Afinal de contas, o que é HPV?
Em 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) lançou uma campanha nacional para imunizar meninas de 11 a 13 anos contra o HPV. O que você pode estar se perguntando ao ter conhecimento que o governo lançou uma campanha a nível nacional para combater o essa "sigla" desconhecida, é justamente do que se trata e dos riscos que esse microrganismo, o papiloma vírus humano, pode causar à saúde pública. Na verdade o HPV (papilomavírus humano), nome genérico de um grupo de vírus que engloba mais de 100 tipos diferentes, é a doença sexualmente transmissíveis mais comum no mundo. Estima-se que cerca de 50% da população adulta sexualmente ativa terá contato com o vírus podendo ou não desenvolver sintomas.
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Como ocorre o contágio? E quais são os sintomas?
A transmissão ocorre principalmente por via sexual, mas existe a possibilidade de transmissão vertical (mãe/feto) e por inoculação. A infecção causada pelo HPV pode ser assintomática ou provocar o aparecimento de verrugas com aspecto de couve-flor na pele e nas mucosas, como a boca. As alterações genitais, quando discretas, são diagnosticadas apenas com exames específicos. Entretanto, em casos mais graves de proliferação das lesões, o vírus pode perder o controle natural do processo de multiplicação, e nesses casos que o HPV se torna um sério problema de saúde pública.
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Como assim, "sério problema de saúde pública"?
Uma vez perdido o controle natural de multiplicação, o vírus passa a se proliferar rapidamente provocando evoluindo de lesões benignas para lesões malignas, o câncer, e pode atingir áreas como o colo do útero e o pênis.
"Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), sem considerar o câncer de pele não-melanoma, o de colo do útero é o mais incidente na Região Norte (24 por 100 mil mulheres). No Centro-Oeste (28 por 100 mil) e no Nordeste (18 por 100 mil), ocupa a segunda posição. No Sudeste (15 por 100 mil), o terceiro lugar, e no Sul (14 por 100 mil), o quarto. Enquanto o Amazonas tinha, em 2008, uma taxa de mortalidade de 16,7 casos por 100 mil mulheres, São Paulo registrava 3,13. Os homens também são atingidos pelo HPV: até 40% dos casos de câncer de pênis são causados por esse vírus, cujo contato alcança 80% da população sexualmente ativa."(Globo.com)
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A saída é a prevenção!
A inclusão do imunobiológico ao calendário do Sistema Único de Saúde (SUS) foi anunciada em julho de 2014. Na época, a previsão era de administrar a vacina em pré-adolescentes de 11 a 13 anos, com dose inicial, a segunda um mês depois e terceira seis meses após a inicial. Entretanto, estudos comprovaram uma melhor administração do tipo estendida, estratégia acatada pelo Governo.
Foi a primeira vez que a população teve acesso gratuito a uma vacina que protege contra câncer. A meta era vacinar 80% do público-alvo, que na época somava 5,2 milhões de pessoas. O vírus HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, apresentando a segunda maior taxa de incidência entre os cânceres que atingem as mulheres, atrás apenas do de mama.
A vacina, foi disponibilizada em março de 2014 (1ª dose), é a quadrivalente, usada na prevenção contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer. O imunobiológico para prevenção da doença é seguro e tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.
As três doses serão aplicadas nas pré-adolescentes com autorização dos pais ou responsáveis. A estratégia de imunização será mista, ocorrendo tanto nas unidades de saúde quanto nas escolas públicas e privadas. A incorporação da vacina complementa as demais ações preventivas do câncer de colo do útero, como a realização rotineira do exame preventivo (Papanicolau) e o uso de camisinha em todas as relações sexuais. Em 2015, a faixa etária de vacinação foi ampliada para os 9 a 13 anos.
A inclusão da vacina no SUS foi possível graças ao acordo de parceria para o desenvolvimento produtivo (PDP), com transferência de tecnologia entre o laboratório internacional Merck Sharp & Dohme (MSD) e o Instituto Butantan, que passará a fabricar o produto no Brasil. A economia estimada na compra da vacina durante o período de transferência de tecnologia é de R$ 154 milhões. Além disso, a produção do imunobiológico contará com investimento de R$ 300 milhões para a construção de uma fábrica de alta tecnologia pelo Instituto Butantan, baseada em engenharia genética.
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A bioquímica da vacina
As vacinas desenvolvidas contra o HPV foram preparadas seguindo rigorosos critérios para evitar efeitos colaterais, haja vista a faixa etária com que ela é utilizada, sendo elas do tipo bivalente(tipo 16 e tipo 18 do vírus) e quadrivalente(tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus).
Inicialmente, estudos evidenciaram a parte genética do HPV, o DNA do HPV, com isso os pesquisadores descobriram um local específico do DNA do vírus que é responsável pela produção das cápsula do HPV, ou seja o envoltório formado por proteínas que envolve e protege o código genético do vírus que permite as infecções. Depois disso os cientistas, utilizando o fungo Sacaromices Cerevisiae, a levedura da cerveja, e células de insetos para produzir uma capsula sintética semelhante a do HPV.
A vacina utilizada na prevenção do HPV é uma vacina recombinante não infecciosa, preparada a partir de partículas tipo vírus (VLPs) altamente purificadas da principal proteína L1( da cápside dos tipos de HPV oncogénicos,16 e 18). Uma vez que as VLPs não contêm DNA viral não podem infectar as células, reproduzir-se ou provocar doença.
Estudos em animais demonstraram que a eficácia das vacinas VLP L1. Elas são capazes de induzir a formação de anticorpos neutralizantes sistêmicos e de mucosa, além de induzir imunidade celular em animais imunizados, ou seja auxiliam na produção de defesa a curto e a logo prazo por meio de memória imunológica para futuros contatos com os agentes infecciosos.
Resumindo...
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Os temidos efeitos colaterais...existem mesmo?
"Segundo a dra. Vivian Iida Avelino-Silva, médica infectologista do Hospital Sírio-Libanês,“ao analisarmos com cuidado os efeitos adversos relatados, constatamos que nenhum pôde ser atribuído à vacina contra o HPV. Ou seja, trata-se de uma associação ao acaso, uma coincidência que sempre acontece quando um grande número de pessoas recebe uma vacina nova em um curto período de tempo."(Drauzio Varella - Website)
“Não há até o momento nenhum estudo que tenha associado de maneira inequívoca a vacina de HPV a algum evento adverso grave. Como todo e qualquer produto imunobiológico (vacinas, medicamentos, etc.), é claro que eventualmente pode-se observar efeitos adversos. Após esses anos todos de uso da vacina, os dados de segurança obtidos pelos sistemas de vigilância dos países que a introduziram nos seus programas mostram que a vacina contra HPV é segura, com a ocorrência de eventos adversos, na sua maioria leves, como dor no local da aplicação, inchaço e eritema. Em raros casos, ela pode ocasionar dor de cabeça, febre de 38ºC ou síncope (desmaios)”, afirma o pediatra dr. Marco Sáfadi."(Drauzio Varella - Website)
Como podemos perceber especialista da area asseguram uma vacinação sem grandes riscos a saúde, depende a cada um fazer a sua parte e evitar que esse mal provoque mais danos a nossa população. Vamos nos vacinar, vamos nos proteger!!!
REFERÊNCIAS:
HPV Online. Sobre. Vacinae e Prevencao do HPV. Disponível em <http://www.hpvonline.com.br/sobre-hpv/vacina-prevencao/hpv-e-vacina/> Acessado em 12/05/2015.
Drauzio Varella. Mulher. Segurança da vacina contra o HPV. Disponível em <http://drauziovarella.com.br/mulher-2/a-seguranca-da-vacina-contra-hpv/> Acessado em 12/05/2015.
Expressão da Proteína L1 do Capsídio de HPV-16 em Leveduras Metilotróficas. Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS - 2008.
Ministério da Saúde. HPV. Disponível em <http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/hpv/> Acessado em 12/05/015.
Instituto Nacional do Câncer.HPV e câncer. Disponível em <http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=2687> Acessado em 12/05/2015.
Assistência Multidisciplinar em Saúde.Ministério da Saúde amplia faixa etária da vacina contra HPV. Disponível em <https://ams.petrobras.com.br/portal/ams/beneficiario/ministerio-da-saude-amplia-faixa-etaria-da-vacina-contra-hpv.htm> Acessado em 12/05/2015.
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