos, podem causar retardo no crescimento e no desenvolvimento das crianças, e baixa produtividade no adulto. As manifestações clínicas da cisticercose (larvas da Taenia solium) dependem da localização, tipo morfológico, número de larvas que infectaram o indivíduo, da fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro. As formas graves estão localizadas no sistema nervoso central e apresentam sintomas neuro-psiquiátricos (convulsões, distúrbio de comportamento, hipertensão intracraneana) e oftálmicos.

Sinonímia
Solitária, lombriga na cabeça.

Agente etiológico
Taenia solium é a tênia da carne de porco e a Taenia saginata é a da carne bovina. Esses dois cestódeos causam doença intestinal (teníase) e os ovos da T. solium desenvolvem infecções somáticas (cisticercose).

Reservatório
O homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da Taenia solium e da Taenia saginata. O suíno doméstico ou javali é o hospedeiro intermediário da T. solium e o bovino é o hospedeiro intermediário da T. saginata, por apresentarem a forma larvária (Cysticercus cellulosae e C. bovis, respectivamente) nos seus tecidos.

Modo de transmissão
A teníase é adquirida através da ingesta de carne de boi ou de porco mal cozida, que contém as larvas. Quando o homem ingere, acidentalmente, os ovos de T. solium, adquire a cisticercose. A cisticercose humana por ingestão de ovos de T. saginata não ocorre ou é extremamente rara.

Período de incubação
Da cisticercose humana, varia de 15 dias a anos após a infecção. Para a teníase, em torno de 3 meses após a ingesta da larva, o parasita adulto já é encontrado no intestino delgado humano.

Período de transmissibilidade
Os ovos das tênias permanecem viáveis por vários meses no meio ambiente, que é contaminado pelas fezes de humanos portadores de teníase.

Complicações
Da teníase: obstrução do apêndice, colédoco, ducto pancreático. Da cisticercose: deficência visual, loucura, epilepsia, entre outros.

Diagnóstico
É clínico, epidemiológico e laboratorial. Como a maioria dos casos de teníase é oligossintomático, o diagnóstico comumente é feito pela observação do paciente ou, quando crianças, pelos familiares. Isso porque os proglotes são eliminados espontaneamente e, nem sempre, são detectados nos exames parasitológicos de fezes. Para se fazer o diagnóstico da espécie, em geral, coleta- se material da região anal e, através do microscópio, diferencia-se morfologicamente os ovos da tênia dos demais parasitas. Os estudos sorológicos específicos (fixação do complemento, imunofluorescência e hemaglutinação) no soro e líquido cefalorraquiano confirmam o diagnóstico da neurocisticercose, cuja suspeita é feita através de exames de imagem (RX, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética de cisticercos calcificados). A biópsia de tecidos, quando realizada, possibilita a identificação microscópica da larva.

Diagnóstico diferencial
Na neurocisticercose, tem-se que fazer diagnóstico diferencial com distúrbios psiquiátricos e neurológicos (principalmente epilepsia por outras causas).

Tratamento
a) Teníase - Mebendazol - 200mg, 2 vezes ao dia, por 3 dias, VO; niclosamida ou clorossalicilamida - adulto e criança com 8 anos ou mais, 2g e crianças de 2 a 8 anos, 1g, VO, dividido em duas tomadas; praziquantel, VO, dose única, 5 a 10mg/kg de peso corporal; albendazol, 400mg/dia, durante 3 dias.

b) Neurocisticercose - Praziquantel, na dose de 50mg/kg/dia, durante 21 dias, associado à dexametasona para reduzir a resposta inflamatória, conseqüente à morte dos cisticercos. Pode-se usar também albendazol, 15 mg/dia, durante 30 dias, dividido em 3 tomadas diárias, associado a 100mg de metilpredinisolona, no primeiro dia de tratamento, a partir do qual se mantém 20mg/dia, durante os 30 dias. O uso de anticonvulsivantes, às vezes, se impõe, pois cerca de 62% dos pacientes são portadores de epilepsia associada.

Características epidemiológicas
A América Latina tem sido apontada por vários autores como área de prevalência elevada de neurocisticercose, que está relatada em 18 países latino-americanos, com uma estimativa de 350.000 pacientes. A situação da cisticercose suína nas Américas não está bem documentada. O abate clandestino de suínos, sem inspeção e controle sanitário, é muito elevado na maioria dos países da América Latina e Caribe, sendo a causa fundamental a falta de notificação. No Brasil, a cisticercose tem sido cada vez mais diagnosticada, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, tanto em serviços de neurologia e neurocirurgia quanto em estudos anatomopatológicos. A baixa ocorrência de cisticercose em algumas áreas do Brasil, como por exemplo nas regiões Norte e Nordeste, pode ser explicada pela falta de notificação ou porque o tratamento é realizado em grandes centros, como São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro, o que dificulta a identificação da procedência do local da infecção. O Ministério da Saúde registrou um total de 937 óbitos por cisticercose no período de 1980 a 1989. Até o momento não existem dados disponíveis para que se possa definir a letalidade do agravo.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Objetivo
Manter permanente articulação entre a vigilância sanitária do setor saúde e das secretarias de agricultura, visando adoção de medidas sanitárias preventivas.
 Notificação
Não é doença de notificação compulsória. Entretanto, os casos diagnosticados de teníase e neurocisticercose devem ser informados aos serviços de saúde, visando mapear as áreas afetadas, para que se possa adotar as medidas sanitárias indicadas.

Definição de caso

Teníase - Indivíduo que elimina proglotes de tênia.
Cisticercose - paciente suspeito, com ou sem sintomatologia clínica, que apresenta imagens radiológicas suspeitas de cisticercos; paciente suspeito com sorologia positiva para cisticercose e/ou exames por imagem sugestivos da presença dos cistos.

Medidas de controle
a) Trabalho educativo da população - Uma das medidas mais eficazes no controle da teníase/cisticercose é a promoção de extenso e permanente trabalho educativo nas escolas e nas comunidades. A aplicação prática dos princípios básicos de higiene pessoal e o conhecimento dos principais meios de contaminação constituem medidas importantes de profilaxia. O trabalho educativo da população deve visar à conscientização, ou seja, a substituição de hábitos e costumes inadequados e adoção de outros que evitem as infecções.

b) Bloqueio de foco do complexo teníase/cisticercose - Foco do complexo teníase/cisticercose pode ser definido como sendo a unidade habitacional com pelo menos: indivíduos com sorologia positiva para cisticercose; um indivíduo com teníase; um indidíduo eliminando proglótides; um indivíduo com sintomas neurológicos suspeitos de cisticercose; animais com cisticercose (suína/bovina). Serão incluídos no mesmo foco outros núcleos familiares que tenham tido contato de risco de contaminação. Uma vez identificado o foco, os indivíduos deverão receber tratamento com medicamento específico.

c) Inspeção e fiscalização da carne - Essa medida visa reduzir, ao menor nível possível, a comercialização ou o consumo de carne contaminada por cisticercos e orientar o produtor sobre medidas de aproveitamento da carcaça (salga, congelamento, graxaria, conforme a intensidade da infecção), reduzindo perdas financeiras e dando segurança para o consumidor.

d) Fiscalização de produtos de origem vegetal - A irrigação de hortas e pomares com água de rios e córregos, que recebam esgoto ou outras fontes de águas contaminadas, deve ser coibida através de rigorosa fiscalização, evitando a comercialização ou o uso de vegetais contaminados por ovos de Taenia.

e) Cuidados na suinocultura - Impedir o acesso do suíno às fezes humanas e a água e alimentos contaminados com material fecal: essa é a forma de evitar a cisticercose suína.

f) Isolamento - Para os indivíduos com cisticercose ou portadores de teníase, não há necessidade de isolamento. Para os portadores de teníase, entretanto, recomenda-se medidas para evitar a sua propagação: tratamento específico, higiene pessoal adequada e eliminação de material fecal em local adequado. 

g) Desinfecção concorrente - É desnecessária, porém é importante o controle ambiental através da deposição correta dos dejetos (saneamento básico) e rigoroso hábito de higiene (lavagem das mãos após evacuações, principalmente).


Fonte: Doenças infecciosas e parasitárias - Guia de Bolso

Shigelose


CID 10: A03

ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

Descrição

Infecção bacteriana de expressão clínica pleomórfica, podendo se manifestar através de formas assintomáticas ou sub-clínicas, ou formas graves e tóxicas. Nas formas graves, a shigelose é doença aguda toxêmica, caracterizada por febre, diarreia aquosa, que pode ser volumosa e com dor abdominal. A dor abdominal tem característica de cólica difusa, geralmente precedendo a diarréia, que se constitui no sintoma mais freqüente, presente em cerca de 90% dos casos. De 1 a 3 dias após, as fezes se tornam mucossangüinolentas, a febre diminui e aumenta o número de evacuações, geralmente de pequeno volume e freqüentes, com urgência fecal e tenesmo (colite exsudativa). Além da febre alta, outras manifestações podem estar presentes, tais como: anorexia, náuseas, vômitos, cefaleia  calafrios, estados totêmicos, convulsões e sinais meningíticos. Ao exame físico, pode-se observar hipertermia, desidratação, hipotensão, dor à palpação abdominal e ruídos hidroaéreos exacerbados. Nas formas leves ou moderadas, a shigelose pode se manifestar apenas por diarreia aquosa, sem aparecimento de fezes disentéricas.

Sinonímia
Disenteria bacilar clássica.

Agente etiológico
Bactérias gram negativas do gênero Shigella, constituídas por quatro espécies S. dysenteriae (grupo A), S. flexneri (grupo B) S. boydii (grupo C) e S. sonnei (grupo D).

Reservatório
Trato gastrointestinal do homem, água e alimentos contaminados.

Modo de transmissão
A infecção é adquirida pela ingestão de água contaminada ou de alimentos preparados com água contaminada. Também está demonstrado que as Shigelas podem ser transmitidas por contato pessoal.

Período de incubação
Variam de 12 a 48 horas.

Diagnóstico
É clínico, epidemiológico e laboratorial. Esse último é feito pela semeadura das fezes do paciente em meios de cultura, como Mac Conckey e SS, com posterior identificação das colônias suspeitas por meio de provas bioquímicas e sorológicas, destacando-se a excelência dos métodos imunoenzimáticos e o PCR para realização de exame radiológico (RX).

Diagnóstico diferencial
Gastroenterites virais e salmonelose.

Complicações
As complicações neurológicas (convulsão, meningismo, encefalopatias, letargia, alucinações, cefaleia, confusão mental, etc.) constituem as manifestações extra-intestinais mais freqüentes da shigelose, ocorrendo mais em crianças que em adultos. Outras complicações: sepse, peritonite secundária à perfuração intestinal, Insuficiência Renal Aguda, Síndrome Hemolítica Urêmica, hemorragia digestiva, pneumonia, conjuntivite, uveíte, prolapso retal, osteomielite, artrite séptica e S. de Reiter.

Tratamento
Semelhante ao indicado para todos os tipos de diarreias. Reidratação oral (SRO), que simplificou o tratamento, pois sabe-se que o esquema de tratamento adequado independe do diagnóstico etiológico, já que o objetivo da terapêutica é reidratar ou evitar a desidratação. Esse esquema não é rígido, administrando-se líquidos e o SRO de acordo com as perdas. Se houver sinais de desidratação, administrar o SRO de acordo com a sede do paciente. Inicialmente, a criança deve receber de 50 a 100ml/Kg, no período de 4 a 6 horas; as crianças amamentadas devem continuar recebendo leite materno, junto com SRO. Se o paciente vomitar, deve-se reduzir o volume e aumentar a frequência da administração; manter o paciente na unidade de saúde até a reidratação; o uso de sonda nasogástrica- SNG é indicado apenas em casos de perda de peso após as 2 primeiras horas de tratamento oral e em face a vômitos persistentes, distensão abdominal com ruídos hidroaéreos presentes ou dificuldade de ingestão. Nesses casos, administrar 20 a 30ml/Kg/hora de SRO. Só indica-se hidratação parenteral em alteração da consciência, vômitos persistentes (mesmo com uso de sonda nasogástrica) e íleo paralítico. Nos casos graves em que houver indicação de uso de antimicrobianos (que pode ser feito independente de comprovação por coprocultura e antibiograma), utiliza-se sulfametoxazol (50mg/kg/dia) + trimetoprim (10/mg/kg/dia), em 2 tomadas diárias, de 12/12 horas, durante 5 a 7 dias. No caso de resistência bacteriana, utiliza-se as quinolonas (essas são contra-indicadas em gestantes e crianças).

Características epidemiológicas
A frequências das infecções por Shigella aumenta com a idade da criança. No Brasil, a prevalência dessa bactéria é de 8 a 10% em crianças com menos de um ano de idade e de 15 a 18% em crianças com mais de 2 anos. Os índices de prevalência nos adultos são semelhantes aos encontrados em crianças com mais de dois anos.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Objetivo
É uma das doenças diarreicas agudas, cujo objetivo da vigilância epidemiológica é monitorar a incidência, visando intervenções em surtos e a manutenção de atividades de educação em saúde com o propósito de diminuir sua frequências e letalidade.

Notificação
Não é doença de notificação compulsória. Entretanto, como explicitado no capítulo das doenças diarreicas agudas, tem-se instituído o monitoramento das diarreias através de sistemas de notificações sentinelas.

Definição de caso
Indivíduo que apresentar fezes cuja consistência revele aumento do conteúdo líquido (pastosas, aquosas, que podem ser mucossangüinolentas), com aumento do número de dejeções diárias e duração inferior a 2 semanas. A confirmação é feita através de culturas agente.

Medidas de controle
Melhoria da qualidade da água, destino adequado de lixo e dejetos, controle de vetores, higiene pessoal e alimentar. Educação em saúde, particularmente em áreas de elevada incidência. Locais de uso coletivo, tais como colégios, creches, hospitais, penitenciárias, que podem apresentar riscos maximizados quando as condições sanitárias não são adequadas, devem ser alvo de orientações e campanhas específicas. Ocorrências em crianças de creches devem ser seguidas de isolamento entérico, além de reforçadas as orientações
às manipuladoras de alimentos e às mães. Considerando a importância das causas alimentares na diarreia das crianças menores, é fundamental o incentivo ao prolongamento do tempo de aleitamento materno, prática essa que confere elevada proteção a esse grupo populacional.

Fonte: Doenças infecciosas e parasitárias - Guia de Bolso


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Doenças infecciosas e parasitárias - Guia de bolso


Apresentação

É com grande satisfação que a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) apresenta a 4ª edição, revista e ampliada, do Guia de Bolso de Doenças Infecciosas e Parasitárias. Assim como nas edições anteriores, essa revisão observou todos os manuais e normas técnicas daquelas doenças que são objeto de intervenção do Ministério da Saúde. Conta, portanto, com a participação da vários técnicos do Ministério e especialistas da área.

A obra é especialmente dirigida aos médicos que necessitam obter, em sua prática do dia-a-dia, informações atualizadas sobre aspectos clínicos, epidemiológicos e medidas de prevenção e controle das doenças que se encontram sob monitoramento devido à sua potencialidade de causar danos à saúde dos indivíduos e de se tornar um problema de saúde pública.

As transformações demográficas, ambientais e sociais que ocorrem no mundo criam condições para o constante surgimento de novas formas de expressão de doenças já conhecidas anteriormente e para emergência de novas doenças. Essa realidade exige o permanente fortalecimento de uma rede de vigilância epidemiológica que incorpore os hospitais de referência para doenças transmissíveis, as unidades hospitalares voltadas para o atendimento pediátrico e de urgências, os laboratórios de saúde pública, centros de saúde e ambulatórios, com capacidade de monitorar os perfis epidemiológicos e suas alterações, detectando prontamente, investigando e adotando medidas eficazes de prevenção e controle. Um dos objetivos deste Guia de Bolso é o de ampliar a participação dos médicos nessas ações, tornando o sistema mais sensível para diagnosticar as doenças com importância epidemiológica, perceber comportamentos inusitados e novas síndromes e que seja mais precioso e oportuno no desencadeamento de medidas de prevenção e controle.

O Guia de Bolso vem se somar às demais publicações da Secretaria de Vigilância em Saúde, a exemplo do Guia de Vigilância Epidemiológica, obra de referência fundamental para todos aqueles que desenvolvem ações de vigilância epidemiológica e da revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, editada trimestralmente com artigos e análises sobre o quadro sanitário do país e os resultados de estudos e pesquisas nas diversas áreas da epidemiologia. Estas e outras publicações da SVS estão disponíveis para que se amplie o conhecimento e a utilização das práticas de vigilância e da metodologia epidemiológica nos serviços de saúde.

Jarbas Barbosa da Silva Jr.
Secretário de Vigilância em Saúde



Implicações Éticas do Diagnóstico e da Triagem Sorológica do HIV



Data de Publicação 01/07/04
Descrição Ministério da Saúde - Série Legislação nº 2


Apresentação

A epidemia de aids tem gerado questionamentos éticos de diferentes ordens em todas as sociedades e culturas.

Essa doença, causada por um vírus cuja infecção ocorre primordialmente pela via sexual e sanguínea  colocou em questão valores e costumes diretamente relacionados às práticas sexuais, modos de vida e mitos relacionados ao sangue. Foram necessárias duas décadas de respostas à epidemia para que se generalizasse a ideia de que um ambiente social discriminatório e preconceituoso, assim como modelos de intervenção que invadem a privacidade e os direitos das pessoas vivendo com HIV/aids, são contraproducentes para os programas de prevenção e assistência.

Especialmente no setor saúde, a aids trouxe à tona fissuras importantes entre ciências e ideologias, entre questões éticas, morais e de intervenções técnicas, entre solidariedade e exclusão. O medo gerado por uma doença inicialmente pouco conhecida, que remetia à sexualidade e à morte, acrescido dos
preconceitos sociais previamente existentes levou a práticas públicas equivocadas, caracterizadas pela recusa e por outras formas de preconceito em relação ao atendimento nos serviços de saúde, sem mencionar a realização de testes compulsórios para admissão ao emprego, e a exclusão de crianças e adultos com HIV/aids do convívio social. Outrossim, temas até então considerados indubitáveis, como o sigilo médico, foram confrontados com a responsabilidade perante a saúde de terceiros e da coletividade.

Em nenhuma outra epidemia, o poder instituidor da sociedade – especialmente por meio das ações das ONG/Aids – expressou de forma tão clara a possibilidade de controle social sobre campos tradicionalmente dominados pelo conhecimento científico, conduzindo à compreensão de que as pessoas vivendo com HIV/aids, que compõem parte da sociedade civil organizada, exercem papel fundamental na formulação de políticas públicas em parceria com o Estado.

A presente publicação atualiza as orientações do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PNDST/ AIDS) do Ministério da Saúde perante a normatização ética sobre a triagem sorológica e o diagnóstico do HIV. Partindo da integração entre os aspectos de prevenção e assistência e da consideração dos direitos humanos como fundamento, esperamos contribuir para a construção de uma dinâmica social mais justa e inclusiva no tratamento das questões relativas às pessoas vivendo com HIV/aids e aos segmentos da população mais vulneráveis à epidemia.


Pedro Chequer
Diretor do Programa Nacional de DST e Aids

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Políticas e diretrizes de prevenção das DST/aids entre mulheres


APRESENTAÇÃO

Como parte de suas atribuições, a Coordenação Nacional de DST e Aids (CNDST/ AIDS) vem definindo diretrizes nacionais no âmbito da implantação e aprimoramento de políticas e estratégias relacionadas à assistência e prevenção da epidemia pelo HIV no país.

Entendendo que em todas as suas atividades os princípios de sustentabilidade, descentralização e integração devem ser contemplados, a CN-DST/Aids aplica esforços no sentido de garantir neste processo a participação de atores diretamente ligados às ações implementadas junto aos diferentes segmentos da população, como as organizações não governamentais (ONGs), os programas estaduais e municipais de DST/AIDS, da saúde da mulher, e outras instituições parceiras. Partindo desta perspectiva, vários fóruns de discussão são promovidos pela esfera governamental, visando o intercâmbio de informações e a definição de medidas mais eficazes e eficientes de intervenções junto aos segmentos populacionais mais vulneráveis ou com risco acrescido em relação à infecção pelo HIV/AIDS.

As ações de prevenção em DST/AIDS têm como referencial teórico a noção do processo saúde e doença como resultado de determinantes sociais, culturais, econômicos, comportamentais, epidemiológicos, demográficos e biológicos. Além disso, os princípios e as diretrizes que regem as ações de prevenção para as DST/AIDS estão baseadas em conceitos e marcos teóricos na perspectiva de vulnerabilidade ou risco acrescido para a infecção pelo HIV/AIDS tendo como princípios os direitos humanos. Fundamentadas em tais marcos teóricos, políticas públicas de prevenção são desenvolvidas visando ações de fortalecimento de intervenções educativas, sociais e comportamentais (por meio de apoio a programas e atividades) e a articulação com outras esferas dos poderes público, privado e da sociedade civil, buscando promover maior integração das ações de promoção à saúde e prevenção das DST/AIDS.

Com o crescimento dos números de casos de aids entre as mulheres, desde 1997, foi criado, no âmbito da CN-DST/Aids, o Grupo Assessor de Mulheres. Esse grupo tem como objetivo assessorar a CN-DST/Aids na proposição e acompanhamento de políticas, princípios e diretrizes para as questões relativas às estratégias de promoção à saúde e prevenção de DST/AIDS junto à população feminina.

O panorama epidemiológico do país apresentado neste documento assinala a feminização, pauperização e interiorização da epidemia de HIV/AIDS. Nele, a população feminina figura como alvo explícito. Dada a necessidade de consolidar estratégias de maior sensibilização da população feminina frente à epidemia de aids, a CN-DST/Aids, por meio do Grupo Assessor de Mulheres, desempenhou papel de articulação política, mobilizando setores do Governo e da Sociedade, realizando, dentre outras atividades, uma série de reuniões com diferentes setores do movimento social que tem desenvolvido ações junto às mulheres, na amplitude de sua diversidade social de gênero, identidade sexual, raça e etnia com vistas ao estabelecimento de estratégias conjuntas para o enfrentamento da epidemia entre mulheres nas diferentes populações femininas com abordagem de gênero, vulnerabilidade e risco acrescido.

A valorização do papel dos profissionais de saúde na abordagem da integralidade da atenção à saúde, levando em conta as questões de gênero, no atendimento a homens e mulheres, é fundamental para o desenvolvimento de ações eficazes de prevenção e assistência às DST/AIDS. Além disso, é preciso que se enfatize a necessidade da integração da prevenção e assistência na rede pública de saúde.

As diretrizes e estratégias de prevenção e assistência devem levar em conta todo o contexto de saúde do país e o atual quadro da epidemia. Esta publicação frisa, portanto, a necessidade da promoção de ações de prevenção e assistência às mulheres de uma forma geral, sejam elas soronegativas ou soropositivas.

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Manual de aconselhamento em Hepatites Virais


Apresentação

Ao lado de diagnóstico preciso e de tratamento digno e eficiente, a necessidade de se instalar um serviço de aconselhamento humano e acolhedor é parte integrante dos objetivos da saúde pública. A busca pela humanização dos serviços no Sistema Único de Saúde passa necessariamente pelo incremento de um sistema de aconselhamento que, não apenas instrua e informe, mas também ouça as necessidades e as dúvidas dos usuários que recorrem aos serviços.

Consciente desta necessidade, o Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV) elaborou este “Manual de Aconselhamento”, visando contribuir para a consolidação deste sistema de atendimento nos diversos serviços que atendem aos usuários que estiveram sob risco de ter adquirido hepatites virais ou aos portadores já identificados. Este manual também faz parte dos materiais instrucionais usados nas diversas capacitações que o PNHV vem promovendo para os Centros de Testagem e Aconselhamento de todo o país.

O ser humano é o elo mais importante em todo o sistema público de saúde e sua valorização e a ampliação das formas de atendimento e compreensão devem ser aperfeiçoadas. A promoção de ações de aconselhamento, através dos conteúdos aqui apresentados, tem também este objetivo. Este manual contou com a colaboração de profissionais de ponta, ouviu usuários do sistema e valorizou e procurou incorporar a experiência de diversos atores envolvidos com esta metodologia de trabalho.

À medida em que o PNHV define esta prioridade para os serviços do SUS e incentiva a prática do aconselhamento nas diversas ações, incluindo a do atendimento médico, dá mais um passo na busca de revisão e aprimoramento de suas metas, visando um trabalho eficiente e humano.

Programa Nacional de Hepatites Virais




Hepatite D


O que é hepatite delta?

Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite delta ou HDV (é um vírus RNA, que precisa do vírus B para que ocorra a infecção), podendo apresentar-se como uma infecção assintomática ou sintomática e nestes casos até mesmo com formas graves de hepatite.

Qual o período de incubação?
O período de incubação, intervalo entre a exposição efetiva do hospedeiro suscetível a um agente biológico e o início dos sinais e sintomas clínicos da doença nesse hospedeiro, varia de 30 a 50 dias (média de 35 dias).

O que é uma hepatite D aguda?

Da mesma forma que as outras hepatites, a hepatite D pode cursar de maneira assinto¬mática, oligossintomática e sintomática, dependendo em parte do momento de aquisição do vírus delta, se conjuntamente (coinfecção) com o HBV ou em já portadores crônicos deste vírus (superinfecção).
• Co-infecção do vírus D com o vírus B em indivíduos normais: ocorre quando o indivíduo adquire simultaneamente os vírus B e D. Na maioria dos casos se manifesta como uma forma de hepatite aguda benigna, com as mesmas características de uma hepatite aguda B clássica. O prognóstico, geralmente, é benigno, ocorrendo completa recuperação e clarificação do HBV e HDV. A evolução para a cronicidade é rara.
• Superinfecção pelo vírus D em portadores (sintomáticos ou assintomáticos) do vírus B: ocorre quando o indivíduo previamente infectado pelo vírus B, que evoluiu para a cronicidade, é contaminado pelo vírus D. O prognóstico é mais grave, podendo haver dano hepático severo, ocasionando formas fulminantes de hepatite ou evolução rápida e progressiva para a cirrose.

O que é uma hepatite D crônica?

A infecção crônica delta é semelhante às de outras hepatites crônicas. A cirrose é mais freqüente neste tipo de hepatite do que nos portadores de hepatite B isolada.

Como a hepatite D é transmitida?
Os modos de transmissão são os mesmos do HBV.

Como prevenir a hepatite D? 

A melhor maneira de se prevenir a hepatite D é realizar a prevenção contra a hepatite B, pois o vírus D necessita da presença do vírus B para contaminar uma pessoa.
• Não compartilhar alicates de unha, lâminas de barbear, escova de dente, equipamento para uso de drogas.
• Usar preservativo; controle de bancos de sangue; vacinação contra hepatite B indicada para os seguintes grupos populacionais:
» em menores de um ano de idade, a partir do nascimento;
» filhos de mães portadoras do HBsAg devem ser vacinados nas primeiras doze horas de vida, preferencialmente¹;
» na faixa de um a 19 anos de idade;
» em todas as faixas etárias em pessoas doadoras regulares de sangue; portadores de Hepatite C; pacientes em hemodiálise, politransfundidos, hemofílicos, talassêmicos, profissionais de saúde, populações indígenas, comunicantes domiciliares de portadores do vírus da hepatite B, pessoas portadoras do HIV (sintomáticas e assintomáticas), portadores de neoplasias, pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições para crianças e adolescentes, forças armadas etc.), população de assentamentos e acampamentos, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, vítimas de violência sexual.
• Imunoglobulina Humana anti-vírus da hepatite B: é indicada para recém-nascidos de mães portadoras do HBsAg, contatos sexuais com portadores ou com infecção aguda (o mais cedo possível e até 14 dias após a relação sexual) e vítimas de violência sexual (o mais cedo possível e até 14 dias após o estupro).
• Uso de equipamentos de proteção individual pelos profissionais da área da Saúde.
Como é feito o diagnóstico da hepatite D?
A suspeita diagnóstica pode ser guiada por dados clínicos e epidemiológicos. A confirmação diagnóstica é laboratorial e realiza-se por meio dos marcadores sorológicos do HDV posterior a realização dos exames para o HBV.


Como é feita a interpretação dos resultados sorológicos?


Hepatite delta: interpretação do quadro sorológico



Como é feito o tratamento?
Hepatite aguda: Não existe tratamento e a conduta é expectante, com acompanhamento médico. As medidas sintomáticas são semelhantes àquelas para o vírus B.
Hepatite crônica: Este tratamento deverá ser realizado em ambulatório especializado.


1 Ao receber a vacina contra hepatite B, filhos de mães portadoras do vírus B e D tornam-se protegidos contra estes vírus.



Manual de aconselhamento em Hepatites Virais

Hepatite C


O que é Hepatite C?

Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite C (HCV), conhecido anteriormente por hepatite Não A Não B, quando era responsável por 90% dos casos de hepatite transmitida por transfusão de sangue sem agente etiológico reconhecido. O agente etiológico é um vírus RNA, da família flaviviridae, podendo apresentar-se como uma infecção assintomática ou sintomática. Em média 80% das pessoas que se infectam não conseguem eliminar o vírus, evoluindo para formas crônicas. Os restantes 20% conseguem eliminá-lo dentro de um período de seis meses do início da infecção.

Qual o período de incubação da hepatite C?

O período de incubação, intervalo entre a exposição efetiva do hospedeiro suscetível a um agente biológico e o início dos sinais e sintomas clínicos da doença neste hospedeiro, varia de 15 a 150 dias.

O que é uma hepatite C aguda?
A manifestação de sintomas da hepatite C em sua fase aguda é extremamente rara. Entretanto, quando presente, ela segue um quadro semelhante ao das outras hepatites.

O que é uma hepatite C crônica?

Quando a reação inflamatória nos casos agudos persiste sem melhoras por mais de seis meses, considera-se que a infecção está evoluindo para a forma crônica. Os sintomas, quando presentes, são inespecíficos, predominando fadiga, mal-estar geral e sintomas digestivos. Uma parcela das formas crônicas pode evoluir para cirrose, com aparecimento de icterícia, edema, ascite, varizes de esôfago e alterações hematológicas. O hepatocarcinoma também faz parte de uma porcentagem do quadro crônico de evolução desfavorável.



Como a hepatite C é transmitida?

Em cerca de 10 a 30 % dos casos dessa infecção não é possível definir qual o mecanismo de transmissão envolvido. Os mecanismos conhecidos para a transmissão dessa infecção são os seguintes:
• Transfusão de sangue e uso de drogas injetáveis: o mecanismo mais eficiente para transmissão desse vírus é através do contacto com sangue contaminado.
Dessa forma, as pessoas com maior risco de terem sido infectadas são: a) que receberam transfusão de sangue e/ou derivados, sobretudo para aqueles que utilizaram estes produtos antes do ano de 1993, época em que foram instituídos os testes de triagem obrigatórios para o vírus C nos bancos de sangue em nosso meio; b) que compartilharam ou compartilham agulhas ou seringas contaminadas por esse vírus como usuários de drogas injetáveis.
• Hemodiálise: alguns fatores aumentam o risco de aquisição de hepatite C através de hemodiálise, tais como utilização de heparina de uso coletivo e ausência de limpeza e desinfecção de todos os instrumentos e superfícies ambientais.
• Acupuntura, “piercings”, tatuagem, droga inalada, manicures, barbearia, instrumentos cirúrgicos: qualquer procedimento que envolva sangue pode servir de mecanismo de transmissão desse vírus, quando os instrumentos uti¬lizados não forem devidamente limpos e esterilizados. Isto é válido para tratamentos odontológicos, pequenas ou grandes cirurgias, acupuntura, piercings, tatuagens ou mesmo procedimentos realizados em barbearias e manicures. A prática do uso de droga inalada com compartilhamento de canudo também pode veicular sangue pela escarificação de mucosa.
• Relacionamento sexual: esse não é um mecanismo freqüente de transmissão, a não ser em condições especiais. O risco de transmissão sexual do HCV é menor que 3% em casais monogâmicos, sem fatores de risco para DST. Pessoas que tenham muitos parceiros sexuais ou que tenham outras doenças de transmissão sexual (como a infecção pelo HIV) têm um risco maior de adquirir e transmitir essa infecção. O relacionamento sexual anal desprotegido também aumenta o risco de transmissão desse vírus, provavelmente por microtraumatismos e passagem de sangue. O vírus da hepatite C foi encontrado no sangue menstrual de mulheres infectadas e nas secreções vaginais. No sêmen, foi encontrado em concentrações muito baixas e de forma inconstante, não suficiente para manter a cadeia de transmissão e manter a disseminação da doença.
• Transmissão vertical e aleitamento materno: a transmissão do vírus da hepatite C durante a gestação ocorre em menos de 5% dos recém-nascidos de gestantes infectadas por esse vírus. O risco de transmissão aumenta quando a mãe é também infectada pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana). A transmissão do HCV através do aleitamento materno não está comprovada. Dessa forma, a amamentação não está contra-indicada quando a mãe é infectada pelo vírus da hepatite C, desde que não existam fissuras no seio que propiciem a passagem de sangue.
• Acidente ocupacional: o vírus da hepatite C (HCV) só é transmitido de forma eficiente através do sangue. A incidência média de soroconversão, após exposição percutânea com sangue sabidamente infectado pelo HCV é de 1.8% (variando de 0 a 7%). Um estudo demonstrou que os casos de contaminações só ocorreram em acidentes envolvendo agulhas com lúmen. O risco de trans¬missão em exposições a outros materiais biológicos que não o sangue não é quantificado, mas considera-se que seja muito baixo. Nenhum caso de contaminação envolvendo pele não-íntegra foi publicado na literatura.
• Transplante de órgãos e tecidos: o HCV pode ser transmitido de uma pessoa portadora para outra receptora do órgão contaminado.


Como prevenir a hepatite C?

Não existe vacina para a prevenção da hepatite C, mas existem outras formas de prevenção primárias e secundárias. As medidas primárias visam à redução do risco para disseminação da doença e, as secundárias, a interrupção da progressão da doença em uma pessoa já infectada.
Entre as medidas de prevenção primária destacam-se:
• triagem em bancos de sangue e centrais de doação de sêmen para garantir a distribuição de material biológico não infectado;
• triagem de doadores de órgãos sólidos como coração, fígado, pulmão e rim;
• triagem de doadores de córnea ou pele;
• cumprimento das práticas de controle de infecção em hospitais, laboratórios, consultórios dentários, serviços de hemodiálise.
Entre as medidas de prevenção secundária podemos definir:
• tratamento dos indivíduos infectados, quando indicado;
• abstinência ou diminuição do uso de álcool, não exposição a outras substâncias hepatotóxicas.
Controle do peso, do colesterol e da glicemia são medidas que visam reduzir a probabilidade de progressão da doença, já que estes fatores, quando presentes, podem ajudar a acelerar o desenvolvimento de formas graves de doença hepática.


Como proceder ao diagnóstico precoce?

Os grupos mais vulneráveis para aquisição da infecção pelo HCV devem ser estimulados a realizar investigação laboratorial dessa infecção. Constituem estas populações:
• usuários de drogas ilícitas, injetáveis ou inaladas;
• todos os receptores de sangue ou derivados antes do ano de 1993;
• pessoas que compartilharam seringas ou agulhas para fins terapêuticos ou não, esterilizados inadequadamente;
• filhos nascidos de mães infectadas por esse vírus;
• parceiros sexuais de indivíduos infectados por esse vírus;
• indivíduos submetidos à acupuntura, tatuagens, piercings ou quaisquer procedimentos que envolvam risco de sangramento, em ambientes onde as medidas de prevenção não sejam seguidas, como por exemplo, o uso de material não descartável ou individual, a reutilização de tinta da tatuagem (para não haver risco de transmissão, a quantidade de tinta a ser usada em cada cliente deve ser exclusiva, com descarte do excedente);
• vítimas de acidentes perfurocortantes em ambientes hospitalares;
• indivíduos que por qualquer circunstância, tenham tido exposição de mucosa a sangue humano sabidamente infectado pelo vírus da hepatite C ou de fonte desconhecida;
• usuários de máquinas de hemodiálise.

Como é feito o diagnóstico da hepatite C?

O diagnóstico da hepatite C é feito pela realização de exames de sangue de dois tipos: exames sorológicos e exames que envolvem técnicas de biologia molecular.
Os testes sorológicos podem identificar anticorpos contra esse vírus e normalmente seus resultados apresentam alta sensibilidade e especificidade¹. Utiliza-se o teste ELISA (anti-HCV) para essa pesquisa de anticorpos.
A presença do anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti-HCV) significa que o paciente teve contacto com o vírus. Sua presença não significa que a infecção tenha persistido. Cerca de 15-20% das pessoas infectadas conseguem eliminar o vírus por meio de suas defesas imunológicas, obtendo a cura espontânea da infecção. A presença de infecção persistente e atual pelo HCV é demonstrada pela pesquisa do vírus no sangue, através do exame HCV-RNA qualitativo. Portanto, os pacientes que apresentarem anti-HCV reagente deverão ser encaminhados para um centro de referência para uma avaliação com um especialista.







JANELA IMUNOLÓGICA

A janela imunológica compreende o período entre o indivíduo se expor a uma fonte de infecção e apresentar o marcador sorológico anti-HCV, o que pode variar de 49 a 70 dias.

Como é o tratamento da hepatite C? 

O tratamento da hepatite C constitui-se em um procedimento de maior complexidade devendo ser realizado em serviços especializados. Nem todos os pacientes necessitam de tratamento e a definição dependerá da realização de exames específicos, como biópsia hepática e exames de biologia molecular. Quando indicado, o tratamento poderá ser realizado por meio da associação de interferon com ribavirina ou do interferon peguilado associado à ribavirina. A chance de cura varia de 50 a 80% dos casos, a depender do genótipo do vírus.

Quem são os comunicantes de portadores de hepatite C?

• Indivíduo que compartilha material para uso de drogas (seringas, agulhas, canudos, etc.).
• Filhos de mãe anti-HCV reagente. 
• Indivíduos do mesmo domicílio.
• Parceiros sexuais.
Recomendações
• Orientações educacionais dirigidas à população sabidamente infectada poderão esclarecer sobre os potenciais mecanismos de transmissão e auxiliar na prevenção de novos casos.
• Usuários de drogas injetáveis poderão ser incluídos em programas de redução de danos, receber equipamentos para uso individual e orientações sobre o não compartilhamento de agulhas, seringas ou canudos.
• O uso de preservativos deve ser estimulado. Pares sorodiscordantes que têm relacionamento fixo possuem baixa probabilidade de transmissão. Entretanto, não existem muitos dados para as demais situações. Deste modo, estímulo ao uso de preservativo parece ser uma medida prudente.
• Não compartilhar lâminas de barbear, utensílios de manicure, escovas de dente.
• Indivíduos infectados devem ser orientados a não doar sangue, esperma ou qualquer órgão para transplante.
• Uso de equipamentos de proteção individual pelos profissionais da área da saúde.

1 Sensibilidade é definida como a proporção de indivíduos com a doença que têm um teste positivo. Um teste sensível raramente deixa de encontrar pessoas com a doença. Especificidade é a proporção dos indivíduos sem a doença, que têm um teste negativo. Um teste específico raramente classificará erroneamente pessoas sadias em doentes.



Manual de aconselhamento em Hepatites Virais