quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Vírus da Aids pode curar leucemia?



Tratamento com 30 pacientes mostra que HIV desativado inserido em células brancas combate o câncer

O americano Marshall Jensen, 30 anos, recebeu o diagnóstico de leucemia linfoblástica aguda em 2012 e passou os últimos dois anos em busca de um tratamento eficaz. Na  Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, participou de um experimento que consiste no implante de células brancas do sangue com o vírus HIV, causador da Aids, desativado. Dos 30 pacientes envolvidos no estudo, 23 estão vivos, sendo que 19 estão em remissão (ausência dos sinais da doença), incluindo Jensen. Os dados são do jornal Daily Mail.
A ligação entre leucemia e o vírus HIV foi descoberta em 2006, quando um homem soropositivo chamado Timothy Wood foi diagnosticado com leucemia mieloide aguda. Depois de receber um transplante de medula óssea de um doador com uma mutação genética rara, o câncer de Wood entrou em remissão e o HIV desapareceu do seu sistema, tornando-se o primeiro homem a ser totalmente curado do vírus.
Desde então, o médico Carl June e sua equipe têm trabalhado no desenvolvimento de um tratamento à base de HIV para a leucemia e, em outubro deste ano, publicaram um estudo mostrando o sucesso da terapia em 30 pacientes com câncer. Extraíram linfócitos T, que pertencem a um grupo de glóbulos brancos do sangue, dos pacientes e implantaram HIV desativado. As células foram, então, inseridas no corpo para lutar contra o câncer e permanecem dormentes até que a doença reapareça.
É um vírus desativado, mas mantém a característica essencial do HIV, que é a capacidade de inserir novos genes nas células”, explicou June. Os especialistas querem desenvolver tratamento com o vírus HIV contra outras formas de câncer. 
"Parecia a coisa certa. Nós não sabíamos como iríamos chegar lá, o que iríamos fazer, mas funcionou. Pela graça de Deus, fui capaz de voltar”, disse Jensen, que recebeu uma festa ao voltar para casa depois de dois anos de viagem em busca de uma cura. Emma Whitehead, de 7 anos, foi a primeira criança a receber o tratamento em 2012 e está livre do câncer há dois anos.
Entendendo a leucemia.. 


Entendendo o HIV

Problema: quadro semelhante a gripe/resfriado



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Estudo mostra que sêmen prejudica eficácia de gel anti-HIV

                                    

O sêmen parece interferir nos géis microbicidas usados para evitar a infecção por HIV, o que possivelmente explica porque funcionam em laboratório, mas não em situações da vida real, afirmaram cientistas.
Fragmentos de proteínas, encontrados no sêmen, dificultam o trabalho de microbicidas aplicados na vagina, destacou a pesquisa publicada na revista “Science Translational Medicine”.
Conhecidas como fibrilas amiloides, estas partículas no sêmen "atuam como uma cola, prendendo partículas de HIV na superfície da célula, estimulando a infectividade viral", destacou o estudo, conduzido por cientistas da Universidade da Califórnia, em San Francisco, e da Universidade de Ulm, na Alemanha. "Este efeito subjuga a atividade anti-HIV dos microbicidas", continuou.
Estes microbicidas foram desenvolvidos originalmente como uma forma de habilitar as mulheres da África subsaariana a se proteger, devido à dificuldade que podem encontrar para negociar o uso de preservativos com seus parceiros.
"No entanto, a primeira geração de microbicidas foi amplamente ineficaz ou, pior, alguns inclusive levaram a um aumento da transmissão do vírus", disse o autor principal do estudo, Warner Greene, diretor do Instituto Gladstone de Virologia e Imunologia.
A co-autora do estudo, Nadia Roan, do Departamento de Urologia da Universidade de San Francisco, na Califórnia, afirmou que as últimas pesquisas se baseiam em estudos anteriores. "Nós demonstramos anteriormente que o sêmen intensifica a infecção pelo HIV, mas esta foi a primeira vez que demonstramos que esta capacidade reduz claramente a eficácia antiviral dos microbicidas", concluiu.
O efeito foi o mesmo em todos os microbicidas testados no estudo, exceto o Maraviroc, que é avaliado para uso como microbicida e atualmente é utilizado como um tratamento para HIV/Aids.
Este medicamento age de forma diferente à dos microbicidas que atacam o HIV. Ao contrário destes, ele se liga a um co-receptor de células hospedeiras para impedir que o vírus entre na célula.
"Os resultados indicam que o Maraviroc é um promissor candidato a microbicida e sugerem que futuros microbicidas devem ser testados 'in vitro' na presença de sêmen", destacou o estudo.
O gel anti-HIV

Pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo um gel que promete combater o vírus da Aids presente no esperma. Desta forma, as mulheres estariam protegidas do contágio durante as relações sexuais. Com o uso, as grávidas também impedem que seus bebês também se contaminem.

Conhecido também como "camisinha líquida", o produto contém o fármaco raltegravir, que reduz a quantidade de HIV na corrente sanguínea e será aplicado como um gel lubrificante, criando uma cobertura protetora na vagina. Em contato com o sêmen, o gel libera drogas antivirais que atacam o HIV. Segundo os pesquisadores, a substância não deve causar efeitos colaterais ou desconforto durante as relações.
"O que nós fizemos neste estudo foi identificar uma droga anti-HIV que bloqueia a integração do vírus ao DNA", explicou à AFP Walid Heneine, co-autor do trabalho.
Esse gel é um tipo de microbicida, novo grupo de medicamentos para combater as DST, doenças sexualmente transmissíveis.
O gel foi testado na região vaginal de seis macacas e foi aplicado até três horas depois da exposição a um vírus de imunodeficiência similar, encontrado em primatas e semelhante ao HIV que afeta seres humanos.
O estudo mostrou que o gel preveniu que o vírus afetasse cinco das seis macacas, para uma taxa de 84% de eficácia, segundo relatório da revista Science Translational Medicine.
A pesquisa está em andamento para também tentar desenvolver um gel retal, segundo Heneine.
Antes de chegar ao mercado, o produto ainda deve passar por mais uma bateria de testes em animais e humanos, um processo que pode levar de cinco a dez anos.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Dois novos remédios para tratamento da Aids serão distribuídos gratuitamente no SUS

Uma inovação é o medicamento ritovanir 100mg na apresentação termoestável; outra é um comprimido ‘2 em 1’



A partir dessa semana, o Ministério da Saúde vai iniciar a distribuição de duas novas formulações de medicamentos para os pacientes de Aids pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de 135 mil pessoas serão beneficiadas em tratamento com as  novas formulações.

Ilustração do vírus HIV na corrente sanguínea - Terceiro / Agência O Globo

Uma das inovações para o tratamento contra a doença é o medicamento ritovanir 100 mg na apresentação termoestável, que poderá ser mantido em temperatura de até 30ºC. Segundo o Ministério, a distribuição da nova fórmula representa um grande avanço, pois o remédio que era distribuído pelo SUS até então necessitava de armazenamento em câmara fria, com temperatura entre 2°C e 8°C.
Já em dezembro deste ano, a pasta também começará a distribuir o tenofovir 300 mg, composto com a lamivudina 300mg em um único comprimido, o “2 em 1”. A nova formulação é produzida nacionalmente e distribuída pela Farmanguinhos/Fiocruz. Atualmente, cerca de 75 mil pacientes estão em uso das monodrogas, utilizando 1 comprimido de tenofovir e 2 comprimidos de lamivudina 150 mg ao dia.
Essa apresentação irá melhorar a adesão ao tratamento, por facilitar a administração dos medicamentos. A fórmula 2 em 1 será disponibilizada somente para os pacientes que não têm indicação clínica de uso conjunto com efavirenz 600 mg.
Atualmente, o Ministério da Saúde oferece 22 medicamentos com 39 fórmulas e, entre 2005 e 2013, o País mais que dobrou (2,14 vezes) o total de brasileiros em tratamento, passando de 165 mil, em 2005, para cerca de 350 mil em 2013.


Fonte:

terça-feira, 18 de novembro de 2014

1º de Dezembro: Dia Mundial de Luta contra a Aids



No próximo dia 1º, será celebrado o Dia Mundial de Combate a Aids. Este dia é comemorado no Brasil desde 1988. Por decisão do Ministério da Saúde, a data foi estabelecida devido a grande falta de informação sobre a doença e ao preconceito que a rodeava.
O intuito é que nesta data seja despertada a consciência da necessidade da prevenção, a promoção do conhecimento da doença e redução da discriminação que ainda há contra os soropositivos dentro da sociedade.
Todo ano, no dia 1º de dezembro, campanhas de prevenção da Aids são realizadas em todo o País e também ao redor do mundo. Esta data se apresenta como uma oportunidade para pessoas do mundo inteiro se unirem na luta contra o HIV, mostrando seu apoio às pessoas que vivem com o vírus e celebrando em nome daqueles que já faleceram devido à doença.




Hoje, dia 19 de novembro (quarta-feira), a partir das 11 horas, no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, ativistas da luta contra a Aids se reunirão para lembrar as mortes em consequência da doença. Os manifestantes sairão em caminhada até a esquina da Paulista com a Augusta, carregando cruzes que simbolizam as mais de 12 mil mortes no Brasil. O ato, organizado pelo Fórum de ONGs/Aids de São Paulo (Foaesp), faz parte das atividades do Dia Mundial de Luta contra a Aids. A manifestação tem como intuito chamar atenção sobre o cenário da doença no país, no qual acredita-se que a maioria das mortes se dá pela dificuldade da população no acesso ao serviço de saúde.
Organizações internacionais recomendam a utilização da fita vermelha - símbolo de solidariedade e comprometimento na luta contra a aids, para demonstrar o seu apoio às pessoas que vivem com o HIV, além de usar seu conhecimento sobre a doença para orientar as pessoas a respeito da prevenção, importância dos exames e respeito aos soropositivos.

Por que utiliza-se o laço vermelho como símbolo? 


Em 1991, 10 anos após o surgimento do HIV, um grupo de 12 artistas se reuniu para discutir um novo projeto para o Visual Aids, organização de artes de Nova York que promove a conscientização da população sobre a doença. Após um brainstorm(tempestade de ideias) entre o grupo, o laço vermelho foi escolhido por causa da sua ligação ao sangue e à ideia de paixão. Os artistas se inspiraram na fita amarela utilizada em apoio aos militares americanos na Guerra do Golfo. O formato foi escolhido pela facilidade em reproduzir o laço por qualquer um.

Campanha 1º de Dezembro


Em breve, postaremos detalhes sobre a campanha que será realizada em comemoração a data com a colaboração dos acadêmicos do Projeto DST/Aids e Hepatites Virais em Alfenas-MG. Serão montados stands para distribuição de materiais educativos e preservativos, demonstração de uso de preservativos masculinos e femininos, testes rápidos e orientações sobre as DST's. Contamos com a presença de vocês!



Fonte:
  • World Aids Day. Disponível em: <http://www.worldaidsday.org/>.
  • Agência de Notícias da Aids. Disponível em: <http://www.agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=22884>.
  • DST, AIDS e Hepatites Virais. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/noticia/1o-de-dezembro-e-dia-mundial-de-luta-contra-aids>.

Fonte das imagens:
  • http://www.tumblr.com/search/world+AIDS+day
  • http://theybf.com/2012/12/01/world-aids-day-2012
  • http://www.worldaidsday.org/

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Glândulas de Tyson

Todo homem tem as chamadas glândulas de Tyson - pequenas estruturas no pênis que ficam entre a glande e o prepúcio e se parecem com espinhas esbranquiçadas. Na maior parte da população masculina, elas são pouco desenvolvidas e quase não aparecem. Mas, para cerca de 8% a 12% dos homens, elas se tornam hipertrofiadas, ou aumentadas, sem qualquer razão específica, apenas por uma questão genética. Muitos garotos, por falta de conhecimento, ficam constrangidos e temem que essas 'bolinhas' sejam sinal de alguma DST (Doença Sexualmente Transmissível). 
Em alguns jovens, as glândulas ficam maiores e geram receio de que seja alguma doença
"Quando elas aumentam de tamanho, têm um comportamento visual muito parecido com verrugas e por isso normalmente assustam e levam os indivíduos a se preocupar muito", explica o médico Sylvio Quadros, chefe do Departamento de DSTs da Sociedade Brasileira de Urologia. Apesar de as glândulas terem características distintas às de verrugas causadas por DST, como padrões de distribuição e localização, apenas o especialista é capaz de fazer essa diferenciação com segurança.
As glândulas de Tyson excretam substâncias que protegem e funcionam como lubrificante natural do órgão genital masculino. O acúmulo desse sebo dá origem ao esmegma, secreção esbranquiçada que às vezes se acumula no pênis. O nome dessas estruturas anatômicas não tem nenhuma ligação com o lutador de boxe norte-americano. A denominação mais popular é uma homenagem a Edward Tyson, cientista britânico que as descreveu pela primeira vez em 1694.
Arte UOL
Durante a ereção, as glândulas também parecem momentaneamente maiores. Nos homens em que são naturalmente mais desenvolvidas, elas se tornam proeminentes com a chegada a adolescência. "É nessa fase que os meninos começam a percebê-las e às vezes pensam que é uma doença que está relacionada à masturbação", conta o urologista André Milanezi Lorenzini, diretor técnico responsável de um instituto especializado em urologia em Belo Horizonte (MG).
Depois de postar um vídeo informativo sobre as glândulas de Tyson no YouTube, que já teve mais de 100 mil visualizações, o médico mineiro passou a ser o "salvador" de muitos jovens, que relatam nos comentários o alívio em saber que são "normais".
Alternativas arriscadas
As glândulas de Tyson aumentadas não são consideradas uma anomalia, apenas uma variante anatômica normal, que não acarreta nenhum sintoma nem exige tratamento. Entretanto, a aparência dessas glândulas proeminentes costuma incomodar os homens. 
As glândulas de Tyson são estruturas que ficam entre a glande e o prepúcio e se parecem com espinhas esbranquiçadas
Por vergonha de expor a condição ou ir ao médico, alguns rapazes buscam informações na internet sobre o assunto e métodos alternativos de eliminá-las. Não é difícil encontrar blogs e relatos acerca dessas experiências, na maioria das vezes inócuas e até arriscadas.
O vestibulando Elias, de Fortaleza (CE), que prefere não revelar publicamente o sobrenome, resolveu contar no blog "Viver com Glândulas de Tyson" suas tentativas de se livrar do problema por conta própria. A atitude mais radical do estudante foi decepar suas glândulas com a tesoura.
"Decidi cortar porque estava bastante deprimido com as glândulas. Eu tinha cerca de sete, todas localizadas perto do "freio" do pênis, e me incomodavam muito. Tive muito medo de pegar uma infecção e também sentir muitas dores", revela.
Por sorte, o procedimento não acarretou consequências mais graves à saúde de Elias, que diz que algumas das glândulas voltaram. O estudante afirma que ainda não teve coragem de ir ao urologista por vergonha e falta de maturidade, mas diz que pretende fazer isso daqui a algum tempo.
Enquanto isso, o jovem continua experimentando tratamentos alternativos para eliminar completamente as glândulas que sobraram. O urologista Sylvio Quadros alerta para os riscos envolvidos: "Dependo da substância usada, isso pode levar a formação de escaras, inclusive com alteração anatômica da região".
A criação do blog pelo menos ajudou Elias a perceber que não era o único a sofrer com essa situação. Antes de concluir, aos 15 anos, que tinha as glândulas de Tyson mais desenvolvidas, o estudante chegou a pensar que estava com DST. "Foi a primeira coisa que pensei, mas achei quase impossível porque na época eu era virgem", relembra Elias, atualmente com 19 anos.
Procedimento estético
Apesar de não acarretarem nenhum problema fisiológico, as glândulas de Tyson podem ser retiradas por razões exclusivamente estéticas. Os especialistas explicam que às vezes os homens ficam preocupados e até inseguros durante a relação sexual por causa da aparência do pênis e também, em alguns casos, pela necessidade de explicar que o que possuem não é uma DST.
Quadros ressalta a importância de analisar a condição de cada paciente individualmente para avaliar a necessidade do procedimento. "Conforme o tamanho, muitas vezes essas lesões são substituídas por uma cicatriz que é definitiva. É preciso avaliar caso a caso porque às vezes não compensa fazer a cirurgia", defende o médico.
O urologista relata que os homens chegam com muitas dúvidas ao consultório, frequentemente alimentadas por anos a fio até criar a coragem de procurar um especialista. "Isso cria uma problemática psicológica enorme, gerando às vezes problemas de disfunção erétil por causa de algo simples, de fácil resolução ou entendimento. Na maioria das vezes não há o que fazer, eles precisam ter consciência de que eles não têm uma doença", enfatiza Sylvio Quadros.
A eletrocauterização é um dos métodos mais empregados para a remoção das glândulas de Tyson. Segundo André Milanezi, o procedimento, realizado em ambiente cirúrgico, é simples e leva, em média, de cinco a dez minutos para ser executado, com anestesia local. A recuperação costuma acontecer em um período de até dez dias após a cauterização.
O urologista afirma que as glândulas não voltam, somente reaparecem caso não tenham sido cauterizadas totalmente. As complicações, como ressecamento, são muito raras e a eliminação das glândulas, explica Milanezi, não traz nenhum prejuízo, já que existem outros grupos excretores que também colaboram com a lubrificação do pênis. O médico mineiro, que faz pelo menos duas eletrocauterizações por mês, diz que o procedimento não deixa cicatrizes.

Por ter finalidade estética, geralmente os convênios não cobrem a cirurgia, que custa, em média, R$ 400. André Milanezi também expõe que muitas vezes alguns médicos relevam o problema e desencorajam os pacientes a fazer o procedimento, já que a condição não é uma doença. Mas ele acredita que é essencial, antes de tudo, levar em consideração o impacto que as glândulas têm na vida do paciente. "O problema pode virar uma cisma, uma preocupação, que afete indiretamente a vida sexual. Se está na literatura médica que se pode cauterizar, qual é o problema? Mas é importante lembrar que é um procedimento absolutamente estético", justifica.
Fonte: Glândulas no pênis deixam garotos constrangidos e com receio de DST. 
Disponível em : http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/01/13/glandulas-aumentadas-no-penis-deixam-alguns-garotos-constrangidos.htm

sábado, 8 de novembro de 2014

Estudo pede mais campanhas sobre DST para homens que fazem sexo com homens

O governo precisa intensificar as campanhas de conscientização direcionadas a homens que fazem sexo com outros homens para alertar sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST), defende um estudo divulgado hoje (7) pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Oswaldo Cruz. A pesquisa analisou a sorologia de um grupo de 558 homens de Campinas (SP) que fizeram sexo com outros homens seis meses antes da coleta e mais da metade tiveram contato ou estavam infectados por algum causador de DST.

No grupo pesquisado, mais de um quarto dos identificados como soropositivos tinha contraído o vírus HIV, causador da aids, menos de seis meses antes da coleta. A chefe do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC, Mariza Morgado, destacou que a volta do crescimento da contaminação entre homens, especialmente entre os jovens de 15 a 24 anos, requer uma resposta do governo que vai além das campanhas feitas no carnaval. "É preciso focalizar mais as campanhas, porque é o grupo em que a gente observa um certo recrudescimento da epidemia [de aids]", argumentou.

A pesquisadora defende que a prevenção do HIV conte com o uso de antirretrovirais pré-exposição. Esses remédios seriam tomados regularmente para combater o vírus caso haja contato, potencializando a prevenção. "A gente precisa ter alguma coisa que previna a expansão da infecção e, hoje, o que tem se mostrado mais efetivo é o tratamento", diz. "É claro que tudo isso tem que estar associado ao uso de camisinha e medidas preventivas tradicionais".
Pesquisa prevenção do HIV conte com o uso de antirretrovirais pré-exposição Arquivo/Agência Brasil
Entre os homens pesquisados, os exames apontaram 7,6% de infectados pelo HIV, um percentual cerca de 20 vezes maior que o registrado na população brasileira em geral. No entanto, a incidência é bem inferior aos 31,9% que tiveram contato com o HPV do tipo 16, e dos 20,3% que se expuseram ao HPV do tipo 18. Esses dois tipos do papiloma vírus humano são os mais associados ao câncer - quase 90% dos casos de tumores malignos no ânus e cerca de 40% dos que atingem o pênis estão relacionados ao HPV. Ao todo, o percentual que teve contato com ao menos um desses dois tipos de HPV chegou a 40% na população pesquisada. Esse contato, porém, não resulta em uma infecção persistente na maioria das vezes.

"[O HPV] é uma das DST mais comuns no mundo. Só que, na maior parte dos casos, o sistema imunológico controla e a lesão some com o tempo. Em menos de 1% pode evoluir para o câncer", explicou Alcina Nicol, pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas do IOC. Alcina defende que os meninos também passem a receber a vacina contra o HPV, que já é dada em meninas para prevenir o número de casos de câncer de colo de útero, pois quase 100% desses tumores malignos estão associados ao HPV.

Alcina destaca que a vacinação é importante principalmente para portadores de HIV. Segundo o estudo, o contato com o HPV do tipo 16 entre esse grupo chega a 60,9%, e, para o tipo 18, a 46,3%, bem acima das taxas gerais. "O paciente HIV positivo tem tido uma alta prevalência de câncer anal, o que já foi mostrado pela literatura [médica]. Isso é por causa da baixa da imunidade", explica. Segundo o portal do Ministério da Saúde sobre DST, soropositivos só devem tomar vacinas com orientação médica.

O estudo também levantou informações sobre as hepatitites B e C, além do vírus HTLV. Apesar dos 30 anos de campanhas de vacinação contra a hepatitite B, 55% dos pesquisados não estavam imunizados, e 11,4% estavam infectados. Sobre a hepatite C, o estudo constatou que, na população pesquisada, a incidência da doença foi 1%, coincidindo com pessoas que se declararam usuárias de drogas. O mesmo ocorreu com o vírus HTLV, apesar de sua principal forma de transmissão ser o aleitamento materno.

Para chegar aos entrevistados, a pesquisa contou com o engajamento deles próprios. Cada pessoa entrevistada e examinada convidava mais três pessoas para responderem e se submeterem aos exames, formando uma rede. Tal metodologia não permite que o grupo seja tomado como amostra da população de Campinas, de São Paulo ou do país, mas aponta conclusões que orientaram as recomendações. Uma delas é a importância de campanhas nas escolas e o papel da escolaridade na prevenção. "Quão melhor é a escolaridade, mais o indivíduo se arma de conhecimento e acaba evitando a infecção. Quem tem menos escolaridade está se contaminando mais", diz Mariza Morgado.
A camisinha é indicada como a
principal forma de prevenção
da maior parte das DST
Arquivo/Agência Brasil
 A camisinha é indicada como a principal forma de prevenção da maior parte das DST e pode ser obtida gratuitamente em toda a rede pública de saúde. No Disque Saúde (136), é possível obter informações sobre a prevenção e onde obter o preservativo. Segundo o Ministério da Saúde, o preservativo oferece 10 mil vezes mais proteção contra o vírus da aids do que a sua não utilização, e apenas um deve ser utilizado por vez, já que usar dois ao mesmo tempo aumenta as chances de rompê-lo. Além do uso no sexo vaginal e no anal, também é recomendado o uso no sexo oral.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que faz, anualmente, duas grandes campanhas de massa em âmbito nacional, uma durante o carnaval, que se estende ao longo dos principais eventos do ano - como festas regionais, como micaretas - e a outra em 1º de dezembro, Dia da Luta contra a Aids. As campanhas são voltadas para o público considerado sexualmente ativo (entre 15 e 49 anos) e os jovens gays (principalmente entre 15 e 14 anos). Além das campanhas, são feitas ações conjuntas com as secretarias municipais e estaduais de Saúde de todo o Brasil e com organizações não governamentais (ONGs) em eventos regionais.

O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do  ministério desenvolve projeto de teste rápido de HIV/aids por fluido oral com 50 ONGs parceiras de 20 estados e do Distrito Federal, com resultado em até 30 minutos. De acordo com o ministério, a prioridade no novo método, iniciado em março de 2014, é para as populações que apresentam maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV (homens que fazem sexo com homens, gays, profissionais do sexo, travestis, transexuais, pessoas que usam drogas, pessoas privadas de liberdade e em situação de rua).

A nota ressalta o esforço do Ministério da Saúde no diálogo direto com jovens gays, homens que fazem sexo com homens, travestis e transexuais, por meio de campanha publicitária e meios alternativos, como aplicativos e redes sociais.


Da Agencia Brasil



sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A contagiante história da sífilis

Artigo do cirurgião dentista e estomatologista Prof. Assoc. Jayro Guimarães Jr.
Um pastor certa vez teve  esse mal-estar, e Syphilus é seu nome [...].
Primeiro ele teve bolhas de aparência horrível, [...] teve dores estranhas e passou noites em claro. Dele a doença recebeu seu nome, os pastores das vizinhanças apanham a chama devastadora. Finalmente na cidade e na corte ela foi conhecida, e atacou o monarca ambicioso no seu trono.
Trechos de “Syphilis sive morbus gallicus” (Sífilis  ou a doença francesa), poema escrito, em 1530, por Hyeronimus Frascatorius.  

 A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença.

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer.
A história da sífilis é interessante, folclórica e, ainda, polêmica.

Foi citada sua presença na China e no Japão principalmente nos séculos XIII e XIV.
Para um grande número de estudiosos seria endêmica na América Central, notadamente no Haiti, e levada para Europa por quarenta e quatro marinheiros espanhóis, que, ao serem dispensados por Colombo, se uniram às tropas de Gonzalo de Córdoba e, mais tarde, se juntaram ao exército “francês” de Carlos VIII que começou a invadir a Itália no outono de 1494.

Junto com o navegador genovês vieram dez nativos americanos (dos quais um morreu tão logo desembarcou), que voltaram para Europa com Cristóvão Colombo no ano de 1493.
O exército de Carlos VIII, constituído por 3.000 homens, não era de fato francês, mas composto por mercenários franceses, alemães, suíços, ingleses, húngaros, poloneses e espanhóis.

Em fevereiro de 1495, este exército mercenário começou a realizar o cerco da cidade de Nápoles.
A queda da cidade, ocorrida no mesmo ano, deu início às orgias que teriam levado à disseminação da infecção sifilítica aos seus participantes, coincidindo logo a seguir com o primeiro grande surto da doença.

Foi então denominada de “mal gálico, francês ou italiano”.  A volta dos mercenários para seus países de origem contribuiu para a disseminação da doença.

Um dos pontos que suportam esta teoria é que um dos mais primitivos tratamentos para a sífilis, instituído em 1508, feito pela erva santa (“holy wood”) ou guaiaco, era uma resina obtida de duas plantas — guaiacum officinale e guaiacum sanctum— originárias das Américas.

Estes fatos históricos atualmente estão sendo refutados com base em estudos epidemiológicos e clínicos por vários autores entre os quais Luguer, em 1993.

Segundo estas refutações, a doença já estava presente na Europa antes dos tempos do navegador genovês.

O aumento de incidência teria apenas coincidido com a descoberta da América. Este aumento, que foi pandêmico, foi chamado de "great pox" em oposição ao "small pox”.

Outra teoria afirma que a sífilis é originária da África e foi introduzida na Espanha e em Portugal pelos escravos trazidos daquele continente.

Há uma doença chamada framboesia (yaws em inglês, do africano yaw= framboesa) que é bacteriologicamente indistinguível da sífilis, mas que não é transmitida sexualmente.

Uma teoria crê que a sífilis é causada pela mesma bactéria da framboesia africana, adaptada ao clima europeu, mais frio que o africano.

Assim a framboesia e a sífilis seriam diferentes manifestações da mesma doença.

Uma extensão da teoria afirma que não foram os escravos, mas sim negros que chegaram num passado mais remoto ao Egito, Arábia, Grécia e Roma que levaram a yaws para o continente europeu.

As primeiras citações sobre a doença foram escritas pelo famoso poeta italiano, originário de Verona, Girolamus Fracastorius que nasceu em 1483 dentro de uma família de conhecidos médicos. Estudou Medicina em Padova e Belas Artes, Matemática e Astronomia, além de ser naturalista, poeta e filósofo, bem como, excelente enologista. Descreveu diferentes vinhos e suas indicações na medicina. Suponho que experimentou alguns.

Em agosto de 1530, Frascatorius escreveu um poema em elegantes versos hexâmetros virgilianos (versos divididos em seis partes usados por Virgílio), publicado em Verona em três volumes, com o nome “Syphilis sive morbus gallicus”.


A obra fala sobre a origem da doença e descrevia  sua sintomatologia. Relata as desventuras de um jovem pastor Syphilus que, por amar tanto o rei de Alcithous, chegou a dedicar-lhe um culto religioso e a induzir o povo a idolatrá-lo.

Pois é, naquele tempo idolatrava-se governantes.


Atraiu assim a ira dos deuses e recebeu como castigo divino a terrível doença. O pastor foi o primeiro a contraí-la, mas ela se tornou epidêmica.

Em 1546, Fracastorius publicou outro trabalho em Veneza sobre o título “De Contagione et Morbis Contagiosis”, no qual descreve a causa da sífilis e de muitas doenças contagiosas, surgindo como um dos precursores da bacteriologia.

Frascatorius refere-se a um “catarro pernicioso” dos doentes com sífilis que corroía o palato, lábios, úvula e faringe que pode ser considerado como a placa mucosa oral do secundarismo.

Lues, o outro nome para a sífilis, vem do latim lues, ao qual foi acrescentado o adjetivo venereum, quer dizer praga, doença ou pestilência, pois foi considerada como um dos grandes flagelos da civilização no século XVI devido ao grande número de vítimas fatais por ela causada.

No século XVII apareceram os primeiros ensaios em textos pediátricos sobre a sífilis congênita. As crianças com sífilis eram frequentemente abandonadas por causa do medo da transmissão.

Erasmo de Rotterdam (1469-1536) escreveu que todo nobre que não tivesse sífilis uma vez era considerado “ígnobilis et rusticans”.

Em 1579, o cirurgião londrino William Clowes declarou que de cada 20 pacientes admitidos no St. Bartholomew’s Hospital, 15 tinham sífilis (75%!), demonstrando que a doença era muito comum na Londres do século XVI.

A doença afetou muita gente famosa. Entre elas: Carlos VIII e Francisco I (reis da França), o Papa Alexandre Bórgia, seu sobrinho Pedro Bórgia e o Cardeal-Bispo de Segóvia, os artistas Benvenuto Cellini, Èdouard Manet e Toulouse-Lautrec, os escritores e poetas Heinrich Heine, Jules de Goncourt, Alphonse Daudet, Guy Maupassant e Leon Tolstoi, o filósofo Friedrich Wilhelm Nietzsche e os músicos Franz Schubert (sífilis + intoxicação crônica por mercúrio ao tentar tratá-la) e Scott Joplin (autor de ragtime).
Afetou também os tristemente famosos, como o gangster Al Capone e o ditador Adolf Hitler.
Nas casas-grandes dos engenhos brasileiros no período colonial muitos escravos eram, na verdade, descendentes bastardos dos amos.

Os latifundiários, apreciadores das mulatas, trouxeram a sífilis da Europa e a espalharam tão difusamente que já não se considerava as manchas da pele como coisa vergonhosa. Antes, eram distintivos ou medalhas. Ser sifilítico era sinal de macheza ou virilidade.

Assim, como nos conta Gilberto Freyre no seu livro “Casa Grande & Senzala”, uma contaminação em massa verificou-se nas senzalas coloniais brasileiras.
Escreveu ele: “foram os senhores das casas-grandes que contaminaram de lues as negras das senzalas.
 Negras tantas vezes entregues virgens, ainda molecas de doze e treze anos, a rapazes brancos já podres da sífilis das cidades. Porque por muito tempo dominou no Brasil a crença de que para o sifilítico não há melhor depurativo que uma negrinha virgem [...] a prostituição doméstica, sempre é mais higiênica que a dos bordéis”.

Freyre relata que “no litoral, isto é, na zona mais colorida pela escravidão, sempre foi larga a extensão da sífilis [...] e os mestres da medicina brasileira recomendam aos discípulos que, em clínica, pensem sempre sifiliticamente, isto é, considerando antes de tudo a possível origem sifilítica do mal ou doença”.

Ainda através de Freyre, sabemos que “no século XVIII já o Brasil é assinalado em livros estrangeiros como terra da sífilis por excelência".

O misterioso Capitão Johnson, provavelmente seria Daniel Defoe, autor da Histoire générale des plus fameux pyrates, de 1726, escreve que “presque tous les brésiliens sont atteints d’affections véneriennes” (quase todos os brasileiros afetados pelas doenças venéreas).

Daniel Defoe foi autor do romance “Robinson Crusoé” e o livro citado sobre piratas seria uma tradução do inglês para o francês.

 Os primeiros ensaios terapêuticos ocorreram entre 1700 e 1837, quando Gerhardt van Swieten (1700-72) e Wallace lançaram as associações mercuriais e o iodo no seu tratamento. Anteriormente, em 1689, os vapores de mercúrio, através de fumigações, eram usados no tratamento da sífilis.

John Hunter (1728-93), um cirurgião inglês, cometeu um trágico erro. Ao tentar provar que a gonorreia e a sífilis tinham origem comum auto inoculou-se com material proveniente de um exsudato uretral. Infelizmente o paciente portava as duas doenças e os desenvolvimentos dos sinais da sífilis em si fizeram com que Hunter pensasse que sua teoria era correta. Hunter pagou o preço do seu erro: morreu de sífilis.

Meio século mais tarde, Philippe Ricord e Jean-Alfred Fournier esclareceram a confusão e separaram as duas doenças.

A divisão da sífilis em três estágios, primário, secundário e terciário, foi feita por Philippe Ricord.  A literatura médica de língua inglesa prefere dividi-la em recente e tardia.
No século XIX, o célebre Jean-Martin Charcot (1825-93), um dos fundadores da neurologia francesa, descreveu o perturbação articular da ataxia locomotora (descoordenação motoroa) provocada pela sífilis que ficou conhecida com "articulação de Charcot".

Jonathan Hutchinson, em 1861, trabalhando no London Hospital descreveu a tríade da sífilis congênita que leva seu nome.
A importância dada à sífilis revela-se no destaque dado por algumas revistas científicas, particularmente as francesas, que apareciam sob a denominação de “Dermatologia e Sifilografia”. O próprio nome da disciplina acadêmica era assim designado.
Elie Metchnikoff e Emile Roux conseguiram transmitir a doenca para macacos, em 1903. Tornaram então possíveis os estudos experimentais da sífilis em modelos animais.
Somente em 1905, Fritz Richard Schaudinn e Paul Eric Hoffmann descobriram o micro-organismo causador da doença que denominaram Spirochaeta pallida. Um pouco mais tarde mudaram o nome pra Treponema pallidum.
Em 17 de maio de 1905, Schaudinn & Hoffmann apresentaram as conclusões de suas pesquisas para a Sociedade Berlinense de Medicina, gerando enorme polêmica e descrença.
John Siegel e seus seguidores engrossaram a ala dos oponentes, defendendo que a doença era causada pelo Citorrhyctes luis, um alegado protozoário anteriormente descoberto por eles, e afirmando que o achado de Schaudinn & Hoffmann não passava de uma sujeira (artefato).
A discussão ficou tão acirrada que o presidente da Sociedade Berlinense de Medicina encerrou a sessão de modo jocoso: "a sessão está encerrada até que um novo agente da sífilis seja encontrado".
Pouco antes da morte de Schaudinn, em 1906, a descoberta da dupla foi reconhecida na Europa, mesmo pelos contestadores anteriores.
Em 1906, August Paul von Wassermann anunciou os resultados dos seus ensaios sorológicos de fixação do complemento para diagnóstico da doença.
Paul Ehrlich (1854-1915), em 1907, deu os primeiros passos para um tratamento mais efetivo da sífilis através de compostos arsênico-benzênicos de sua denominada “bala mágica” a base de arsfenamina.
Constantin Lavaditi. em 1923, apresentou resultados do seu trabalho no tratamento da sífilis à base de bismuto (“Spirocid”).
Um curioso tratamento foi a malarioterapia feita com a contaminação intencional do paciente com o Plasmodium sp. O treponema não resistia à temperatura alta causada pela febre. Julius Wagner von Jauregg ganhou o prêmio Nobel de 1927 por ter descrito a malarioterapia usada contra a "dementia paralytica", ou seja, a neurossífilis.
Em 1932, Gerhard Domagk introduziu a primeira sulfonamida, o prontosil, no tratamento da sífilis.
Em 1928, Alexander Fleming tinha descoberto a penicilina. A droga ficou num certo ostracismo até que foi retomada por Howard Florey e Ernst Chain, em 1940, na Universidade de Oxford, uma década depois,  que a tornaram num agente terapêutico altamente efetivo, após terem transformando o laboratório da universidade numa fábrica de penicilina.
O prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1945 foi dividido entre o trio Fleming, Florey e Chain.
Somente em 1943, durante a Segunda Grande Guerra, John Friend Mahoney e outros, após 15 anos da descoberta da penicilina por em 1928, conseguiram o tratamento específico da doença na sua fase primária (cancro duro) com grande diminuição de sua incidência e prevalência em todo o mundo, quase que a erradicando totalmente.
Publicaram um artigo sob o a referência Mahoney JF, Arnold RC, Sterner S L, Ilayth A, ZwaIIy M R. Penicillin treatment of early syphilis: II. JAMA 126.63-7. 1944.
Como a penicilina era muito eficiente e não tinha efeitos colaterais importantes, os antigos tratamentos foram abandonados.
Os tratamentos iniciais com a penicilina foram feitos primordialmente em soldados convocados para a Segunda Guerra Mundial.
Dos 12 milhões de convocados, 170.000 tiveram que ser tratados da doença antes de serem colocados em serviço.  A partir daí a penicilina tornou-se o tratamento padrão para sífilis, o que continua até hoje.
Em 1932, teve início o tristemente famigerado estudo de Tuskegee. Tão infame que o postarei à parte brevemente.
Em 1949, Robert Armstrong Nelson e Manfred Martin Mayer desenvolveram o teste de imobilização do treponema que comprova a presença de anticorpos contra o Treponema pallidum, que foram chamados de imobilizina.
A história da sífilis mostra que nos E.U.A., em 1918, uma pessoa em cada vinte e duas estava infectada pela doença.
Outra pesquisa relata que neste mesmo país, no início da década de 1940, existia 600.000 infectados e, após 15 anos do surgimento do tratamento pela penicilina, este número caiu para 6.000 por ano que por volta de 1980 houve uma queda para 28.000 casos.
O recrudescimento da doença iniciou-se por volta do ano de 1960 e foi justificado por vários fatores, entre os quais está o uso indiscriminado das pílulas anticoncepcionais, passando pelo grande aumento das viagens internacionais, o que veio possibilitar maior número de parcerias sexuais, sem os cuidados preventivos necessários, provocando uma maior ocorrência de casos.
Cinco novos casos de sífilis em adultos são notificados por dia no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.
Em época de Carnaval, um dos dados levantados pelo Instituto Emílio Ribas é preocupante. A maioria dos pacientes infectados não sabe que a doença pode ser transmitida pelo sexo oral feito sem o uso de preservativo.
O Ministério da Saúde quer eliminar a  existência da sífilis congênita, transmitida verticalmente pela gestante ao recém-nascido durante a gravidez, até 2015.
No levantamento do Emílio Ribas, a maioria dos infectados tem de 40 a 43 anos. De novembro a dezembro de 2011, foram diagnosticados 369 casos de sífilis, dos quais 347 eram homens.
Não existe hoje no Brasil um levantamento preciso sobre incidência de sífilis. O Emílio Ribas, por sua vez, ainda trabalha na compilação de dados de anos anteriores.
Para o Ministério da Saúde brasileiro cerca de um milhão de novos casos de sífilis são registrados a cada ano no Brasil.
Não há um número exato, pois uma série de casos acontece na rede privada de saúde e não são notificados, como em muitas outras doenças.
Os homens conseguem visualizar as lesões com mais facilidade. Nas mulheres, as feridas costumam estar dentro do canal da vagina.
Com o advento da síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS), o aparecimento de novos casos de sífilis diminuiu frente aos maiores cuidados preventivos que estavam sendo tomados para evitar o contágio daquela doença.
Entretanto, após o surgimento dos vários anti-retrovirais, os cuidados foram relaxados e, novamente, em 2012, estamos preocupados com o surgimento de novos casos.
Nota: na foto, a placa mucosa oral, manifestação estomatológica da sífilis secundária (coleção particular). Este é um dos vários aspectos, pois a sífilis é conhecida como a "grande imitadora". Isso pode complicar a hipótese diagnóstica.  É altamente contagiosa tanto para quem trata da boca (nunca deixem de usar luvas), como para quem faça sexo oral ou beija um paciente infectado. Como pode aparecer algo parecido nas mucosas vaginais, este local, também fica contagioso. Na mucosa vaginal, pênis e na boca (lábios e língua) pode também estar o cancro sifilítico (manifestação primária).

Do Estomatologista

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Veja os resultados da mais recente pesquisa sobre AIDS no Brasil

A AIDS, uma das doenças mais temidas do final da década de 80 e início da década de 90, acabou perdendo seu espaço na mídia nos últimos anos. Os números da enfermidade, no entanto, não diminuíram no mesmo ritmo do desaparecimento das notícias. Para tentar mudar essa realidade, a Abril lançou, em 2014, o Atitude Abril – Aids, campanha de conscientização, que incluiu uma grande pesquisa sobre comportamento sexual dos brasileiros e as barreiras que ainda precisam ser ultrapassadas para aumentar o controle do problema. Os resultados desse estudo foram apresentados no dia 6 de novembro de 2014, no Espaço Promon, em São Paulo.

Foram entrevistadas mais de 15 mil pessoas, entre assinantes e funcionários Abril, além da população em geral via internet e redes sociais. Todos responderam a um questionário que abrangia perguntas sobre o uso do preservativo e sobre o conhecimento da doença. Os resultados desse estudo foram compilados no maior retrato atual do país sobre o tema.


As conclusões são surpreendentes e reforçam a assinatura da campanha publicitária “Desinformação tem cura”. A partir da análise dos resultados será possível desenvolver uma estratégia mais assertiva para voltar a abordar o tema na mídia, bem como conscientizar o público sobre a doença.

Veja os resultados finais da pesquisa no infográfico a seguir:


Referências:


sábado, 1 de novembro de 2014

Pequenos sintomas podem sinalizar uma DST


Corrimento frequente e verrugas na região genital pedem visita ao ginecologista


Os números são alarmantes. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde sugere que mais de 10,3 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de uma doença sexualmente transmissível (DST). Desse total, cerca de 18% dos homens e 11,4% das mulheres não buscaram atendimento médico. "É importante ressaltar que os problemas causados pelas DSTs podem aumentar em até 18 vezes as chances de contrair o vírus da Aids (HIV)", diz a ginecologista Rosa Maria Leme. "Existem diversas doenças, como a herpes, por exemplo, que apresentam sintomas que logo desaparecem, mas o vírus continua presente. Por isso é importante ficar sempre atento."

As doenças sexualmente transmissíveis são causadas por vários tipos de agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual, por meio do sexo sem proteção - sem o uso de camisinha - com uma pessoa que esteja infectada. Geralmente, se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. As mulheres, em especial, devem ser bastante cuidadosas, uma vez que, em diversos casos de DST, não é fácil distinguir os sintomas das doenças das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher consultas periódicas ao médico. Algumas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como a incapacidade de engravidar e até mesmo a morte. Entre as doenças classificas como DSTs estão a Aids, gonorreia, clamídia, HPV, sífilis, entre outras.
Mas será que todos os sinais do corpo podem sinalizar uma DST? Para você entender mais sobre o assunto, o MinhaVida destacou abaixo as principais características que acendem o sinal vermelho e pedem uma consulta de emergência com o seu ginecologista .


Secreção vaginal ou corrimento

A especialista explica que pequenas secreções claras e sem cheiro, até uma semana antes da menstruação, são normais. O problema é quando o sintoma persiste. "Qualquer secreção vaginal mais amarelada, verde, pink ou até mesmo a branca, quando em grande quantidade, pode sinalizar algum problema de infecção ou até alguma DST, como a gonorreia. A mulher precisa ficar atenta, principalmente quando ela nunca apresentou nenhum sinal de corrimento", explica a especialista. 

Verrugas genitais

Elas funcionam como um alerta do corpo e precisam de exames específicos para serem analisadas. "O aparecimento de pequenas verrugas (externas ou internas) serve como um sinal vermelho para algumas doenças, como o HPV, que na mulher aumenta muito as chances de câncer de colo de útero", explica a ginecologista.

Cheiro forte

Ao perceber um cheiro forte não característico, na região da vagina, busque um especialista. "O odor ruim pode estar totalmente ligado a uma bactéria e a uma infecção. O quadro pode gerar pus, que altera o odor normal da região e, em alguns casos, pode causar ardência e irritação", diz Rosa Maria Leme.

Coceira

Normalmente a coceira não está relacionada a nenhuma DST, mas precisa de atenção especial. "Em geral, esse problema está ligado à infecção por um fungo chamado
cândida, que além da coceira, vem acompanhado de corrimento. Mas vale lembrar que a coceira também pode estar relacionada a outras infecções genitais menos frequentes ou até mesmo ao chato (uma espécie de piolho, que se instala na região pubiana)".

Dor durante a relação sexual

Dores durante o sexo também podem sinalizar que algo não anda bem. "Principalmente nas mulheres que apresentam feridas internas na maioria dos casos de DST, a dor durante a penetração pode ser preocupante. Sinais como forte ardência e incômodo indicam que algo não vai bem e uma visita ao médico precisa ser agendada ", explica a especialista.

Preservativo -DST

As mulheres que estão no grupo de risco das DSTs precisam de cuidados ainda maiores. "Mulheres com muitos parceiros sexuais ou que não usam métodos contraceptivos de barreira, como a camisinha, precisam de uma consulta urgente com um especialista, pois além de estarem colocando a saúde em risco, estão ameaçando a de seus parceiros", alerta Rosa Maria Leme.

Visite o ginecologista

Para afastar o risco de doenças, a consulta com o especialista e a realização de exames preventivos é essencial. "Toda mulher que já tiver tido relação sexual, deve obrigatoriamente passar por uma consulta ginecológica anual para realização de exames de rotina ginecológica e para prevenção de câncer de colo uterino, como exames hormonais e ultrassom para checar útero e ovários".
Adolescentes no grupo de risco


Um outro estudo realizado pelo National Health and Nutrition Examination Survey sugere que uma em cada quatro adolescentes americanas sofrem de alguma doença sexualmente transmissível. O problema mais comum entre as jovens era o vírus do HPV ( 18,3% das adolescentes) e a clamídia (3,9% das meninas). O estudo contou com a participação de 838 adolescentes americanas, com idade entre 14 e 19 anos. As meninas eram entrevistadas e examinadas para detectar doenças como: gonorreia, clamídia, tricomoníase, herpes e HPV.

Outro dado que também chamou a atenção dos pesquisadores foi o tempo em que as participantes levaram para serem infectadas. Um ano depois de iniciar a vida sexual, 19,2% já possuíam alguma DST. Os cientistas alertam que as doenças podem levar à complicações a longo prazo, tais como a doença inflamatória pélvica, a infertilidade e o câncer cervical ou até mesmo aumentar o risco de infecção pelo HIV. Depois de analisar os resultados da pesquisa, os cientistas reforçam a importância da orientação sexual dentro das salas de aula. Tudo para informar as jovens e aumentar o nível de proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis.





Disponivel em:<http://www.minhavida.com.br/temas/dst?p=6>Acesso em 01 nov.2014