Vamos recapitular os assuntos que discutimos até hoje no nosso blog. Iniciamos apresentando as principais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e suas relações com a bioquímica. Depois, foram três semanas abordando sobre os preservativos ( masculino de látex, antialérgico e feminino).
Essa semana iremos atentar para uma das principais DSTs: a Sífilis.
O agente causador da Sífilis.
A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, gênero Treponema, da família dos Treponemataceae. O T. pallidum tem forma de espiral (10 a 20 voltas), com cerca de 5-20 μ m de comprimento e apenas 0,1 a 0,2 μ m de espessura. Não possui membrana celular e é protegido por um envelope externo com três camadas ricas em moléculas de ácido N-acetil murâmico e N-acetil glucosamina.
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FIGURA DE DESENHO ESQUEMÁTICO DE TREPONEMA PALLIDUM FONTE: Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle (2006, P. 113) |
O T. pallidum não é cultivável, pois é destruído pelo calor e falta de umidade, não resistindo muito tempo fora do seu ambiente e é patógeno exclusivo do ser humano.
Como ocorre a transmissão?
A sífilis é doença transmitida pela via sexual (sífilis adquirida) por meio da penetração do treponema por pequenas abrasões decorrentes da relação sexual e verticalmente (sífilis congênita) pela placenta da mãe para o feto. O contato com as lesões contagiantes (cancro duro e lesões secundárias) pelos órgãos genitais é responsável por 95% dos casos de sífilis. Outras formas de transmissão mais raras e com menor interesse epidemiológico são por via indireta (objetos contaminados, tatuagem) e por transfusão sanguínea.
Quais são os sinais e sintomas ?
Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.
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FONTE: Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle (2006, P. 114) |
Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a ideia de melhora. A doença pode ficar sem apresentar sintomas por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.
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FONTE: Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle (2006, P. 114) |
Como é feito o diagnostico?
Quando não há evidencia de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste laboratorial ou teste rápido. Esta nova tecnologia se caracteriza pela execução, leitura e interpretação dos resultados feitos em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Além disso, para a leitura dos seus resultados não é necessário o uso de algum equipamento específico, podendo ser feita a olho nu.
Como é feito o tratamento?
Embora a doenca possa evoluir com gravidade, tratamento é simples, feito pelo uso de penicilina, que age interferindo na síntese do peptidoglicano, componente da parede celular do T. pallidum. O resultado é entrada de água no treponema, o que acaba por destruí-lo. A peniclina age em todos os estágios da sífilis. A sensibilidade do treponema à droga, a rapidez da resposta com regressão das lesões primárias e secundárias com apenas uma dose são vantagens que permanecem até hoje. A penicilina continua como droga de escolha, e até o momento não foram documentados casos de resistência.
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FONTE: Google imagens |
E como prevenir a sífilis?
A prevenção é feita basicamente pelo uso rotineiro do preservativo masculino ou feminino, mesmo nos relacionamentos ditos estáveis e após tratamento de eventuais DSTs. Outra forma de prevenção é aconselhar e testar para sífilis as mulheres e os homens em idade reprodutiva.
A prevenção vertical, que evita a transmissão da doença da mãe para seu bebê durante a gestação, pode ser feita pelo aconselhamento e teste para a sífilis(com o consentimento do paciente) para as mulheres que manifestam intenção de engravidar.
Espero que tenham gostada do tema!!!
REFERÊNCIAS:
BOTTINO, G.; AVELLEIRA, JOÃO C. R. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. Associação Brasileira de Dermatologia. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/v81n02a02.pdf> Acesso em: 5 maio 2015.
BRASIL. Departamento de DST, AIDS e hepatites virais. Disponível em <http://www.aids.gov.br/pagina/sifilis> Acesso em: 5 maio 2015.
LORENZI, Dino R. S.; FIAMINGHI, Luciane C.; ARTICO, Graziela R. Transmissão vertical da sífilis: prevenção, diagnóstico e tratamento. Revista FEMINA, São Paulo-SP v.37, n. 2, p. 83-90, dez. 2009. Disponível em <http://www.febrasgo.org.br/site/wp-content/uploads/2013/05/Feminav37n2p83-90.pdf> Acesso em : 05 maio 2015.
LORENZI, Dino R. S.; FIAMINGHI, Luciane C.; ARTICO, Graziela R. Transmissão vertical da sífilis: prevenção, diagnóstico e tratamento. Revista FEMINA, São Paulo-SP v.37, n. 2, p. 83-90, dez. 2009. Disponível em <http://www.febrasgo.org.br/site/wp-content/uploads/2013/05/Feminav37n2p83-90.pdf> Acesso em : 05 maio 2015.
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